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Padre Léo: História da colite que o afetou e como superou

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Eu vou contar uma coisa que aconteceu comigo, vou revelar de coração. Eu nunca passei tanta vergonha na minha vida. Eu tinha uma enfermidade no intestino chamada colite, e o que é engraçado nas doenças é o nome, né? Se você ler uma bula, você fica impressionado. A colite é uma inflamação do cólon.
Boa noite, estilo! E aí, precisava fazer um exame. Eu precisava fazer uma chata, uma bateria… uma chapa das tripas. Você já bateu chapa do pulmão, né? Vai lá, a gente só abre a camisa, encosta assim, antigamente, para arrumar emprego, tinha que levar a chapa do raio-x, né? Para lá.
Ah, e a nossa espera. Cada um estátua lá e a mulher tá aí, correndo lá fora, pronta pra escrever a biografia… cantando, batendo uma chapa do intestino. Tá bom, e sabe o quê? Tem que vir um dia antes, tá? Ensinar a preparação. Fui lá na frente, no hospital lá em São José dos Campos. Tomara que aquela moça não tenha desistido…
Ah, e já foi! No hospital, olha só, tem que tomar 4 colheres de óleo de rícino. Hoje de noite, tem que tomar um vidrinho de leite de magnésia. Durante o dia, não pode comer nada, só tomar um suco de laranja coado. Oi, calma! O óleo de rícino é medonho. E aqui, tem um cheiro pavoroso. Só de pensar nele, já me embrulha o estômago. Fala sério, mandaram tomar, né? Eu tô com dor, está saindo sangue, não controlo a situação física.
E isso fazia tempo que eu estava com esse problema. Bom, então antigamente, gostava de usar macacão. Parei na época com grades cobrando. E aí… No dia seguinte, fui para o hospital cedo, depois daquela noite inteirinha sem dormir. Porque é impressionante o que, olha aí, a gente descobre quanta bobagem tem dentro da gente, né? Louco, você sai de lá de volta, meio abatido, meio assoberbado. Mais ou menos umas 15h, a safra está aí. A Senhora São Luís mandou me levar, tomei.
Cheguei lá, entrei na sala. A enfermeira veio com o embrulhinho azul e falou: “O senhor, por favor, tira a roupa e vista-se com esse aventalzinho.” Eu tirei a roupa e fiquei de cueca. E pô, sou eu! Era bem mais gordo que aquele aventalzinho, não é? A chave ficava aqui. Bom, então eu fiquei aqui, meio envergonhado. Eu me mostrava, né? Vai que o que houve? Por que eu fui gestar tanto? Que ele via o visitante, eu tinha vontade de ser magro naquela hora, pra não ter que fechar aquela coisa. Eu fiquei assim, meio à vontade. Aí ela chegou e falou: “Ei, Jonathan, tá o vestido de trás pra frente?”
E aí eu fiquei imaginando… atrás,? As costas todinhas livres, o pobre tem que ser sem cueca! E ai, gente, eu queria morrer de vergonha, mas eu não tinha nem força pra sair dali. Eu fui rezando, pedindo a Deus nosso Senhor que me desse essa ajuda. Cheguei a vestir aquilo, imaginem, mas ainda puxei aqui atrás. Aquilo parecia que estava grande, largo. E eu fiquei meio desfazado assim, né?
Ela chegou e falou: “Senhor, pode deitar aqui, por favor.” Vou deitar. Ela falou: “Se não, é debruçar-se.” E eu fui… eu fui ter que fazer a assepsia, que você precisa fazer antes da gente. A mulher começou a raspar. Eu queria morrer. E a hora que começou a lavagem? Nossa Senhora! E eu entrava… Minha carne aqui, travesseirinho aqui… meu Deus, leva eu agora! Eu tô preparado, leva!
E agora, na hora da boa hora de morte, é agora? Bom, aquela mangueirinha não tinha um meio de pensar pra lavar. E a mocinha faz um show, faz relaxar. E a gente tá acostumada… foi… vou ver meu filho. E aí, com muito custo, já começou a despejar. Acho que era soda cáustica, ver sulfúrico! E a vontade começou a pressionar, e eu falei: “Moça, eu não tô controlando a ver-não. Só pode usar que eu vaso!” E eu falei: “Com a senhora quiser, então, tásua agora.” O louco só dá licença. Cadê o Luiz? Eu tava lá ainda. Ele não.
E quando acabou aquele sacrifício e me levaram pra sala, deitado na cama, debruçado, com aquela esparadrapo, começaram a despejar o contraste. E depois um chacoalhão assim, baqui… em contraste entrou na frente. Olha que a gente é capaz de fazer para salvar o intestino da gente, a pele salvar a nossa alma que a gente é capaz de fazer. Eu fui capaz de ficar pelado, deixar a mulher fazer, simplesmente ia lá em mim, um serviço que eu nunca vi na vida. Se Deus quiser, a gente vai pra cima, nunca poder. Tomara que ela não reconheça que é eu… melhor ainda. E estranha, estranha.
E agora, quando chega na hora de rasgar meu coração, só aquele padre lá… não vou não, naquele outro pago não vou não. Eu vou contar para o padre, não aí eu não conto para o pago, pior, eu não conto para Deus. O padre está dizendo: “Confiai-lhe todas, todas significa…”
Fonte: Padre Léo: Conta sobre quando teve colite. por Rosivane Ribeiro