Pular para o conteúdo

Saiba mais sobre a dislipidemia e como tratar com o Dr. Edmar Santos na Luizilana Serviços Médicos (#10)

  • por
  • posts

Dislipidemia – A Doença do Colesterol

Prazer, meu nome é Ademar Santos e sou médico cardiologista aqui da Luizilana Serviços Médicos. Vamos dedicar o nosso programa de hoje para falar sobre dislipidemia, também conhecida como a doença do colesterol.

A maioria das pessoas entende que o colesterol é uma gordura que se encontra elevada no corpo devido a uma dieta errada, mas isso é um conceito equivocado. Na realidade, setenta por cento do nosso colesterol é sintetizado, fabricado no fígado, enquanto trinta por cento provém daquilo que comemos, sendo absorvido no intestino. Portanto, a maior parte do colesterol é produzido pelo nosso próprio corpo.

O colesterol desempenha papéis vitais no funcionamento do organismo. É utilizado na produção dos hormônios sexuais, como testosterona, estrogênio e progesterona. Além disso, está presente nas membranas celulares, conferindo a elas permeabilidade seletiva para a entrada e saída de nutrientes. As vitaminas lipossolúveis A, D, E e K também dependem da ação do colesterol e outras gorduras para serem absorvidas. Portanto, o colesterol desempenha um papel biológico relevante e deve ser produzido pelo nosso corpo em uma quantidade adequada.

No entanto, algumas pessoas têm uma produção excessiva de colesterol, e esse excesso deve ser combatido e eliminado. Estudos têm demonstrado uma relação íntima entre o colesterol e as doenças cardiovasculares, mostrando que a redução dos níveis de colesterol está relacionada à redução do risco dessas doenças. Portanto, indivíduos com colesterol acima dos valores aceitáveis devem receber tratamento medicamentoso.

Eu sei que algumas pessoas relutam em usar medicamentos, mas é necessário. A dieta colabora em cerca de trinta por cento na redução do colesterol, evitando o consumo de gorduras saturadas e optando por alimentos verdes. A prática de atividade física também tem um impacto positivo, aumentando os níveis de HDL (colesterol bom) e diminuindo os níveis de LDL (colesterol ruim). Porém, na maioria dos casos, essas medidas não são suficientes, e por isso tem sido recomendado o uso de medicamentos redutores do colesterol.

Existem diferentes estratificações de risco para determinar a necessidade de tratamento. A mais utilizada é o Escore Global de Risco, mas também existem outros, como o Scor Europeu. Infelizmente, no Brasil não temos uma estratificação com as características populacionais locais. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que, atualmente, quatro grupos de pacientes devem receber tratamento com medicamentos redutores de colesterol. Esses grupos são:

  • Pacientes que já sofreram doença arterial coronariana, como angina de peito, infarto, cirurgia de revascularização ou acidente vascular cerebral. Nesse grupo, a redução do colesterol deve ser de no mínimo 50%.
  • Indivíduos com elevação do colesterol ruim acima de 190 devem ser tratados de forma agressiva, com uma redução mínima de 50% nos níveis de LDL.
  • Pacientes entre 40 e 75 anos de idade, com diabetes e LDL entre 70 e 189, mas sem doença cardiovascular estabelecida. Neste grupo, se o risco for menor que 7,5%, a meta é reduzir o colesterol ruim em 20-30%. Se o risco for maior que 7,5%, a meta é reduzir o LDL em 50%.
  • Indivíduos sem doença cardiovascular estabelecida, entre 40 e 75 anos de idade, com colesterol entre 70 e 189 e risco pelo Escore de Risco Global maior que 7,5%. Nesse caso, a meta é reduzir o colesterol ruim em torno de 30%.

Essas diretrizes são baseadas em evidências científicas robustas e devem ser seguidas para garantir a prevenção de doenças cardiovasculares relacionadas ao colesterol. A maioria dos indivíduos com dislipidemia não apresenta sintomas, como dor ou desconforto. Alguns poucos podem ter o aparecimento de xantelasma, pequenas bolsinhas de gordura ao redor dos olhos, mas isso não é comum. Portanto, o tratamento deve ser contínuo, iniciado e seguido pelo resto da vida.

Apesar de algumas pessoas relutarem em tomar medicamentos, elas devem ser orientadas sobre os benefícios do tratamento e seguir as diretrizes estabelecidas. O uso de medicamentos redutores de colesterol tem se mostrado eficaz na prevenção de doenças cardiovasculares em pacientes bem orientados e que seguem as recomendações.

Espero que você tenha gostado do nosso programa de hoje. Continue nos acompanhando para mais informações sobre saúde cardiovascular. Um grande abraço!

Fonte: Dislipidemia (colesterol alto) – Dr. Edmar Santos – Luizilana Serviços Médicos (#10) por TeleObjetiva