Pular para o conteúdo

Operação policial revela bastidores da desmantelação de delivery de drogas

  • por
  • posts

Exclusivo: os bastidores da operação policial que colocou um ponto final em um esquema criminoso milionário com a ajuda da tecnologia.

A Quadrilha montou um verdadeiro delivery de drogas que funcionava dia e noite, um sistema complexo que movimentava milhões de reais e dava ao líder do bando uma vida de luxo e ostentação.

Uma mega operação policial desmantelou um esquema milionário de tráfico de drogas e revelou como uma quadrilha usava a tecnologia para vender entorpecentes a qualquer hora do dia ou da noite, sem levantar suspeitas.

Tudo sob o comando de um homem que vivia a mais de 2.000 km de distância e ostentava uma vida de luxo.

Os bastidores da operação

Dois homens conversam em um carro estacionado num cruzamento movimentado ou se cumprimentam rapidamente em um parque.

As cenas que você acaba de ver parecem registros corriqueiros, mas revelam um complexo esquema de venda de drogas na capital e na região metropolitana de Goiânia.

Isso aqui era tudo que a quadrilha precisava para fazer girar um verdadeiro delivery de drogas usando apenas um aparelho celular. Eles recebiam pedidos por mensagens de texto e entregadores que atuavam 24 horas por dia, sete dias por semana, garantiam a entrega de entorpecentes na porta de casa em poucos minutos.

Essas imagens mostram como a quadrilha operava. Uma vez por semana, os entregadores recebiam uma remessa de entorpecentes prontos para a venda, cerca de 250 papelotes de cocaína para cada um.

Os encontros ocorriam à luz do dia, em ruas movimentadas.

Nesse outro flagrante, o motoqueiro pega a droga, coloca o endereço de destino e segue para fazer a entrega.

Uma escala de serviço é necessária, por conta da necessidade de não interromper as entregas. Ela é de segunda a segunda, funcionava todos os dias. Eles colocavam, em média, de dois a três entregadores diariamente.

Durante mais de um ano, as autoridades acompanharam os passos da quadrilha nas ruas e também na internet. Até anúncios falando da chegada de novos carregamentos foram identificados pela polícia. Aqui, a cocaína é chamada de “peixe”. Em outras publicações bem mais explícitas, os criminosos exibem grande quantidade de entorpecentes.

Da Silva é apontado como líder histórico. Ele mostra que em 2012 ele estava envolvido com uma facção criminosa voltada para o tráfico de drogas, mas resolveu abandonar e montar seu próprio sistema de entrega. Após uma tentativa de homicídio, ele se mudou para Santarém, no Pará, onde mantinha uma vida de alto padrão.

Para segurar o funcionamento do esquema a mais de 2.000 km de distância, ele contava com um braço direito em Goiânia, Vinícius de Souza Gomes, conhecido como “batutinha”.

Nas imagens, ele aparece segurando uma pistola e também comprimidos de ecstasy.

Outro nome importante dentro do grupo é Diogo Caetano de Souza. Em escutas autorizadas pela justiça, ele mostra controle sobre o sistema de refino e distribuição dos entorpecentes.

O outromenino tá subindo, que é 200 para hoje, para amanhã. Aí tem que arrumar mais uma mistura. Como é que tá aí? Já terminou isso aí? Vai entregar a mercadoria agora? 4 horas já, entra os outros para entregar também. Nossa!

Quem repassa as drogas para os entregadores a serviço da quadrilha é Alef Misael Camargo. Nessas imagens, ele aparece de camiseta e bermuda, saindo de um carro e entrando no próprio veículo. Depois de deixar o lote semanal de cocaína pronto para entrega, as autoridades também chegaram a ele.

A pesquisa é comandada por mecanismos financeiros que identificam uma demanda crescente por esses aplicativos, principalmente ricos de poder aquisitivo.

Raposa se encarrega de organizar empresas laranja e fazer circular o dinheiro movimentado pelo tráfico. Essas empresas efetivamente funcionavam e tinham atividade regular, mas eram primordialmente objeto de remessa desses dinheiros dos traficantes.

Pelo menos 12 entregadores foram identificados como parte do esquema. As investigações começaram depois de uma denúncia anônima feita em janeiro deste ano.

Na primeira fase da operação, um laboratório de refino das drogas foi fechado e mais de 5 kg de cocaína e pasta base foram apreendidos.

Mas foi só na operação desta semana que membros do grupo foram presos. Foram cumpridos 19 mandados de prisão e 38 de busca e apreensão. 16 pessoas foram detidas. Cinco membros da quadrilha continuam foragidos.

Além disso, 25 carros, a maioria de luxo, imóveis, motocicletas, motos aquáticas e armas de fogo foram sequestrados pelas autoridades. Até o fim das investigações, a polícia também apreendeu joias e mais de 245 mil reais em espécie.

No total, o prejuízo chega a casa dos 7 milhões de reais. O líder da quadrilha, Cristiano, enfrenta acusações de tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa, que podem resultar em até 33 anos de prisão.

A grande maioria dos envolvidos já está detida, com prisão por período indeterminado. Com a conclusão do inquérito, espera-se a condenação de todos os envolvidos.

Fonte: Acompanhe os bastidores da operação policial que colocou um ponto final em um delivery de drogas por Domingo Espetacular