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Reabilitação Cardiovascular: Aula 4 sobre a Doença Arterial Obstrutiva Crônica (DAOP) com o Prof. Otávio Plazzi

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Diagnóstico Cinético Funcional e Tratamento da Doença Arterial Obstrutiva Periférica

Se você conhece a Doença Arterial Obstrutiva Periférica, sabe fazer adequadamente o diagnóstico cinético funcional e o tratamento prescrito é assertivo e resolutivo. Se você tem dúvida, então assista essa aula até o final, que eu tenho certeza que ela será muito útil para você.

Eu sou o professor Otavio Plazzi e este é o Morfologando. O diagnóstico cinético funcional da Doença Arterial Obstrutiva Periférica é feito pela incapacidade do paciente em andar grandes distâncias. Inicialmente, ele vai sentir uma dor, normalmente na região da panturrilha, e essa dor vai aumentando de intensidade até que ele começa a mancar, e a gente chama isso de claudicação intermitente. À medida que a dor intensifica e a claudicação vai ficando mais intensa, ele tem que parar porque ele não consegue continuar andando.

Então, quando a gente pensa em diagnóstico cinético funcional, nós precisamos mensurar, ou seja, medir, qual é a distância que o paciente anda para a dor iniciar e ele começar a mancar. E ser obrigado a parar. O ponto de vista cinético funcional, um teste muito bom para que nós fisioterapeutas passemos com o nosso paciente é o teste de caminhada de seis minutos, em que o paciente vai andar na velocidade máxima que ele consegue durante 6 minutos.

Lembrando que tem aula desse teste no YouTube, eu vou deixar o card aqui, brincando. Você pode acessar essa aula no YouTube sobre o teste de caminhada de seis minutos. Mas lembrando que, durante esse teste, o paciente pode parar caso ele julgue necessário, mas o cronômetro não para, ele continua. No final, vamos ter a distância que ele andou dentro de seis minutos. E nas nossas reavaliações com o paciente, nossa expectativa é que ele ande uma distância cada vez maior.

No diagnóstico cinético funcional, vamos anotar o tempo do início da dor, a distância que ele andou para a dor iniciar, a distância que ele andou e o tempo que a claudicação começou, e vamos anotar quanto foi a distância máxima que ele andou sendo obrigado a parar. Além disso, é importante também que tenhamos o controle de quanto tempo ele vai demorar para continuar andando, o tempo de recuperação da dor limitante para o reinício da atividade.

Então, esse é o diagnóstico cinético funcional. Porém, clinicamente, o paciente pode ser classificado de acordo com duas escalas que são amplamente aceitas: a escala de Fontaine e a escala de Rutherford. Na escala de Fontaine, temos quatro níveis, sendo que o segundo nível se divide em A e B. No estágio 1, pela classificação de Fontaine, o paciente é assintomático. No estágio 2, ele tem claudicação limitante em A e incapacitante em B. No estágio 3, o paciente apresenta dor isquêmica em repouso. E no estágio 4, ele já tem lesões tróficas, ele já chega até lesões teciduais com alguma necrose.

Na escala de Rutherford, temos sete níveis que vão do 0 ao 6. Na categoria 0 de Rutherford, o paciente é assintomático. Nas categorias 1, 2 e 3, ele apresenta claudicação com limitação leve, moderada ou severa. No estágio 4, o paciente tem dor em repouso. No estágio 5, tem alterações de trofismo, alterações de volume, força e características tissulares. E no estágio 6, o paciente já apresenta necrose.

Porém, essas duas são classificações clínicas. Lembrando que, para nós fisioterapeutas, o início da dor, a claudicação e a sensação de incapacidade de caminhar por limitação é o que importa para o tratamento desse paciente com DAP. O tratamento é feito através da atividade física aeróbica e do treino de força de membros inferiores.

O exercício aeróbico não leva em consideração aquelas zonas de treino, aquelas frequências alvo. A gente não vai trabalhar velocidade, ritmo. A ideia do exercício aeróbico é que ele dure o máximo de tempo possível. A ideia do exercício aeróbico é colocar uma esteira com uma velocidade entre 2,5 e 3,2 km por hora e incrementar com rampa em torno de 10 a 15% de inclinação, para que a gente vá gradativamente aumentando o tempo de exposição desse paciente ao esforço, que é o que efetivamente vai aumentar a capacidade dele de deambular.

Lembre-se disso: o paciente vai precisar fazer, na maioria das vezes, um treinamento intervalado. E nós já aprendemos aqui nas nossas aulas no YouTube que o ideal é que esse intervalo seja ativo e não passivo. Porém, havendo necessidade, esse paciente pode sim passar por um treinamento intervalado passivo, em que ele vai parar, descansar e, assim que possível, retornar ao esforço, de acordo com as diretrizes e os consensos de reabilitação.

O ideal é que esse paciente faça 150 minutos de exercício aeróbico por semana, dividido dentro desse espaço de tempo, de acordo com o número de frequências e intensidades. O que esse paciente vem até você é outro foco que nós temos que ter no trabalho do paciente com DAP. É um treinamento de força de membro inferior, tanto para a musculatura de coxa, mas em especial para a musculatura de panturrilha. E não podemos esquecer que, antes de iniciar um trabalho de força, eu preciso fazer a mensuração da força máxima desse paciente em todos os músculos a serem trabalhados, para que periodicamente esses músculos sejam novamente submetidos a esse teste de força e a eficácia do tratamento seja verificada.

O tempo médio de tratamento do paciente com DAP na reabilitação cardíaca é de aproximadamente seis meses, podendo variar para mais ou para menos, de acordo com cada caso. Quando da alta do programa de reabilitação, esse paciente deve ser estimulado a dar continuidade ao trabalho em uma academia, sob supervisão de um educador físico, para que os efeitos atingidos não sejam perdidos. Em hipótese alguma esse paciente pode sair da reabilitação cardíaca e ficar em repouso.

Espero que essa aula tenha sido útil para você entender e aprender mais sobre diagnóstico cinético funcional e tratamento da Doença Arterial Obstrutiva Periférica. Em caso de dúvidas, críticas ou sugestões, utilize o espaço abaixo nos comentários, ele está aqui exatamente para isso.

Eu sou o professor Otavio Plazzi. Gostaria de insistir para que você se inscreva no nosso canal, dê um curtir nessa aula e ative as notificações, porque toda terça e quinta tem aula nova aqui no canal. Também não deixe de nos seguir no Instagram, onde eu tenho postado diversos conteúdos que tenho certeza que serão muito úteis para você.

Um grande abraço, tudo de bom e até a próxima aula!

Tchau, tchau!

Fonte: Reabilitação Cardiovascular – Aula 4: Doença Arterial Obstrutiva Crônica (DAOP) Prof. Otávio Plazzi por Fisioterapia Cardiorrespiratória com Otávio Plazzi