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Pneumotórax: Principais diagnósticos para dor torácica – Aula MR

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oi e aí pessoal, tudo certo? Vamos continuar aqui o nosso diagnóstico diferencial sobre a dor torácica e hoje nós vamos falar sobre o pneumotórax, então primeiro de tudo, o que é o pneumotórax? Nada mais é do que a presença de ar no espaço pleural, então nós vamos ter agora ar na cavidade pleural que antes a gente tinha um líquido, lembra? Uma pequena quantidade de líquido que era necessário para não ter o atrito entre as pleuras. Agora a gente vai ter ar nesse espaço. Para a gente pode ter dois tipos basicamente de pneumotórax: pneumotórax espontâneo, que vai gerar um pneumotórax simples na maioria das vezes, e pneumotórax traumático, que na maioria das vezes vai acabar ocasionando pneumotórax hipertensivo.

O pneumotórax espontâneo não é aumente a um pneumotórax associado a um paciente que já tem alguma condição de base. Por exemplo, paciente que já foi tabagista por longa data ou até ainda é, se desenvolveu DPOC e tem enfisema no pulmão. Alguma dessas bolhas de enfisema pode romper e gerar um pneumotórax simples. Além disso, paciente que tem fibrose cística também pode ter pneumotórax espontâneo. Ou um paciente que já teve tuberculose pulmonar e ficou com uma bolha na pleura, pode fazer pneumotórax. Em endometriose, em pacientes do sexo feminino, lembra que a endometriose é a implantação de endométrio em vários locais do corpo, inclusive essa implantação de endométrio pode ocorrer no pulmão, fazendo o tipo de pneumotórax que se chama pneumotórax catamenial. É uma condição menos comum, mas que pode acontecer. São essas as condições de base que normalmente podem fazer com que o paciente curse com um pneumotórax espontâneo.

No pneumotórax espontâneo, o paciente vai ter uma dor torácica moderada, do tipo pleurítica. Ou seja, o paciente vai referir que quando respira fundo, ele sente a dor no hemitórax afetado. Novamente, não é uma dor extremamente intensa, é uma dor mais moderada. No exame físico, a gente pode ver algumas alterações. Lembra que tem ar na cavidade pleural, então a gente pode ter redução do murmúrio vesicular, a gente pode ter redução do frêmito toracovocal, e na percussão a gente pode ter um hipertimpanismo. Às vezes nem aí, não chega a ser um hipertimpanismo porque a gente tem pouco ar na cavidade pleural, mas você pode ver aí um pouco mais de ressonância. E isso vai ser o pneumotórax simples, que vai estar associado ao pneumotórax espontâneo. Quando a gente faz raio-x de tórax, a gente vai ver além do pneumotórax e faz o diagnóstico mais efetivo.

Às vezes, esse diagnóstico, esse pneumotórax simples, não precisa nem ser internado, ele vai sendo reabsorvido. Mas em alguns casos que tá dando sintoma, ou que a gente tem um pouco mais de ar e parece um pouco maior, a gente precisa realmente fazer a drenagem do tórax desse paciente.

Agora, vamos para o pneumotórax hipertensivo, que é o pneumotórax que vai causar preocupação na gente porque ele pode deixar o paciente em perigo. Você não quer que isso aconteça, né? Vai estar relacionado principalmente ao pneumotórax traumático. O que é o pneumotórax hipertensivo? É uma quantidade muito grande de ar na cavidade pleural. É como se o pulmão “furasse”, não chega a furar, mas você tem por exemplo um trauma na costela que acaba saindo ar do pulmão e depois se sela. O que é que esse ar vai fazer? Comprime o pulmão do hemitórax que tá tendo o pneumotórax. E conforme ele se comprime, o que é que vai acontecer? Esse ar todo vai fazer pressão contra lateral. E aí vai ter um desvio das estruturas. Que estruturas são essas? A traqueia e o mediastino. No exame físico, a gente pode ver o desvio da traqueia. E vai ter também a sinal de Collabamento de veia cava superior, a gente pode ver aí que já é um sinal de obstrução. O paciente pode estar evoluindo para choque obstrutivo. Lembra que o pneumotórax hipertensivo é uma causa de choque. O paciente vai ter sinais de choque então alteração do tempo de perfusão, porque a gente pode já tá constando com hipotensão, por exemplo. Então lembra dos sinais de choque, para a gente ver se não tá evoluindo para uma gravidade.

Como é que a gente vai tratar esse pneumotórax hipertensivo? A gente vai precisar aliviar essa pressão do pneumotórax, então a gente precisa fazer uma punção de alívio. Essa punção de alívio pode ser feita no segundo espaço intercostal na linha hemiclavicular ou no quinto espaço intercostal na linha axilar média. É onde a gente vai colocar um dreno de tórax. Se não precisa drenar muito, porque tá com quantidade de liquido que é pra drenar só ar, então… Esse vai ser o tratamento imediato e depois o tratamento definitivo para o pneumotórax hipertensivo.

A dor torácica do pneumotórax hipertensivo vai estar muito mais intensa, claro que vai ser muito maior do que a dor torácica do pneumotórax simples relacionados a fratura e espontâneos. Então a gente já tem que lembrar, né? Que vai estar muito maior e o paciente vai estar cursando com sinais de insuficiência respiratória, porque um pulmão dele tá totalmente colabado. Então essas vão ser basicamente as características para a gente pensar em pneumotórax hipertensivo como sendo uma causa de dor torácica.

O tratamento a gente vai fazer é aliviar essa tensão do pneumotórax, a punção de alívio no segundo espaço intercostal na linha hemiclavicular do hemitórax afetado e a drenagem de tórax a gente vai fazer no quinto espaço intercostal na linha axilar média.

Fonte: Pneumotórax – Diagnósticos diferencias da dor torárica – Aula MR por Medicina Resumida