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Novidades no manejo de metástases hepáticas de câncer colorretal – ASCO 2018

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Otimizando o Tratamento em Pacientes com Câncer Colorretal Metastático

O meu nome é Jogo Goiano, não somente cirurgião oncológico do AC Camargo, mas também secretário geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Estou aqui com o Diogo para discutir alguns conselhos nas áreas de tratamento cirúrgico e quimioterapia no câncer colorretal metastático.

Estudo Retrospectivo sobre a Duração da Quimioterapia Pré-Operatória

O primeiro estudo que queria comentar é um estudo retrospectivo que comparou o tempo de quimioterapia pré-operatória em pacientes com câncer colorretal metastático. Foram comparados pacientes que receberam três meses de quimioterapia antes da cirurgia com pacientes que receberam seis meses de quimioterapia. O estudo demonstrou que os pacientes que receberam três meses de quimioterapia tiveram maiores chances de cura. Isso solidifica um conceito que já temos na prática clínica, que é a importância da quimioterapia pré-operatória na seleção dos pacientes e no aumento das chances de cura. No entanto, mais de três meses de quimioterapia pode ser deletério, pois pode levar ao desenvolvimento de clones resistentes e comprometer o prognóstico do paciente.

Utilização de Duas ou Três Drogas na Quimioterapia

Outra questão importante é a utilização de duas ou três drogas na quimioterapia. Foram apresentados três estudos que analisaram a eficácia de duas ou três drogas em pacientes com câncer colorretal metastático. O primeiro estudo comparou o uso de duas drogas com o uso de três drogas e concluiu que o uso de duas drogas resultou em menos recidivas. O segundo estudo comparou o uso de duas drogas com o uso de três drogas e também não encontrou diferenças significativas. O terceiro estudo comparou o uso de bevacizumabe (anticorpo monoclonal) com o uso de duas ou três drogas e concluiu que o uso de bevacizumabe não trouxe benefícios adicionais. Portanto, parece que usar duas drogas na quimioterapia pré-operatória é o padrão e não há necessidade de adicionar uma terceira droga.

Intensificação do Tratamento com Adição de Terceira Droga ou Anticorpo

A intensificação do tratamento com a adição de uma terceira droga ou anticorpo também foi discutida. Essa estratégia pode ser útil em casos em que é necessário obter uma resposta rápida à quimioterapia. No entanto, estudos mostraram que a intensificação do tratamento não tem trazido benefícios significativos. Portanto, a decisão de intensificar o tratamento deve ser baseada em uma avaliação multidisciplinar e individualizada do paciente.

PET-CT no Estadiamento Pré-Operatório

Foi apresentada uma meta-análise sobre o uso do PET-CT no estadiamento pré-operatório. O estudo demonstrou que o PET-CT não aumenta as chances de cura em pacientes submetidos à ressecção de metástases hepáticas. No entanto, existem casos em que o PET-CT pode ajudar no máximo estadiamento, principalmente em pacientes com doença sincrônica multi-localizada e marcadores tumorais elevados. No entanto, o uso rotineiro do PET-CT deve ser a exceção e não a regra.

Em resumo, é importante realizar a quimioterapia pré-operatória por um período de três a quatro meses para selecionar os pacientes e reduzir a progressão da doença. O uso de duas drogas na quimioterapia parece ser eficaz e não há necessidade de adicionar uma terceira droga. A intensificação do tratamento com uma terceira droga ou anticorpo não tem trazido benefícios significativos. O PET-CT pode ser útil em alguns casos para o máximo estadiamento, mas não deve ser utilizado rotineiramente.

Fonte: Manejo de metástases hepáticas de câncer colorretal – ASCO 2018 por Hospital Israelita Albert Einstein