Pular para o conteúdo

Imunologia Clínica: Hipersensibilidade Tipo I, II, III e IV – Tudo o que você precisa saber

  • por
  • posts

Hipersensibilidades

Olá, pessoal! Nesse vídeo, nós iremos dar início a um novo módulo, que é o módulo das hipersensibilidades. Mas, para isso acontecer, é muito importante a gente ter em mente alguns conceitos:

  1. Quando um indivíduo entra em contato com o antígeno e monta uma resposta imunológica contra, ele está considerado como sensibilizado.
  2. Existem algumas situações em que essa resposta imunológica vai acontecer de forma excessiva, porque não vai acontecer um controle adequado dessa resposta.
  3. Isso acontece quando o sistema imune começa a atacar tecidos do próprio organismo.
  4. Quando essa reação deveria ser benéfica, ela começa a acontecer de forma prejudicial ou então patológica. Isso é o que a gente vai chamar de hipersensibilidade.

Essa hipersensibilidade pode ter vários mecanismos efetores, sendo assim classificadas em quatro tipos:

  1. Hipersensibilidade tipo 1, também conhecida como hipersensibilidade imediata;
  2. Hipersensibilidade tipo 2, também conhecida como hipersensibilidade mediada por anticorpos;
  3. Hipersensibilidade tipo 3, mediada por imunocomplexos;
  4. Hipersensibilidade tipo 4, mediada por células.

Hipersensibilidade tipo 1: hipersensibilidade imediata

Essa hipersensibilidade é extremamente comum e é caracterizada por alergias e atopia. Geralmente, os antígenos são ambientais, como pólen e ácaros. Isso leva a uma reação mediada pela ativação de células T e pela presença de anticorpos IgE. Essa ativação leva à liberação de mediadores inflamatórios, como histaminas, prostaglandinas, leucotrienos, eosinófilos e fator de necrose tumoral. Isso resulta em um processo inflamatório e recrutamento de células inflamatórias para o local afetado. A hipersensibilidade tipo 1 ocorre minutos a horas após o contato com o antígeno e exemplos comuns são a rinite alérgica e a asma bronquial.

Hipersensibilidade tipo 2: hipersensibilidade mediada por anticorpos

Nesse tipo de hipersensibilidade, os antígenos estão presentes nas superfícies de algumas células, como hemácias e plaquetas. Isso leva à ativação do sistema complemento e destruição dessas células por macrófagos e células Natural Killer (NK). Os anticorpos envolvidos nessa situação são IgG e IgM. Essa resposta imune ocorre em cerca de 5 a 8 horas após o contato com o antígeno e exemplos comuns são a anemia hemolítica e a síndrome de Goodpasture.

Hipersensibilidade tipo 3: hipersensibilidade mediada por imunocomplexos

Nesse tipo de hipersensibilidade, os antígenos são solúveis e formam imunocomplexos com anticorpos. Esses imunocomplexos se depositam em vasos e tecidos, causando inflamação. Exemplos comuns são a glomerulonefrite e doenças autoimunes, onde ocorre o depósito de imunocomplexos em tecidos renais, articulações e pele.

Hipersensibilidade tipo 4: hipersensibilidade mediada por células

Nesse tipo de hipersensibilidade, os antígenos já estão presentes em sítios inflamatórios e ocorre a ativação de células como os linfócitos T CD4 e CD8. Essas células liberam interleucinas e moléculas de adesão, promovendo uma resposta inflamatória. As células inflamatórias recrutadas também colaboram para o processo. A reação mediada por células T CD8 é responsável pela destruição direta do tecido afetado. Esse tipo de reação ocorre de forma mais demorada, geralmente em 24 a 72 horas. Exemplos comuns são o diabetes tipo 1, a esclerose múltipla, a artrite reumatoide, a dermatite de contato e o teste tuberculínico.

Essas classificações nos ajudam a compreender melhor as características clínicas de cada patologia. É importante lembrar que as doenças podem ser complexas e o antígeno pode levar a diferentes tipos de resposta imune. No entanto, classificar em poucos tipos nos ajuda a entender como funciona a resposta imunológica.

Fonte: Imunologia Clínica – Hipersensibilidade do Tipo I, II, III e IV por Jaleko Acadêmicos