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Morte Encefálica: Entenda o que é e quais são os sinais.

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Você já deve ter visto na mídia, talvez tenha lido uma notícia recentemente ou até mesmo esteja passando por um momento difícil na família e se deparou com o tema da morte encefálica. Eu gravei esse vídeo para orientar sobre o que é a morte encefálica, como é feito o diagnóstico e para tirar todas as dúvidas sobre o assunto.
A morte encefálica é uma condição irreversível da função do cérebro, ou seja, quando o cérebro está morto, mesmo que os outros órgãos continuem funcionando. É importante diferenciar a morte encefálica do coma, já que são situações distintas. No coma, ainda há possibilidade de reversão e o paciente possui algumas funções cerebrais ativas, ao contrário da morte encefálica.
Para suspeitar de morte encefálica, é necessário que o paciente esteja em coma e apresente alguma lesão no sistema nervoso central, como um AVC extenso, traumatismo craniano grave ou um tumor cerebral. A primeira etapa é excluir condições clínicas que possam afetar a análise do estado cerebral, como distúrbios metabólicos, alterações de eletrólitos, uso de sedativos ou drogas que bloqueiam a atividade muscular.
Caso o paciente tenha usado algum medicamento como bloqueador neuromuscular, é preciso aguardar um tempo para que o corpo metabolize a droga, antes de iniciar o protocolo de diagnóstico. Após pelo menos 6 horas de tratamento intensivo, é possível começar a verificar os reflexos do tronco do paciente, como os reflexos pupilares, reflexo de tosse e o teste da apneia.
Se o paciente não apresentar nenhum reflexo e falhar no teste da apneia, é encaminhado para um segundo médico, que deve repetir os exames para confirmar o diagnóstico de morte encefálica. Pela lei brasileira, esse segundo médico deve ser um neurologista ou neurocirurgião, e o tempo mínimo de intervalo entre os dois médicos é de 6 horas em adultos.
Após a confirmação do diagnóstico, é necessário um exame complementar para confirmar a ausência de atividade elétrica cerebral, como um eletroencefalograma, ultrassom com Doppler, arteriografia ou cintilografia cerebral.
É importante ressaltar que legalmente o paciente é considerado morto a partir do diagnóstico de morte encefálica, mesmo que os outros órgãos ainda estejam funcionando. Nesse momento, a família é informada sobre a situação e, se o paciente for candidato a doação de órgãos, a central de transplantes é acionada. Se o paciente não for candidato à doação, são suspensas as medidas de suporte como ventilação mecânica e administração de drogas.
É fundamental seguir todos os critérios e protocolos estabelecidos para evitar erros diagnósticos. No Brasil, a legislação é uma das mais exigentes, garantindo no mínimo duas avaliações médicas e um exame complementar. Em países como a Alemanha, por exemplo, é necessário apenas uma avaliação médica e o exame complementar. Nos Estados Unidos, o exame complementar não é obrigatório, sendo opcional em casos de dúvidas diagnósticas.
Espero que esse vídeo tenha esclarecido suas dúvidas sobre a morte encefálica. Se você gostou desse tipo de conteúdo, não se esqueça de deixar seu like, compartilhar com pessoas que possam se interessar e deixar sugestões nos comentários para vídeos futuros. Muito obrigado e até a próxima.
Fonte: MORTE CEREBRAL – O que é a Morte ENCEFÁLICA? por Gustavo Lenci Marques