Pular para o conteúdo

O Melhor Presente Que Já Ganhei de Uma PACIENTE | Histórias RENAIS Episódio 2

“Histórias Renais” é uma série de 5 episódios onde o Dr Roberto conta a história de alguns pacientes que atendeu nos últimos 20 anos como Nefrologista.

Sejam bem-vindos as histórias reais uma série de cinco episódios do canal nefrologista onde o conto para vocês as melhores histórias dos pacientes que eu atendi nestes últimos 20 anos as histórias aqui contadas são verídicas mas por questões éticas ea privacidade dos nossos pacientes os nomes são fictícios espero que vocês gostem dessa série e vamos ao episódio

1 e aí e no dia primeiro de julho de 2004 eu estava realizando um grande sonho profissional que era ser contratado pelo hospital israelita albert einstein após um longo processo seletivo eu fui então designado para a unidade vila mariana que comportava o residencial israelita albert einstein e uma pequena enfermaria para os pacientes do programa de transplantes do hospital

O residencial tinha capacidade para cerca de 150 idosos a maioria deles da comunidade judaica e por uma questão lógica a maioria dos médicos contratados juntos de mim eram geriatras eu era o único nefrologista dessa equipe no meu primeiro dia de residencial houve uma reunião chamada de integração essa era uma reunião para gente se apresentar então os médicos se

Apresentavam para os outros para o público eu tava dos idosos e também os outros profissionais de saúde além dos coordenadores chefes equipe de enfermagem entre outras pessoas eu estava ali sentado no auditório e depois de alguns minutos de reunião eu senti um culto cãozinho aqui nas minhas costas olhei para trás e era uma funcionária do residencial que falou assim

O senhor é o doutor roberto né eu falei sim sou eu o nefrologista né eu falei sim eu mesmo então doutor sabe aquele idoso aquele senhor que está sentado ali no cantinho ali aquele ao senhor luiza o senhor depois da reunião por favor dá uma palavrinha com ele eu fiquei curioso sim posso conversar com ele mas por qual razão seria né e ela me respondeu sabe doutor ele

É casado com a dona rebeca dona rebeca uma senhora diabética que faz hemodiálise três vezes por semana e quando o seu luiz descobriu que até um nefrologista aqui na equipe verificou ma e ele não via a hora que chegasse o primeiro dia de vocês aqui e ele está aguardando ansiosamente para conversar com a senhora eu que já estava um pouco preocupado afinal hospitais

Desse nível tem um alto nível de cobrança fiquei pensando poxa vida agora coisa complicou né já tô com uma baita responsabilidade logo no primeiro dia e a reunião acabou e aí eu fui a direção do seu luiz bater um papo e para mim a grande surpresa foi muito 10 foi bacana o nosso primeiro encontro o seu luiz era um senhor muito simpático muito tranquilo ele tinha um

Amplo conhecimento da doença da dona rebeca que era sua esposa e aí ele me explicou que ela já fazia hemodiálise há três anos numa clínica aliás que era muito perto ali do residencial e na sequência nós vamos então conhecer o quarto do casal a dona rebeca se mostrou uma pessoa bastante simpática e bastante carinhosa uma pessoa que parecer ter uma força interior

Muito grande força espiritual eu digo mas ao mesmo e fisicamente bastante debilitada pela doença além da doença renal crônica dona rebeca tinha outras complicações do diabetes como a neuropatia diabética que o acometimento dos nervos das pernas e ela também tinha a retinopatia diabética cometimento dos olhos então ela na maior parte do tempo ficava ou deitada ou

Sentada numa cadeira de rodas ela tinha uma grande dificuldade para andar por conta dessas complicações e embora a instituição fornecesse um cuidador para dona rebeca o seu luiz era uma espécie de um cuidador especial ele era aquilo que podemos chamar de leão de chácara aquele guardião da dona rebeca que não deixava que nada de mal acontecesse com ela e tendo como

