“Texto sobre a luta contra uma doença invisível”

É como se tivesse me colocado em um quarto, trancada e sozinha em meio a quatro paredes. É a pior sensação de todas. Todo mundo parece não entender a dor que eu sinto no trigêmeo, as três raízes neurais que foram afetadas e o impacto que isso tem na minha vida.

Antes, eu era uma pessoa cheia de energia, sempre animada e pronta para fazer qualquer coisa. Mas agora, não tenho ânimo para nada. A esperança às vezes se esvai, como se eu estivesse fora do meu lugar, como se alguém tivesse roubado a minha vida. Eu caí abruptamente do topo de tudo o que eu tinha e do que eu era.

Antigamente, eu acordava cedo, ia para a faculdade, depois para a academia e à noite fazia trabalho voluntário no hospital. Mas agora, tudo isso parece impossível. Essa energia está sendo drenada pela dor.

Será que tudo isso é uma ilusão? Não consigo nem fazer uma escova no meu cabelo, sair para ir ao cinema, sair de casa para encontrar meus amigos. Não consigo estar com as pessoas que amo. A medicação que tomo me deixa completamente sonolenta e já me alertaram para o risco de não poder engravidar por causa dela.

Tenho passado por momentos difíceis, como quando tive uma parada respiratória. Todos estão ficando, mas eu continuo aqui, lutando. Tudo o que eu planejei não foi apenas para mim, mas para as pessoas ao meu redor. Coisas simples, como sair para tomar um sorvete, parecem inalcançáveis.

Eu me sinto sozinha e preciso de apoio. Preciso de uma comunidade, de uma célula onde eu possa congregar. Fora do corpo, sinto que vou apodrecer. Minha casa é a minha igreja, são meus irmãos, é a casa do meu Pai. Não consigo viver sem Jesus, é através dele que dou minha vida.

Como amiga, tento ajudar todos os dias. Visitá-la, leva-la ao médico, fazer o que eu posso. E também tento divulgar a situação. Talvez, se as pessoas vissem a crise atravessando a rua, elas entenderiam.

Eu conheci a crise antes, era uma pessoa super ativa, que ajudava a todos sem hesitar. Trabalhava para a obra de Deus. Ver ela nessa condição é doloroso. Ela não consegue nem beber água sozinha, ir ao médico sozinha, cuidar de si mesma.

Eu imagino que, se para mim é difícil ver a situação, para ela deve ser ainda pior. Ela trata a mãe dela, a família dela. Hoje ela não pode mais fazer nada sozinha, mas tudo o que ela fez no passado foi perguntado.

Nesse momento, ela precisa do socorro físico das pessoas, precisa ser abraçada. Por isso, tenho pedido ajuda através de uma vaquinha. Com esse valor, ela poderá pagar as dívidas que acumulou e também fazer a próxima cirurgia para reconstruir o rosto.

Ela vai precisar de fisioterapia e de continuar no tratamento. Além disso, eu também quero voltar para a faculdade e rever meus colegas e professores. A ajuda de vocês será fundamental para ela e para mim.

Fonte: Neuralgia do trigêmeo | DTUP por Rede Super de Televisão