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No Pará, trabalhadores rurais relatam atentado armado no meio da mata

A região sudeste do Pará é, atualmente, uma das mais violentas do país. Em novembro de 2021, trabalhadores rurais foram vítimas de um atentado armado no meio da mata em plena luz do dia. O ataque foi causado por uma disputa de terra que acontece desde 2002. Com a demora na Justiça, o grupo criminoso decidiu agir com violência. As testemunhas relatam os momentos de terror que vivenciaram.

Pará para explicar por que a região é hoje uma das mais violentas do país e conta como trabalhadores rurais escaparam de um atentado no meio da mata bom então a nossa chegou mesmo tirando a minha sua nós é batendo span cam.do dor e chutaram na minhas costelas ela o rapaz largou a pistola aqui na minha mão chutaram na minha perna o e medo parei fiquei só de lá

Olhando ele se cortando os esteira das casas de motosserra e tacando fogo e e atirando nas moto e queimando e a descrição da cena que você acaba de ouvir parece vinda das páginas de ficção mas tudo isso aconteceu há exatos três meses no dia treze de novembro de 2021 em nova ipixuna no sudeste do estado do pará para mim que ele foi um sequestro né sequestrar nós

Bateram bem e foram deixar mais a distância de um 6041 os trabalhadores rurais integrantes do acampamento são vinícius foram atacado por um grupo armado em plena luz do dia a ação da milícia não foi nada discreta conforme os relatos das vítimas as caminhonetes chegaram todas juntas uma atrás da outra e foram estacionados na beira da estrada os homens desceram a

Pé e entraram pelo terreno já com armas em punho gritando para as vítimas fazendo ameaças e até atirando para cima eles logo se espalharam aqui por todo esse terreno e o local onde os trabalhadores estavam acampados fica dentro de uma fazenda da região é só que a posse da terra está em disputa desde 2002 antes que o juiz decidisse a questão o grupo armado resolveu

Aplicar a própria sentença é uma a gente de vagabundo esse correr se eles matavam atirava para matar se voltasse para lá também eles ia matar não era para voltar mais nele tu foi um dos primeiros a serem capturados aí eu pedi para ele deixar eu sair e levar uma motinha que eu tinha aí um deles falou que não era para levar nada não aí foi chutando a moto e atirando

Na moto na sequência edson também foi pego lá foi bem torturada apanhado é eu até hoje eu vou passar direto mas é assim que eu sinto a costela e eles contam que os soldados desse grupo paramilitar não estavam dispostos a poupar ninguém bateram muito nas pessoas lá eu foi o que apanhei mais pouco minha mulher também apanhou um idoso zinho pegou muita pancada ele e

Com todos os dominados o próximo passo foi expulsá-los do local vai jogar régua do caminhão só quente tá estralando todo mundo de cara para baixo no caminhão depois de algumas horas os trabalhadores rurais foram deixados a cerca de 60 km do acampamento e daí ele chegou lá no lugar mandaram a descer pelo lado esquerdo do caminhão e não era para olhar para ele esse

Áudio foi gravado logo depois que eles foram libertados nós não sabe nem o nós estamos aqui me colocar no caminhão vem para cá ligeiro manda qualquer artigo aí que nós estamos mal que agiliza entra em contato aí com qualquer justice qualquer coisa porque nós estamos precisando nós não sabe onde nós damos um em alguns integrantes do acampamento que conseguiram

Fugir já haviam procurado a polícia a polícia foi até lá e não aparecem no outro dia então agora no mesmo dia por isso não vem não não vem de jeito sozinha se autorização viesse de marabá para eles vim para cá se não viesse eles comem não vier e o episódio deixou marcas alguma no corpo deu deitado lá em baixo tá na minha costela ainda e muitas da memória

Como é que vocês fazem para dormir só cochila estou aqui cochila acorda você acordar os outros dormir e dessa maneira você se sentem protegidos não é que você se encontra jeito alarme jamais sendo protegido de o mesmo com medo edson se disponha nos mostrar o local onde sofreram a emboscada oi aqui é meio entrado e dessa serpentina é e aí e andando pelo terreno é

Difícil dizer que havia o acampamento por aqui ó e aí cheiro de queimado já quer que quer pegar agora e para o prato aí para lá naquela tratores hum hum é só quando chegamos mais perto é que conseguimos encontrar vestígios dos pertences de quem vive aqui uma das motos deles oi como é que foi queimada ainda ficou a carcaça aqui ó a voltar ao palco de um pesadelo

Deixa ainda mais claras as lembranças daquele dia aí nós ainda cochichando ainda apagar ela morreu morreu a mulher mesmo carro assim garanto é mas graças a deus tô vivo um especialista em conflitos agrários o advogado josé batista afonso acredita que o plano dos paramilitares nunca foi matar os trabalhadores rurais é um ação estrategicamente pensada porque um

Assassinato teria uma pressão maior em cima da polícia para que houvesse investigação imediata ele conta que esse tipo de ação violenta tem se repetido na região essa é uma prática já vem sendo utilizada aqui na região aos 45 anos é uma região muito violenta que sempre teve muitos conflitos nos últimos anos essa ação se tornou um pouco mais organizada ou

Seja na forma de uma milícia rural e no ataque ao acampamento são vinícius cerca de vinte e caminhonetes foram usadas pelo grupo armado esses homens chegaram com os rostos cobertos que uns que tá com máscara e tinha outro que tava com a cara pintada de preto e vermelho segundo os trabalhadores rurais apenas dois homens não tentavam preservar a própria identidade e

