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Relações afetivas na vida adulta e o tratamento do autismo e Asperger: terapias e cuidados essenciais.

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Da mesma maneira que a adolescência para uma pessoa típica é diferente da sua vida adulta, a mesma coisa acontece para o autista. Ele tem uma questão quando é adolescente e quando ele chega na vida adulta, também existe uma diferença na maneira como ele lida com o mundo ao seu redor. Logicamente, estou falando dos autistas leves e clássicos.
Então, o que acontece em relação à afetividade quando este autista está na fase adolescente? Ele tem uma questão muito maior de aceitação que se junta com todas as outras questões do transtorno de autismo que ele tem. E quando essa pessoa chega à fase adulta, muitas vezes ele já não tem mais essa questão de aceitação por grupos ou pela sociedade, ele já ultrapassou essa fase. Mas ele começa a ter toda uma questão sobre as expectativas da própria vida dele.
Então, onde ele quer chegar? O que ele quer ser? Que tipo de família ele quer formar? Qual é a expectativa que ele tem para o resto da vida dele? Quais as expectativas que ele tem em conseguir alcançar esse tipo de desejo? Então, as relações afetivas dele também mudam um pouco seu espectro.
O que acontece nesses casos é que muitas vezes as pessoas que lidam ou convivem com esses autistas passam a ter muita dificuldade de entendê-los e de compreender algumas reações que ele tem. Por exemplo, temos autistas que casam e levam uma vida praticamente normal. Mas, de uma certa maneira, eles sempre serão estrangeiros. Eles sempre terão uma sensação de serem estrangeiros dentro daquela sociedade onde eles convivem.
A reação do autista com o ciúme é totalmente diferente da reação de uma pessoa típica com o ciúme. Muitas vezes, uma pessoa que é casada com outra que tem autismo, pode achar que essa pessoa não gosta dele ou não o ama, porque o autista tem a característica de não expor esse sentimento de ciúmes de uma maneira tão intensa quanto uma pessoa típica. Isso pode gerar mal entendidos e incompreensões.
As relações com outras pessoas do trabalho, por exemplo, vão ser diferentes do ponto de vista afetivo. Um autista adulto tem dificuldades quando precisa encontrar um companheiro ou companheira e como expor isso para a outra pessoa. Ele não tem as ferramentas subjetivas de aproximação, de criar um ambiente de entrelaçamento afetivo com essa outra pessoa. Ele é muito mais direto e concreto naquilo que ele quer e deseja.
Isso pode parecer estranho para as outras pessoas do ponto de vista afetivo. O autista não tem essa capacidade de dissimulação, enfim. Portanto, uma pessoa que convive com um autista na vida adulta precisa ter uma certa dose de paciência e capacidade de entender como um autista adulto lida com as questões de afetividade, que são muito diferentes do que uma pessoa típica lida com essas questões.

Fonte: Autismo, Asperger, tratamento, terapias – Autismo e as relaçoes afetivas na vida adulta por Papo Autimista