Leucograma: o que é, indicativos e interpretação dos resultados

Nesse trabalho, iremos abordar sobre o exame laboratorial de sangue e suas interpretações.
O sangue é formado por uma mistura de elementos figurados, que são os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. A maneira mais utilizada para estudar as células do sangue é através de um microscópio de luz, que utiliza uma lâmina sobre uma gota de sangue, formando uma camada fina de células sanguíneas. O resultado no microscópio é a imagem que podemos ver.
Para visualizarmos o sangue macroscopicamente, colocamos uma fração de sangue em um tubo de ensaio, adicionando um anticoagulante, como a heparina, por exemplo. Após a centrifugação, ocorre a precipitação de uma porção fortemente corada de vermelho, que será analisada.
Usamos o hemograma, no qual é determinado o número de células e a concentração de hemoglobina no sangue. Normalmente, cerca de 44% do volume corresponde aos glóbulos vermelhos. Após essa conversão, fica uma camada translúcida correspondendo aos glóbulos brancos, que são analisados pelo programa que realiza a contagem dessas células. Essa camada também contém as plaquetas.
O restante do volume é composto pelo plasma, que corresponde a cerca de 55% do volume total. Os glóbulos brancos, ou leucócitos, são as células do sistema imune que atuam na defesa do organismo contra diversos tipos de patógenos. Eles são derivados das células-tronco da medula óssea, presentes nos órgãos linfoides.
Os glóbulos brancos estão divididos em dois grupos principais: os granulócitos, com núcleo único mas de aspecto múltiplo, e os monócitos, com núcleo único e aspecto uniforme. Os neutrófilos são os mais comuns, representando mais de 75% dos glóbulos brancos. Eles são móveis e fagocitários, atacando principalmente infecções bacterianas.
Os linfócitos são as células responsáveis pela imunidade adquirida, dividindo-se em linfócitos B e linfócitos T. Os linfócitos B são formados na medula óssea, enquanto os linfócitos T amadurecem no timo.
No programa de análise, estão incluídos os testes laboratoriais que determinam o perfil hematológico da série branca no sangue periférico. Isso inclui a contagem global e diferencial dos leucócitos, além da análise de suas alterações morfológicas. Essa avaliação é de grande importância clínica, pois analisa as células responsáveis pela defesa do organismo.
Existem valores de referência para a quantidade de leucócitos no sangue, levando em consideração a faixa etária e raça. Indivíduos da raça negra apresentam contagem de neutrófilos menor, o que diminui o número geral de leucócitos. Valores abaixo desse padrão indicam leucopenia, enquanto valores acima indicam leucocitose.
Alterações nos números, proporções ou estruturas morfológicas dos leucócitos são indicadores de mudanças patológicas no organismo e são fundamentais para o diagnóstico de diversas doenças.
Um exemplo prático é o caso de uma paciente que realizou tratamento quimioterápico. No primeiro exame, realizado antes do início do tratamento, os níveis de leucócitos estavam normais. No segundo exame, após o início da quimioterapia oral, já foi possível observar uma grande diferença nos níveis de leucócitos, que diminuíram pela metade. No terceiro exame, realizado meses após o início do tratamento, os valores de leucócitos diminuíram ainda mais.
Esse caso ilustra como o tratamento oncológico pode afetar o sistema imunológico de um indivíduo, sendo necessário fazer mudanças na alimentação e nos hábitos de vida para manter os leucócitos em quantidade satisfatória.
É importante ressaltar que existem valores de referência para a quantidade de cada tipo de leucócito no sangue, e qualquer alteração deve ser interpretada de acordo com esses valores e com a avaliação clínica do paciente.
Em resumo, o exame laboratorial de sangue é fundamental para avaliar as células responsáveis pela defesa do organismo e diagnosticar diversas doenças. O acompanhamento dessas análises durante o tratamento de patologias é essencial para monitorar a eficácia do tratamento e tomar decisões clínicas adequadas.
Fonte: Leucograma por Fisio Terapia

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