Você reconhecer alguém carlentini ela e o filho dela arthur ele não tava com rosto pintado não ele não tava só quem tava era os outros que era que ele tinha levado para tirar o nem máscara nem um não tá bom não não tava com mais os trabalhadores rurais acusam carlos e arthur puccinelli atuais donos da fazenda onde eles estavam acampados de coordenar o ataque

Você falou para a polícia a pessoa que você reconheceu falei aí você fala você deu o nome dele eu não igual eu tô dando agora aqui nós fomos até a sede da fazenda chiminelli para procurar carlos ou arthur c oi ninguém responde na casa simples tentamos entrar em contato com eles pelo telefone oi quem tá falando é marcos reis são jornalista da record tv de

São paulo tudo bem carlos chinele atende e aceita falar sobre as disputas na região pode me explicar com calma né aí que a gente pode conversar e você pode me contar com tranquilidade posso sim ele tenta se justificar e num primeiro momento não nega que tem a ligação com os ataques ao acampamento e aí conversou com eles né depois começa as coisas na ri durante

A ligação carlos chinele diz que aceita gravar uma entrevista pessoalmente mas depois indica o advogado para falar em seu lugar e desta vez ele nega que o atual dono da fazenda tem a comandado o ataque aos camponeses não comandou um teve ciência de nada o que aconteceu então nem lá eles tavam não tem prova alguma nada de concreto existe compra ele nem como funciona

O ator thielis thielis é sobrinho de carlos e acusa os trabalhadores rurais de terem cometido o atentado contra sede da fazenda dias antes dos ataques ao acampamento os invasores foram à sede da fazenda o e contrataram aí que para fazendo você está fazendo com tiro pote olha como é que ficou a placa que fica aqui no lugar da janela toda cravejada de bala e não quase

Sentir os é isso não foram mais de sentir os com seu carlos. ser tiago aconteceu o arthur segundo o advogado o caso teria causado revolta na população e o que nós ficamos sabendo depois registo que a povoação dos moradores da redor da cidade de nova ipixuna foram a conversar com eles para tirar e a polícia civil investiga o caso desde novembro mas ainda não dá um

Prazo para conclusão do inquérito em nota informa que sete testemunhas já prestaram depoimento e que outras serão ouvidas e já a disputa sobre a terra terá um novo capítulo em alguns dias dia vinte e três de fevereiro vai ter uma audiência de instrução e julgamento da fazenda tinelli onde vão ser colhido provas depoimentos e aí a partir daí vai ter a sentença

Do juízo a família tinelli acredita que sairá vencedora do julgamento é mas a promotoria agrária da região de ter informações que podem mudar o rumo desse processo o que se tem é que a área da fazenda de nelly seria uma área pública federal que estaria possivelmente régua ampar irmãos particulares e objeto de um conflito com trabalhadores rurais o incra afirma

Em nota que esteve no local e produziu um relatório da situação o órgão federal responsável pela distribuição de terras concluiu que o atual detentor da área preenche os requisitos necessários à regularização fundiária e enquanto a questão não é resolvida os trabalhadores rurais tentam plantar uma nova semente a gente quer plantar para viver e eles perderam

Tudo no ataque e agora precisão recomeçar essa rede emprestada essa aqui daqui é do irmão meu que me emprestou a nossa rede queimar olá tudo das 40 famílias que foram vítimas da milícia 30 decidiram vir para esse novo acampamento aqui passaram a conviver com o medo de novos ataques afinal sabem questão um pedaço da amazônia que historicamente sofre com conflitos

Agrários e nas últimas quatro décadas pelo menos mil camponeses foram assassinados em disputas pela posse da terra no sudeste do pará e atenção tem aumentado na região nos últimos meses e além de que ia contar agora não parar era dessa não é na bala mesmo nas últimas quatro décadas pelo menos mil camponeses foram assassinados em disputas pela posse da terra

No sudeste do pará e atenção tem aumentado na região nos últimos meses organizações que monitoram a questão da violência no campo os conflitos fundiários né conflitos agrários têm apontado também não um grande crescimento dos conflitos nessa região e para piorar quase todos os casos de violência no campo permanecem sem solução por mais que exista seis

Delegacia de conflitos agrários no estado do pará quase e totalidade dos assassinatos no campo no estado do pará permanecem impunes porque as investigações não são suficientes para poder identificar os responsáveis pelos crimes índice a luz e pedir que seja aberto o processo contra eles e por isso este casal preferiu deixar o acampamento depois da emboscada decidiu

Se proteger dentro da cidade não vai acreditar na família vamos dar um tempo aqui para ver enquanto a justiça tome alguma providência sobre essa situação né os dois também foram agredidos pelo grupo armado e ainda não se sentem seguros para mostrar o rosto diante das câmeras que que eles falaram para que serve para que ninguém agora para frente ganhar como mandar

Essa questão de virar ocupação de dessa e ele é e além de que vai funcionar agora no paranaense quem tá na bala né é a lei do mais forte em vigor há vários anos por aqui que permite que grupos paramilitares imponham o terror a luz do dia e faço com que quem tem medo prefiro a permanecer na escuridão

Transcrito do video
No Pará, trabalhadores rurais relatam atentado armado no meio da mata By Repórter Record Investigação