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Perigo do mercúrio: alerta de pesquisadores da Fiocruz.

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Contaminação por Mercúrio: Uma Ameaça à Saúde Pública

A principal fonte de contaminação para a população, envolvida diretamente quando se trata de consumo de peixes contaminados. Estudos revelaram que em todos os países avaliados, os níveis de mercúrio, embora não muito elevados, estavam presentes nas amostras de peixe. O hábito de consumir peixe é especialmente comum entre indígenas, que consomem grandes quantidades durante determinadas épocas do ano. É por meio desse consumo que o mercúrio entra no organismo humano, e níveis elevados podem ter consequências sérias para a saúde, principalmente no sistema nervoso central.

Além das repercussões sobre o desenvolvimento intelectual e cognitivo, a contaminação por mercúrio também pode resultar em problemas motores, como fraqueza muscular e dificuldades de locomoção. Essas consequências são ainda mais alarmantes em crianças e mulheres, que podem sofrer de forma mais intensa os efeitos crônicos dessa contaminação.

A contaminação crônica ocorre quando as fontes de exposição permanecem dentro da aldeia, com a produção de mercúrio contaminando o ambiente e os peixes. A população, ao se alimentar constantemente desses alimentos contaminados, acaba acumulando mercúrio em seus organismos ao longo do tempo. Os índices de contaminação, mesmo que não atinjam níveis ideais, podem trazer riscos significativos para a saúde pública.

Aqueles que apresentam maior risco de contaminação são os garimpeiros, que possuem uma maior proximidade com o mercúrio presente no local de mineração. É fundamental que as medidas de retirada do garimpo sejam adotadas, evitando-se, assim, a contaminação contínua do meio ambiente e a saúde das pessoas. Além disso, é essencial ampliar as investigações ambientais, incluindo análises de diversas formas de vida afetadas pela contaminação, como peixes, outros animais, sedimentos e amostras de água.

Para um monitoramento mais eficaz dos níveis de contaminação, é necessário realizar um mapeamento detalhado do território, incluindo a avaliação de outros indicadores de saúde das populações indígenas. Infelizmente, essas populações ainda vivem em condições precárias, com indicadores de mortalidade infantil e prevalência de doenças infecciosas e parasitárias mais elevados em comparação com a população geral. Por isso, é imprescindível avaliar o impacto dessas doenças na contaminação e buscar soluções para melhorar as condições de vida.

Outra recomendação importante é a avaliação clínica individual, priorizando aqueles com maiores níveis de contaminação, principalmente crianças. Além de avaliações clínicas, exames complementares, como análises sanguíneas e ressonâncias magnéticas, devem ser realizados para uma compreensão mais precisa da extensão dos danos causados pela contaminação.

Em suma, a contaminação por mercúrio representa uma séria ameaça à saúde pública. É preciso tomar medidas urgentes para combater essa contaminação, retirando o garimpo das áreas indígenas, ampliando as pesquisas ambientais e garantindo a saúde e o bem-estar das comunidades afetadas.

Fonte: Pesquisadores da Fiocruz alertam para o perigo do mercúrio por Instituto Socioambiental