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Saúde da Mulher: Aula 3 – Disciplina e Cuidados Essenciais.

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Como adoece e morre as mulheres brasileiras

Olá, sou Professora Cristiane Rocha, professora adjunta da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Estamos novamente aqui para apresentarmos neste vídeo a segunda aula do módulo de saúde da mulher coordenado pela Professora Doutora Leila Rangel da Silva.

Nesta segunda aula, vamos falar sobre como adoece e morre as mulheres brasileiras. Temos influência das desigualdades sociais, econômicas e culturais.

O primeiro tema é a influência das doenças do aparelho circulatório. Há uma preocupação grande com essa população no sentido de avaliar as mulheres hipertensas e diabéticas, a fim de minimizar as mortes por doenças circulatórias que chegam a 36,7% das mulheres.

Também temos as neoplasias que acometem 17,6% das mulheres, e nos últimos 20 anos temos visto um aumento nos casos de câncer.

Além disso, temos as doenças do aparelho respiratório, que estão relacionadas a 12,6% das mortes de mulheres.

Não podemos esquecer que também tem havido um aumento no número de casos de mulheres acometidas pela AIDS.

Essas desigualdades sociais, econômicas e culturais influenciam nessa modalidade de saúde.

Como falamos na primeira aula, as desigualdades entre as mulheres e entre mulheres e homens persistem. Temos a pobreza influenciando nesse perfil de morbidade, além da sobrecarga de trabalho da mulher e das atividades domésticas não remuneradas.

Em relação à mortalidade materna, temos uma alta taxa no nosso país. A morte materna ocorre durante a gestação ou até 42 dias após o parto, em qualquer idade gestacional ou localização da gravidez. E o mais preocupante é saber que 92% dos casos de morte materna poderiam ter sido evitados com uma boa assistência pré-natal, durante o parto e no pós-parto.

Internacionalmente, temos um limite aceitável de 16 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos. No Brasil, em algumas regiões, esse número chega a até seis óbitos por 100 mil nascidos vivos, gerando um índice de 50 a 70 por 100 mil nascidos vivos. Esses números ainda estão acima do índice aceitável pela Organização Mundial da Saúde em países desenvolvidos, que é de até quatro óbitos por 100 mil nascidos vivos.

Precisamos estabelecer estratégias e condutas que possam minimizar a mortalidade materna no nosso país.

As principais causas de óbito em gestantes são a hipertensão arterial, as hemorragias (principalmente durante o parto e pós-parto), as infecções pós-parto e os abortos.

Também são fatores de risco para a mortalidade materna a anemia crônica, a falta de assistência durante o parto, a gravidez indesejada e as doenças sexualmente transmissíveis.

Existem vários pontos em que a mulher deveria ser atendida em suas necessidades e não foi. Isso envolve responsabilidade da própria mulher, dos profissionais de saúde, dos problemas sociais e dos problemas institucionais.

Existem comitês de mortalidade materna que têm a função de investigar as causas para melhorar a assistência.

Para reduzir a mortalidade materna, é necessário mudar o perfil dos profissionais de saúde, oferecendo uma consulta pré-natal adequada, com exames e orientações específicas. É importante estabelecer um espaço de diálogo com as pacientes.

Finalizando essa aula, trouxemos a imagem de mulheres jovens que vieram a óbito por conta da gestação. São mulheres de 19 e 20 anos, mulheres lindas que esperavam seus bebês e suas famílias. Em algum momento, falhamos nessa assistência e não queremos mais que esses óbitos evitáveis aconteçam.

Referências utilizadas nesta segunda aula: (colocar as referências utilizadas)

Fonte: Disciplina Saúde da Mulher – Aula 3 por UNIRIO UNASUS