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Influência da internet nos transtornos alimentares: Anorexia e Bulimia

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Agora se você me permite, eu quero te fazer uma pergunta: você, particularmente, já foi influenciado/influenciada por alguma celebridade da internet? Essa é a nossa enquete do dia e você pode responder no r7.com/hojemdia.
Essa pergunta tem como motivo um dado muito preocupante: o número de adolescentes com transtornos alimentares está aumentando. E pior, eles estão aparecendo cada vez mais cedo. Uma das razões seria, inclusive, a maior exposição nas redes sociais e também o mau uso da internet para formar grupos que divulgam hábitos que incentivam a anorexia e a bulimia.
A repórter Elaine Cortez mostra o drama de algumas dessas meninas. Acompanhe:
Pelo espelho, o reflexo é de uma jovem ruiva de olhos castanhos-esverdeados, sorriso meigo e nenhum sinal de sobrepeso. “A minha concepção, eu acho que é muito longa, porque eu já tinha um parâmetro de que era muito magra, entendeu? Então, atualmente, a companhia conta, mas a imagem que ela vê é outra”, conta Luiza.
“Eu nunca estava certa, ou tô publicar”. Há três anos, Luiza trava um combate entre o que enxerga e o que realmente é. A distorção começou na adolescência. “Nunca lá a gente sempre ficava mecnado essas meninas que era uma guerra”. Com 16 anos, Luiza chegou a pesar 39 quilos e precisou ser internada às pressas com um quadro grave de desnutrição.
Tudo começou na academia. “Só queriam mostrar como era feita. Aos 16 anos, Luiza descobriu com um clique. “A internet inteira. E agravado ao mesmo tempo que a gente está conectado 24 horas, então tem uma imagem que estava surgindo. Conteúdo de novas dietas. Teve acesso a conteúdos pela internet e aplicativos do celular que estimulam o emagrecimento acelerado e sem saúde. Na internet, vê fotos de mulheres muito magras. Mas é isso, a mulher extremamente magra. Eu fui pesquisar no Google ‘anorexia’, não é que eu estava olhando as modelos. Nessa época, eu olhava mais o extremo mesmo. E era isso que eu queria. Das dietas mais variadas, tendo corpos esqueléticos como referências. Logo ela passou para o jejum prolongado.”
“Se eu começasse a ser condenada a almoçar, mas comecei muito adiantada até perder totalmente o apetite. Não tinha vontade”. Como é Luiza? “Eu acho que estou longe está curada. Que é a preocupação ainda com a imagem corporal é muito grande. Se eu conseguisse parar de comer agora, eu pararia. Então, eu acho que ainda falta o que mudar esse pensamento.”
Uma pesquisa inglesa publicada recentemente revelou um salto de 12% para 20% no número de garotas com problemas emocionais, entre eles, os associados aos transtornos alimentares, nos últimos cinco anos. Um aumento que quase dobrou. A pesquisa cita as redes sociais como forte pressão pela busca da imagem perfeita.
Essa adolescente de 17 anos descobriu a anorexia aos 13. Ela não faz parte da estatística, mas confirma: “No Brasil, a realidade não é diferente. Você coloca uma foto e todo mundo curte, e não sabe assim o real. Alguma coisa que ficaram curtindo: ‘consulte magra’. Quando ela se deu conta de que o exercício, não comer nada, emagrece, aí ficou muito bom”.
A mãe, que também prefere não se identificar, conta que no começo do transtorno, o acesso à internet era esporádico. Quando o transtorno alimentar já estava de fato instalado, ela já havia tido uma perda razoável de peso. “Ela começou a acessar a internet mais pelo celular, até como busca de informações. A partir daí, a coisa se agravou”.
Orientação nutricional, intervenção com remédios psiquiátricos e acompanhamento psicológico são fundamentais. Mas o efeito de tudo isso é muito maior com o apoio familiar. Para estreitar os laços no mundo real, já que no virtual não faltam incentivos aos transtornos. “Sites que fazem apologia ao corpo esquelético, a ditadura da moda, que fazem a magreza parecer obrigação”.
“É como se elas fizessem um blog fechado e que tem uma senha que elas passam. Senhas de umas para as outras. Esse recurso, elas conseguem ter um conteúdo grande de informações e de conexões sigilosas sobre comportamentos alimentares”. Tratamentos chegam a ser prejudicados com a troca dessas informações. “Com isso, também elas mantêm sigilo da família e desse mundo de escola, onde isso fica menos aberto”.
“Pela internet, esses grupos ensinam até a auto-mutilação, como se fosse uma penitência por ter comido”. Tratar e eu sinto que ela como punição. É mais uma coisa de tentar tirar o foco da dor psicológica e colocá-la na dor física. O alerta da especialista em transtornos alimentares da infância e na adolescência é de que os distúrbios têm aparecido cada vez mais cedo. “O que tem sido colocado nos estudos e artigos é o quanto essas pessoas que fazem uso excessivo de internet já têm anteriormente uma dificuldade com a comunicação e uma preocupação grande com a imagem corporal. Além disso, uma baixa autoestima. Portanto, ainda que os comportamentos que indicam a anorexia e a bulimia, na maioria dos casos, sejam escondidos na tecnologia, escancaram forte indício do momento de procurar ajuda”.
Como mãe que enfrenta uma batalha há praticamente cinco anos, eu diria para os pais que é muito importante acompanhar e vigiar o uso da internet, acompanhar de perto porque ela pode dar indícios de que alguma coisa não vai bem.
Parabéns para a Elaine Cortez pela reportagem. Sempre acabo me envolvendo com essas histórias do esporte porque tenho filhos adolescentes e pré-adolescentes em casa, e isso traz uma bagagem muito grande para que eu também tenha uma modificação nos meus comportamentos. Eu estava dizendo, você tem que vigiar, acompanhar os filhos o tempo todo. Você tem sempre que conversar muito com os filhos e passar extrema confiança para eles, de que o porto seguro que essas crianças, que esses jovens têm em casa, com a família, no berço familiar, para você mostrar que você tem estrutura e sempre conversar e inclusive mostrando matérias como essa, que vai estar à sua disposição no site do programa, que você possa exibir em outros horários para seus familiares r7.com/hojemdia.
Por falar no nosso site, eu fiz uma pergunta para você antes de exibir a matéria. E vamos agora ao resultado da nossa enquete: você já se influenciou/ deixa se influenciar pelas celebridades que aparecem na internet, pelos modismos? Aí está o resultado, não só para mostrar para vocês: 59% sim e 41% não. Um empate técnico, mas mais da metade se deixa influenciar. Isso não é de hoje, pessoal. Desde o mais antigo, começou a fumar porque os astros de Hollywood fumavam. No cinema, na verdade, eu, na minha juventude, queria ter a cabeleira dos coqueiros. Queria ter aquele cabelo comprido, é verde. Todo mundo tem uma fraga ou um alio modismo acaba influenciando na vida da gente, não é mesmo?
Fonte: Anorexia e Bulimia: a influência da internet nos transtornos alimentares por Hoje em Dia