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Síndrome das Pernas Inquietas: Entenda e tratamento | Dr. Daniel Barros – CRM/SP 100.674

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Síndrome das Pernas Inquietas: O que é e como tratar

Já ouviu falar de síndrome de pernas inquietas? Não é aquela pessoa que fica atrás de você no cinema balançando a perna. Não, sem dormir, as pernas inquietas podem ter um problema sério.

A síndrome das pernas inquietas é outro tema recorrente que muita gente pergunta e pouca gente entende exatamente o que é. Então vamos abordar esse tema, mas antes, lembre-se apenas de se inscrever no canal Adicional Alerta, porque é interessante e você vai recebendo aí as atualizações dos próximos temas que a gente vem tratando. Já falamos de outras doenças e vamos falar dessa e mais pra frente vem coisa mais interessante por aí.

O que é a síndrome das pernas inquietas?

A síndrome das pernas inquietas é, na verdade, um distúrbio sensorimotor, um distúrbio da sensação e do movimento que atinge principalmente as pernas. Mas é muito interessante que ela não atinge só as pernas, ela pode atingir também os braços, e ela traz uma inquietação que não é só essa coisa de ficar balançando. Ela tem muito a ver com isso, com uma sensação estranha e desconfortável.

A síndrome das pernas inquietas traz um sintoma que o sujeito começa a ter um incômodo muito grande, é tipo uma câimbra misturada com uma dor, às vezes um formigamento, uma queimação. É um negócio que a gente não tem nome, não existe um vocábulo que descreve exatamente a sensação que as pessoas têm nos membros inferiores e, muito mais raramente, nos membros superiores. É difícil de explicar exatamente essa sensação e se ninguém consegue a palavra certa, provavelmente é porque não existe. Uma pessoa não sabe descrever o que ela tem, e meus pacientes com essa condição sempre lembram disso.

A síndrome das pernas inquietas é uma sensação esquisita, muito ruim, e que nenhum paciente encontra as palavras certas. É uma mistura de dor com câimbra, com queimação, com formigamento, e ela tem a sensação de que precisa mexer para aliviar. Então vem essa inquietação, vem uma certa urgência de ter que mexer. A pessoa levanta, anda, massageia, vai pro banho, joga água, porque o estímulo tátil da água parece que pode aliviar um pouco da sensação. Mas de qualquer forma, a pessoa precisa levantar para mexer, precisa andar, e isso, com o passar dos minutos, vai passando aquela sensação. E de repente pode acontecer de novo.

Quem pode ter a síndrome das pernas inquietas?

Normalmente, isso começa depois dos 20 anos e antes da terceira idade. É uma doença da meia-idade, mais ou menos da vida adulta, que começam a aparecer os primeiros sintomas. Tem um papel genético, é comum que filhos que tenham os pais também tivessem, em maior ou menor grau. Existe uma influência da hereditariedade, mas não é um destino. Pode ser bastante prejudicial, porque às vezes a pessoa não consegue dormir direito. A pessoa deita para dormir e quando ela fica parada, dali a pouco vem aquele incômodo. A pessoa às vezes não consegue viajar, ela senta no carro, senta no avião, passou alguns minutos começa a vir aquela inquietação, ela tem que se mexer, e às vezes na hora da decolagem ela não pode levantar. É um desespero e às vezes atrapalha no relacionamento porque a pessoa fica querendo mexer. Ela levanta da cama, fica levantando e voltando, atrapalha o sono do outro, fica se mexendo na cama, incomoda a pessoa que está dormindo com ela. Isso realmente pode trazer problemas de insônia, porque a pessoa fica com sono repetidamente interrompido por causa dessa urgência. E é uma sensação tão estranha que às vezes a pessoa não cai a ficha que é aquilo.

Eu tive uma paciente que por muito tempo ela reclamava de ansiedade. Ela dizia que à noite ficava ansiosa e não conseguia dormir. Eu perguntava como era a ansiedade, ela me disse “eu me sinto mal, não me sinto bem…”, enfim, a gente achando que era ansiedade. Até que uma hora ela falou mansa, não está melhorando, não explica um pouco melhor. Então vamos tentar destrinchar essa ansiedade. Aí ela começou a descrever que a perna fica inquieta, que ela tinha uma sensação que ela não sabia nem o que dizer, que ela chamava de ansiedade, e que pegava os braços também. Foi aí que eu falei, “puxa, isso está com cara de síndrome das pernas inquietas, mas nos braços”. Aí fui dar uma reciclada no conhecimento, de fato, a síndrome das pernas inquietas pode pegar também membros superiores.

Tratamentos para a síndrome das pernas inquietas

Existem tratamentos que são basicamente com remédios neurológicos. São remédios que às vezes, até tratam o Mal de Parkinson em doses menores, acabam melhorando os sintomas da síndrome das pernas inquietas, mostrando que realmente tem um componente neurológico importante. Pois é um distúrbio sensorimotor. E às vezes calmantes também podem ajudar, porque o calmante ele diminui a voltagem do cérebro como um todo, ele diminui tudo, dá uma baixada na bola e aí pode também aliviar os sintomas das pernas inquietas.

Conclusão

O mais importante que eu acho é divulgar a informação de que sim, existem pessoas que têm uma coisa muito estranha acontecendo nas pernas, assim que elas ficam quietas, assim que elas param por alguns minutinhos. A inquietação e as pessoas não falam sobre isso porque elas acham que é normal, elas não sabem o que dizer. Elas nem entendem que isso pode ser uma doença e acabam tendo uma piora importante da qualidade de vida. Às vezes as pessoas podem ficar deprimidas, às vezes as pessoas ficam desesperadas quando é muito intenso, e isso acaba realmente minando a qualidade de vida, atrapalhando a qualidade de vida das pessoas. Então, é mais importante saber sobre a síndrome das pernas inquietas, é a gente entender que ela existe, é a gente entender os sintomas. Porque muita gente vai ver esse vídeo e falar “meu deus, era isso que eu sentia, não sabia, nunca me caiu a ficha, nunca ninguém me explicou, etc.”. Então é importante divulgar informação sobre a síndrome, sobre o sofrimento que ela pode trazer. Porque assim, as pessoas podem se reconhecer, reconhecer o outro, “ah, meu marido que tem isso, minha esposa que é isso, meu filho acho que tem isso”. Procure tratamento, procure um neurologista, procure um psiquiatra, um clínico geral, procure quem você puder que possa ajudar. Porque essa síndrome pode ser muito ruim, mas pode ser tratada. Divulgue esse vídeo, compartilhe, e não se esqueça de se inscrever no canal para seguir as nossas atualizações.

Fonte: Síndrome das Pernas Inquietas: O que é e tratamento | Daniel Barros – CRM/SP 100.674 por Daniel Martins de Barros