Mitos sobre enxaqueca: Neurologista Dr. Carlos Bordini revela verdade sobre o assunto

A enxaqueca acomete cerca de 30 milhões de brasileiros e é uma doença cerebral onde a pessoa experimenta uma crise de enxaqueca diante de certos desencadeadores. O especialista mais adequado para falar sobre enxaqueca é um médico neurologista, e alguns neurologistas, cerca de 300 a 500, são membros da Sociedade Brasileira de Cefaleia, pois se dedicam especialmente ao tratamento da cefaleia. O endereço do site da Sociedade Brasileira de Cefaleia é sbd.sociedadebrasileiradecafeleia.com.br. Lá, você poderá verificar qual especialista está mais próximo de sua cidade.

Por ser uma doença bastante comum, existem muitos mitos e explicações alternativas, mas essas explicações não resistem ao crivo da ciência. Vamos ver alguns desses mitos:

1. Mito 1: A enxaqueca é do fígado. Esse mito se baseia no fato de que, durante uma crise de enxaqueca, a pessoa pode sentir náuseas ou ter boca seca. Acredita-se que isso signifique que o fígado está prejudicado. Na realidade, as náuseas durante a crise de enxaqueca são mediadas pelo cérebro, por meio de uma cascata de eventos que ativam um centro que provoca náuseas e, às vezes, vômitos. As náuseas não têm relação com o fígado. Além disso, quando uma pessoa procura um técnico de farmácia, este pode indicar um remédio para o fígado. No entanto, esses remédios, na verdade, são vitaminas que pouco têm efeito na crise de enxaqueca. O tratamento adequado para a enxaqueca consiste em analgésicos e medicamentos que melhoram o funcionamento estomacal.
2. Mito 2: A enxaqueca é dos olhos. Cada vez mais, oftalmologistas atribuem a enxaqueca a um vício de refração. No entanto, o vício de refração é uma causa rara de dor de cabeça e, quando a dor de cabeça é devida a um vício de refração, ela está claramente associada ao esforço visual. As características do vício de refração não são semelhantes às características da enxaqueca. A enxaqueca é uma dor pulsátil, unilateral, acompanhada de intolerância à luz e ao ruído. Se o problema fosse visual, a pessoa teria intolerância ao ruído ou visão dupla.
3. Mito 3: A enxaqueca é dos seios da face. A sinusite crônica não costuma causar dor de cabeça relacionada à enxaqueca. No entanto, a sinusite aguda pode causar dor de cabeça específica, associada a outros sintomas de sinusite, como secreção nasal abundante ou febre.
4. Mito 4: A enxaqueca é psicológica. A enxaqueca é uma doença neurológica cerebral. Fatores psicológicos e emocionais podem piorar as crises de enxaqueca, mas ela não é uma doença psíquica. É importante destacar que um médico não está lavando as mãos ao afirmar que a enxaqueca é uma doença neurológica e não psicológica. Embora a pessoa com enxaqueca possa estar nervosa, a palavra “nervosa” pode significar diversas coisas, como irritabilidade, estresse, entre outros. A enxaqueca não é causada apenas por aspectos psicológicos.
5. Mito 5: A enxaqueca melhora na menopausa. Embora seja verdade que a enxaqueca tende a melhorar em fases de estabilidade hormonal, como na menopausa, é um absurdo esperar pela menopausa para obter alívio dos sintomas de enxaqueca. Há várias fases da vida da mulher em que ocorrem flutuações hormonais, como a infância, a gravidez e os altos níveis de estrogênio antes da menopausa.
6. Mito 6: A enxaqueca não tem cura. Contrariamente à maioria das outras doenças, a enxaqueca não mata a pessoa. No entanto, isso não significa que ela não tenha cura. Com os tratamentos apropriados, a enxaqueca pode ser controlada e até mesmo desaparecer. Portanto, é importante buscar ajuda médica e não depender apenas da ideia de que a enxaqueca irá embora sozinha.

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