Características principais um homem muito zeloso muito desconfiado muito exigente com tratamento da sua esposa mas ao mesmo e muito diplomático muito inteligente e sinceramente é um cara que nunca deu problema para toda equipe uma coincidência nesse caso é que a clínica de hemodiálise onde a dona rebeca se tratava era muito perto ali do residencial e era coordenada

Pelos meus professores e nefrologia da unifesp e isso acabou sendo muito bom para todos principalmente para dor na rebeca porque ela teve oportunidade de ter o seu médico dentro do residencial um nefrologista contratado pela instituição cada médico ali teria uma lista de paciência para acompanhar e a dona rebeca por questões óbvias ficou com o nefrologista para o seu

Luiz também foi ótimo porque ele se sentiu muito mais seguro tendo um nefro dentro do residencial para os médicos lá da clínica de diálise e também foi bom porque eles passarão a contar com um nefrologista dentro do residencial sem no braço direito deles então quando eles precisavam solicitar algum exame o preparo de exame ou sugerir alguma mudança de medicamento

Na prescrição dela eles tinham com quem contar lá dentro e para mim também foi ótimo porque eu sempre tive uma grande confiança nessa equipe de colegas e nessa clínica onde ela se tratava então acaba sendo um período muito legal para todo mundo e dessa forma o tempo ocorreu nesses quatro anos que eu trabalhei la foi um período muito interessante o senhor luiz ele

Sempre se relacionou bem comigo com os colegas da diálise e nunca tivemos um problema uma reclamação um mal-estar um desencontro de exames só é muito legal uma coisa que eu gostava muito no seu luiz é que apesar dele ser exigente ele era um homem justo sensato e que sabia a respeitar bem esse limite entre paciente e profissional de tal forma que mesmo quando ele venha

Fazer um questionamento isso era feito de uma forma bem educada e até cheia de humildade aliás pessoal coisa muito difícil de se ver e agora a parte mais interessante dessa história não tem nada a ver com hemodiálise naquele ano de 2005 eu fui sorteado para fazer um plantão da noite de natal do 24 de dezembro que mesmo sabendo que um plantão noturno de uma véspera de

Natal no residencial é bem diferente de dar um plantão no pronto-socorro no monterie o fato é que a gente acaba ficando longe da família quebrando uma tradição que a gente tem há várias décadas é claro que papo vai papo vem o seu luiz acabou descobrindo que eu estava de plantão no 24 de dezembro ele falou para mim olha o doutor quando o senhor for dar o plantão

Dá uma passadinha a noite lá no meu quarto vai ser uma honra receber o senhor e eu confesso para vocês que logo de cara eu não levei muito a sério esse convite porque afinal o senhor luiz era judeu e a gente sabe que o judaísmo é uma religião totalmente diferente o chavismo eles não comemoram natal e não tem nada de errado nisso apenas uma religião diferente e

Aí eu achei que o seu luiz apenas estava sendo educado cordial comigo por conta da chegada do natal até que os dias de dezembro foram passando passando passando até que chegou o dia do meu plantão 24 de dezembro que como era de se esperar o plantão estava bastante tranquilo eu estava ali no meu quarto e quando deu 8 horas da noite o telefone toco e era uma cuidadora

Dizendo o seguinte eu tô todo roberto olha o senhor luiz está pedindo para o senhor subir agora lá no quarto dele então acabei lembrando daquele nosso papo de dias atrás e fui lá no quarto do seu luiz da dona rebeca e aí eu cheguei na frente do quarto dele dei três toquinho’ ali ele abriu a porta muito sorridente muito simpático foi entrando e seu luiz tudo bem

Dona rebeca e eu me deparei com uma das grandes surpresas da minha vida que era uma ceia de natal quem gosta especialmente para mim com direito a um chester quentinho arroz salada de maionese e ainda uma latinha de um azeite extra-virgem top de linha tudo isso comprado especialmente para noite de natal e eu fiquei muito emocionado daquele momento uma coisa que eu não vou

