Pular para o conteúdo

Pré-eclâmpsia: causas, sintomas e tratamento

  • por
  • posts

Pré-eclâmpsia na Gravidez

Olá, bem-vindo ao nosso canal no YouTube que fala sobre obstetrícia e suas complicações e normalidades. Meu nome é Claudinei Bombeiros, sou médico regularmente inscrito no Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná sob o número 13642. Não há nenhum conflito de interesses da minha parte, e essas informações são fornecidas seguindo a orientação do meu código de ética.

No vídeo anterior, conversamos sobre hipertensão arterial crônica e gravidez. Hoje, neste vídeo, vamos conversar sobre outro tipo de hipertensão que surge durante a gravidez, chamada pré-eclâmpsia.

Na hipertensão arterial crônica, a paciente já era hipertensa antes da gravidez. Já na pré-eclâmpsia, a paciente desenvolve pressão alta exclusivamente durante a gestação. Portanto, a definição de pré-eclâmpsia é totalmente diferente da definição de hipertensão arterial crônica.

Basicamente, para considerarmos que uma grávida está tendo pré-eclâmpsia, são necessários quatro fatores:

  1. Ela está grávida após a 20ª semana de gestação. Antes disso, se ela não tinha pressão alta, é provável que ela fosse uma hipertensa crônica não diagnosticada.
  2. Ela precisa ter pressão arterial elevada após a 20ª semana de gestação.
  3. Precisa ter proteína na urina.
  4. Precisa estar inchada.

O diagnóstico de pré-eclâmpsia é feito basicamente por edema, proteína na urina e pressão arterial elevada após a 20ª semana de gestação.

Essa é uma situação extremamente grave e a mais grave complicação que acontece durante a gravidez. Se não for adequadamente conduzida e avaliada, pode evoluir para duas situações extremamente graves e potencialmente fatais para a gestante e o bebê:

1. Eclâmpsia: a paciente começa a apresentar crises convulsivas, semelhantes às de quem tem epilepsia.

2. Síndrome HELLP: engloba alterações nas plaquetas, fígado e sistema de coagulação, podendo gerar uma situação potencialmente fatal por causar hemorragias maciças na mãe e, muitas vezes, na placenta. Isso pode levar à perda do bebê.

A pré-eclâmpsia é uma doença que não tem cura durante a gravidez. É uma doença que precisa ser acompanhada de perto e seu grau de comprometimento tanto para a mãe quanto para o bebê. Muitas vezes, é necessário antecipar o parto para resolver o problema relacionado com a gravidez e consequentemente resolver a hipertensão relacionada com a gestação.

Muitas vezes, as mulheres com pré-eclâmpsia são internadas e medicadas com medicamentos específicos para essa situação. Após estabilizar o quadro, a gestação é interrompida por meio de indução de parto ou mais comumente por cesariana.

Muitas vezes, essas pacientes têm um nascimento prematuro e exigem que o bebê seja internado em uma UTI neonatal devido à prematuridade. A mãe também pode ser observada em uma UTI materna por 24 a 48 horas para monitorar a evolução da hipertensão e evitar complicações após o nascimento do bebê.

Normalmente, a pressão arterial retorna ao normal lentamente após o nascimento do bebê. Algumas mulheres têm sua pressão relativamente normalizada após uma ou duas semanas, enquanto outras podem demorar mais. Raramente, uma paciente que teve uma pré-eclâmpsia continuará hipertensa posteriormente.

É importante ressaltar que não há como prever a pré-eclâmpsia na maioria dos casos. Existem exames de ecografia que podem ser realizados com 12 semanas de gestação para avaliar a circulação nas artérias uterinas e dar uma pista se a paciente tem chances de desenvolver pré-eclâmpsia. Dependendo dessa análise, podem ser introduzidos medicamentos para minimizar as chances da pré-eclâmpsia ocorrer. Além disso, um controle pré-natal diferenciado deve ser estabelecido para aquelas pacientes em risco de pré-eclâmpsia.

Existem alguns grupos de mulheres que têm uma chance um pouco maior de desenvolver pré-eclâmpsia, como as grávidas adolescentes, as grávidas mais idosas, as grávidas de gêmeos e as que possuem algumas doenças vasculares, como o lúpus ou hipertensão. É por isso que é importante buscar orientação obstétrica antes da gravidez e realizar uma análise completa do histórico e doenças para ter uma ideia se há uma chance maior ou não de complicação durante a gestação.

Obrigado!

Fonte: Pré Eclâmpsia por CLAUDINEI LONDERO