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Novos tratamentos para Parkinson trazem esperança aos pacientes da série JR

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Avanços no Tratamento do Mal de Parkinson

Você vai conhecer agora as histórias de pacientes que encontraram esperança nos avanços do tratamento do mal de Parkinson, como a descoberta feita por pesquisadores brasileiros do antibiótico que pode deter a doença e um tratamento com eletrodos para tremores, movimentos involuntários, alteração da fala e na marcha. São muitos os sintomas do mal de Parkinson.

No Japão, cerca de 200 mil pessoas são portadoras da doença. O mal de Parkinson não tem fim, então nosso objetivo sempre é tentar encontrar uma melhora na qualidade de vida em pacientes jovens. Não é comum o diagnóstico de Parkinson em pessoas jovens, mesmo assim, estima-se que 15% dos casos ocorram antes dos 40 anos.

Em São Paulo, um tomógrafo usado durante operações é o mais novo aliado contra a doença. O repórter Edson Ramos acompanhou uma cirurgia. Os sintomas do paciente começaram sete anos atrás, a bola ficava colada ao corpo da pessoa, tentava alçar um calçado mas não conseguia colocar o pé.

O Giovanni passou por vários médicos até confirmar o diagnóstico da doença. Tornou-se uma coisa simples, mas com a evolução da doença, o caminho para o Giovanni é uma cirurgia que visa enviar estímulos elétricos ao cérebro do paciente através do implante de eletrodos. No Hospital Olhos em São Paulo, um tomógrafo de última geração começou a ser usado nos procedimentos, com as imagens maquiando o cérebro. Os médicos sabem as áreas exatas afetadas pela doença e a melhor posição para fixar os eletrodos, que serão ligados a um marcapasso para liberar a corrente elétrica.

“É um ganho real que nos dá uma precisão, uma segurança operatória no posicionamento correto dos nossos dois eletródos durante a cirurgia com anestesia local”, afirma o médico responsável. Durante a cirurgia, o Giovanni permanece consciente para a equipe testar as reações às descargas de eletricidade. Com o tratamento, a Giovana consegue abrir a mão melhor, ele entra bem e consegue melhorar a velocidade e a coordenação dos movimentos. Depois de confirmados os pontos exatos do cérebro que precisam ser estimulados para reduzir sintomas e ao mesmo tempo sem provocar efeitos colaterais, os eletrodos são implantados definitivamente.

“A ideia é que ele volte à atividade de vida diária, à profissão, esse é o intuito, retornar o paciente à sociedade”, diz o médico. Nos laboratórios, os pesquisadores se empenham para encontrar uma droga que vença a doença. Mas às vezes é o acaso que faz os estudos avançarem, e foi o que aconteceu com essa equipe da USP.

Os investigadores estavam na Alemanha em um pós-doutorado, preparavam camundongos para estudar a doença. Mas ao aplicar doses de uma substância para estimular os sintomas do Parkinson, a surpresa: dos 40 animais que já haviam operado, somente dois tinham desenvolvido o que nós chamamos de parkinson. A explicação poderia estar no uso de uma ração correta. Uma colega de laboratório olhou em volta e viu um pacote de ração para animais, perguntou para ele se estava usando aquela ração. Ele respondeu: “É a ração com que eu estou tratando meus animais”. Ela falou: “Presta atenção, é uma ração especial”.

Assim os testes foram repetidos exaustivamente em vários grupos de animais que receberam doses diferentes de antibióticos. Os resultados confirmaram o acaso científico. Pelo menos 80% dos animais não apresentavam mais os sintomas do parkinson. Quatro anos depois, o estudo deu mais um passo importante, o que acabou chamando a atenção da comunidade científica internacional. Não só na Alemanha, mas num hospital público de Paris onde funciona um dos mais importantes institutos do mundo na pesquisa do mal de Parkinson. E mais uma vez os cientistas confirmaram que o simples antibiótico é eficiente, não só na prevenção, mas também na hora de conter os avanços da doença.

Por algum motivo, o antibiótico impede a formação de lesões nos neurônios que produzem a dopamina, um dos neurotransmissores que desempenham papéis importantes na atividade cerebral. Alguns pacientes passaram a usar doses controladas do antibiótico como tratamento complementar. O dia resolveu experimentar. Todos os recursos pareciam não funcionar mais. No primeiro dia, ele achava que tinha piorado porque estava esperando muito e não via nada. Mas a frustração de uma década de barcos se transformou em esperança.

Os primeiros reflexos principais efeito que ele sentiu foi na alimentação. Começou a fazer coisas que antes não conseguia fazer. Estava reforçada. A rigidez estancou. Fui falar e não travou mais. Depois comecei a recuperar peso. Ganhei dois quilos nos primeiros três meses e mais um quilo levado junto. Mais peso, mais energia e disposição. O auxílio sentiu uma leve redução do Parkinson, uma melhora na marcha. Não convenceu nem o médico. Não convenceu comprar um jornal na banca.

Novos mundos se abriram. Nem é oficial, ainda não é reconhecido. Mas o que seria um equívoco na comida de ratinhos de laboratório, na vida dele se tornou um alento que tem ajudado a recuperar a alegria e a independência. “Voltei a sonhar que posso fazer coisas boas ainda, que eu posso ser útil para alguém”. E o Giovanni, que passou pela cirurgia para implantar eletrodos no cérebro há dois meses, agora está ótimo. Ele pode fazer de tudo, seja na bola, na musculação, e acha que pode melhorar ainda mais com a quimioterapia. As dores, a rigidez e os tremores foram embora. Agora é só alegria.


Fonte: Série JR: novos tratamentos enchem de esperança pacientes com Parkinson por Jornal da Record