Esquecer nunca porque foi uma das melhores noites de natal que eu já passei na minha vida eu fiquei lá das oito até umas 11 horas da noite batendo muito papo com casal muita história interessante ele contando a história de vida dele eu contando um pouco também da minha história de vida e lá pelas tantas um pouquinho antes de voltar para o meu quarto falei o seguinte

E seu luiz me levaram ao vou fazer uma pergunta que realmente eu sou obrigado a fazer o senhor me perdoa se eu tiver sendo indelicado mas me explica uma coisa sobre isso e o senhor judeu o senhor não segue o cristianismo é uma religião diferente que eu respeito muito mas é uma diferença não eu nunca imaginei que um judeu pudesse comemorar o natal ah quem me fala uma

Coisa por que que o senhor fez tudo isso essa noite e aí ele me respondeu não tô coberto veja bem deus é o único o senhor pode enxergar de um jeito eu posso enxergar de outro e outras religiões vão enxergar de outro jeito mas deus é um só e sim vai ter essas diferenças das simbologias dos profetas e no caso o nosso e moisés e jesus cristo nós respeitamos como

Um profeta mas nós não o seguimos no judaísmo é apenas essa questão então se o senhor comemora natal eu considero como uma pessoa importante da sua família é como se fosse por exemplo aniversário do seu pai pela consideração que eu tenho pelo doutor eu falei assim uma festa para o senhor para os seus familiares a pessoa importante que se eu tivesse na sua vida

E aí pouco depois das 23 horas eu saí do quarto do casal luiz e rebeca com a melhor noite de natal da minha vida e com uma lição de vida com a lição de moral ainda que o seu luis deixou para mim e esse fato foi tão marcante no residencial que na semana seguinte eu acabei encontrando com a coordenadora assistencial e ela falou doutor roberto se eu não tem ideia do

Rebuliço que o senhor causou aqui no residencial na noite de natal foi quê que é bonito que eu causei e ela falou não calma tá tudo bem mas o seu nem imagina o rebuliço que o seu luiz causou por conta dessa noite de natal ele me procurou procurou uma cuidadora e falou vocês tem que me ajudar a fazer essa noite de natal tem que fazer uma senha para o doutor roberto

Aí ele foi junto com a cuidadora lá no supermercado falou com a cozinheira lá do supermercado para assar um chester para pré a salada e ele fez-me mil recomendações lá para o pessoal supermercado a nesses não podem pisar na bola vocês não podem furar eu preciso desse chefe dessa salada do arroz tem que estar tudo prontinho porque vai um médico muito importante

Lá na minha casa eu não posso fazer feio em e até hoje eu fico imaginando como que teria sido essa cena do seu luiz com a cuidadora segurando o chester salada saindo do supermercado pastorinho atravessando a rua domingos de morais que é super movimentada em plena noite de natal realmente pessoal eu fiquei muito emocionado muito gratificado me senti muito valorizado este

Tudo pelo seu luiz pela dona rebeca porque eles realmente foram muito decentes muito dignos em abrirem mão de uma noite deles ali de conforto afinal para eles não é uma comemoração mas pela consideração pelo carinho antes de tudo do profissional mas também pelo ser humano eles têm a ceia de natal para mim sabendo que eu tava longe da minha família realmente uma

Coisa que eu nunca mais vou esquecer na vida e lembrando que tudo isso ocorreu dentro de uma instituição judaica então para eles me oferecerem essa senha de natal com toda essa generosidade cortesia eles precisaram flexibilizar conceitos religiosos ele se mostraram pessoas que não tem nenhum tipo de preconceito realmente uma grandeza espiritual despreendimento que é

O jamais tinha visto até então coisa muito rara de se ver por aí bom e se você gostou dessa história deixa que o seu like compartilhe com seus amigos e ajude o crescimento do nosso canal fazendo a sua inscrição e ativando o sininho das notificações eu volto logo logo com novo episódio dessa série um grande abraço para vocês

Transcrito do video
O Melhor Presente Que Já Ganhei de Uma PACIENTE | Histórias RENAIS Episódio 2 By Nefrologista