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Leucemia Mieloide Crônica: Sintomas, Tratamento e Orientações com a Dra. Vaneuza Araújo

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Oi gente, tudo bem? Hoje estou aqui com a doutora Vanessa Araújo, que é médica hematologista, professora da Universidade Federal do Paraná e também responsável pelo ambulatório de LMC do Hospital de Clínicas do Paraná. E hoje nós vamos falar sobre a Leucemia Mieloide Crônica.

Para iniciar nossa conversa, eu gostaria de saber o que é a Leucemia Mieloide Crônica.

A Leucemia Mieloide Crônica é uma doença da medula óssea, da célula mãe que está na medula óssea. Essa célula é responsável por produzir todas as células do nosso sangue. Na leucemia mieloide crônica, ocorre uma transformação dessa célula mãe, causando a leucemia. É uma doença maligna e crônica, ou seja, tem um comportamento menos agressivo e leva mais tempo para se tornar uma doença grave. Geralmente, afeta pessoas acima dos 50 anos, mas pacientes mais jovens também podem apresentar a doença.

Existem fatores de risco conhecidos, como a exposição à radiação e o tabagismo, mas muitos pacientes não apresentam nenhum fator de risco específico.

O diagnóstico da LMC pode ser feito em exames de rotina, sendo que 50% dos pacientes são diagnosticados dessa forma. Muitas vezes, a doença é assintomática, ou seja, não apresenta sintomas. Quando existem sintomas, geralmente estão relacionados a um número alto de glóbulos brancos e podem incluir aumento do baço, fraqueza, dores nos ossos, entre outros.

O tratamento da LMC tradicionalmente era feito com quimioterapia, mas a partir dos anos 2000, surgiram os inibidores da tirosina quinase, como o Imatinib, o Dasatinib e o Nilotinib, que revolucionaram o tratamento da LMC. Esses medicamentos agem especificamente nas células doentes sem destruir todas as células, como a quimioterapia. A quimioterapia ainda é reservada para casos mais avançados da doença ou para transplantes.

Para avaliar se o tratamento está funcionando corretamente, é importante comparecer periodicamente às consultas médicas e realizar o exame de PCR-RT (ou BCR-ABL quantitativo), que quantifica o número de cópias do gene alterado que está associado à doença. É importante também seguir o tratamento adequadamente, não perder as datas de consulta, não utilizar medicações que possam interagir com os remédios da LMC e realizar os exames indicados. No caso das mulheres em idade fértil que desejam engravidar, é necessário planejar a gestação com o médico, pois é preciso suspender a medicação por um período antes da concepção para evitar complicações para o bebê.

Em relação à descontinuação do tratamento, ela pode ser considerada para pacientes que estão em fase crônica da doença e fazendo uso dos inibidores de tirosina quinase há pelo menos 15 anos. No entanto, a suspensão dos medicamentos deve ser discutida com o médico e realizada de forma criteriosa, sempre tendo em mente que a monitoração é fundamental para garantir que a doença não retorne.

Quanto às vacinas, pacientes em tratamento com Imatinib podem tomá-las sem problemas. Em relação ao Dasatinib e Nilotinib, há menos dados disponíveis, mas em casos em que há risco importante de infecção em determinada região, a recomendação da vacinação pode ser feita pelo médico, pesando os riscos e benefícios.

Gostaria de agradecer à doutora Vanessa Araújo por sua participação e pelo conhecimento compartilhado. E você que está nos assistindo, se tiver alguma dúvida, deixe seu comentário. Compartilhe esse vídeo com seus amigos e se inscreva no canal da Abrale. Obrigada e até a próxima!

Fonte: Leucemia Mieloide Crônica – Dra. Vaneuza Araújo por ABRALE Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia