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Polícia prende chefes do tráfico de drogas e armas na fronteira Brasil-Paraguai

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Violência na fronteira Brasil-Paraguai

A polícia colocou atrás das grades importantes chefes de organizações criminosas que atuam no tráfico de armas e drogas no Brasil e também do Paraguai, mas essas prisões não pararam a violência na fronteira, que fez novas vítimas neste final de semana.

No lado paraguaio, quatro pessoas que estavam em um carro foram executadas com mais de 100 tiros quando saíam de uma festa em Pedro Ruan Caballero. Uma das vítimas é Highway Azevedo, de 21 anos, filha do governador da província que faz fronteira com o Brasil.

Em Ponta Porã, no lado brasileiro, o vereador Farid Afife foi assassinado em frente a uma loja de carros. Pouco antes, ele havia publicado um vídeo nas redes sociais contando o percurso que faria em um passeio de bicicleta.

As polícias dos dois países estão investigando se há relação entre os crimes. Aqui também é investigada a prisão de dois chefões do tráfico, especialistas em explosivos, que têm ligação com a quadrilha de assaltantes de banco que impôs o terror em Araçatuba, interior paulista.

Esses dois criminosos foram pegos em flagrante depois de uma investigação internacional na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul, com uma grande operação conjunta em parceria com as polícias dos dois países.

Na capital paulista, em uma chácara da periferia, outros chefões do tráfico também foram presos. Uma denúncia anônima levou policiais a estourarem o local. No confronto, duas pessoas morreram, incluindo o irmão de um dos chefões presos na fronteira com o Paraguai.

Segundo a polícia federal, as ações na fronteira e na zona sul de São Paulo têm o mesmo objetivo: fechar o cerco ao esquema que alimenta o poder financeiro das organizações criminosas.

“Nós atuamos muito para a prisão dos dois cabeças do grupo. Nós não ficamos só atrás da pessoa que leva uma droga ou outra. Nós vamos atrás de toda a organização criminosa”, afirma a polícia.

Agentes da Secretaria Nacional Antidrogas também estão buscando por suspeitos de atuarem no narcotráfico.

No lado brasileiro, em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, a polícia chegou a nomes importantes da maior facção criminosa do Estado de São Paulo. O novo líder da facção, Anderson Meneses de Paula (conhecido como Tuca), foi preso juntamente com a esposa. Um segundo chefão do crime, William Meira do Nascimento (conhecido como Bruxo), também foi preso em sua casa.

Tuca e Bruxo são suspeitos de terem aterrorizado Araçatuba, no interior paulista, durante um mega assalto no último dia 30 de agosto. A quadrilha especializada em roubo a bancos atacou três agências bancárias da cidade e espalhou artefatos explosivos pelas ruas. Reféns foram usados como escudos e três pessoas morreram, enquanto cinco ficaram feridas.

Além da suspeita de ataque às agências bancárias no interior de São Paulo, os presos também são responsáveis por uma onda de violência na região de fronteira entre Brasil e Paraguai.

Segundo a polícia federal, Tuca era o chefe de um grupo de extermínio conhecido como “Crime da Fronteira”. As investigações apontam que o grupo comete ataques na fronteira entre os dois países para se vingar de execuções cometidas por facções que disputam o domínio do tráfico na região.

Entre os grupos de extermínio está o chamado “Justiceiros da Fronteira”, uma espécie de milícia que faz justiça com as próprias mãos. Uma das características desse bando é matar suas vítimas com requintes de extrema crueldade, além de deixar bilhetes assumindo a autoria e avisos de novos ataques.

A fronteira seca com o Paraguai é apontada como uma região estratégica para o narcotráfico, pela facilidade de acesso entre os países. Há uma disputa constante naquela região para ter o domínio dessas rotas, onde as drogas e armas são escoadas para o interior do Brasil, inclusive para serem exportadas para a Europa e África.

A polícia descobriu que há uma relação de sangue entre os grupos criminosos, já que o irmão de Tuca, Rogério Menezes de Paula, foi morto durante a operação policial na capital paulista. Na chácara da periferia, foram encontrados munição, coletes à prova de balas, granadas e uniformes da Polícia Civil, o que indica que era um dos locais que a facção criminosa utilizava como base em São Paulo.

Em depoimento à polícia de Ponta Porã, Tuca negou qualquer envolvimento com atividades criminosas e disse que estava na cidade para que a esposa realizasse uma cirurgia plástica.

Essa operação bem sucedida mostra como os braços do crime organizado se espalham pelo país, tornando o trabalho dos policiais ainda mais desafiador.

Fonte: Operação da polícia prende chefes do tráfico de drogas e armas que atuam na fronteira com o Paraguai por Domingo Espetacular