Pular para o conteúdo

História de superação da Esclerose Múltipla: Encontre felicidade no cordel

  • por
  • posts


Meu nome é Felicidade Cordel e tenho 24 anos. Sou portadora de esclerose múltipla e descobri a doença quando eu tinha 18 anos. Antes disso, eu enfrentava um quadro de depressão e vivia muito mal. Fui descobrindo aos poucos os sintomas da doença, como a dormência e o formigamento em algumas partes do meu corpo. Fui ao médico e acabei ficando um mês internada até descobrir o diagnóstico. Eu já tinha um histórico de fraqueza no corpo, sofria muitas quedas, mas nunca imaginei que teria esclerose múltipla.
Quando descobri, percebi que precisava me cuidar e ficar bem comigo mesma para poder lidar com a doença. Sabia que não seria fácil, pois a esclerose múltipla é uma doença autoimune complexa, que afeta o sistema nervoso central. Os surtos da doença podem causar perda de mobilidade, perda de sensibilidade e vários outros sintomas. Cada caso é diferente, mas no meu caso, eu tive sete surtos no total. Um deles afetou minha visão, deixando-a turva e com dificuldade para enxergar. Também experimentei fortes dores de cabeça.
Decidi então buscar ajuda espiritual e começar a fazer exercícios para me sentir melhor. A espiritualidade me ajudou a encontrar forças dentro de mim e me adaptar à doença. Comecei a praticar exercícios físicos, como corrida, caminhada e dança. Também busquei melhorar minha alimentação. No entanto, essa jornada não foi fácil, pois os remédios e o tratamento médico eram muito fortes e tinha efeitos colaterais desagradáveis. Cheguei até a desistir de tomar os remédios por um tempo, mas percebi que precisava criar forças dentro de mim para poder mudar essa situação.
Foi então que descobri o Muay Thai, uma arte marcial tailandesa, através de uma amiga. Me apaixonei por esse universo da luta e percebi como ela me ajudava a descarregar todas as emoções negativas. Treinar Muay Thai se tornou uma terapia para mim, onde posso liberar a raiva, a tristeza e qualquer sentimento ruim. É uma hora na qual esqueço de tudo e me sinto muito mais forte. Nosso instrutor de Muay Thai é essencial nesse processo, pois ele nos incentiva e nos ajuda a superar nossos limites. Ele compreende as nossas lutas internas, principalmente quando se trata de doenças autoimunes, que têm um forte componente emocional.
Hoje, sinto-me mais forte e apta a fazer qualquer tipo de exercício físico. A amizade com minha instrutora de Muay Thai, Angélica, é muito importante nesse processo. Ela me incentiva, me diz que eu sou capaz e me ajuda a superar meus medos e limitações. Estou muito feliz quando consigo realizar um exercício que antes parecia impossível. O Muay Thai se tornou uma parte essencial da minha vida e tem contribuído muito para o controle da minha doença e meu bem-estar emocional.
Nessa jornada, aprendi que superar uma doença autoimune não é apenas uma questão física, mas também espiritual e emocional. É necessário nos cuidar, buscar ajuda, criar forças dentro de nós mesmos e contar com o apoio de pessoas que nos incentivem e nos compreendam. A doença não pode nos definir, mas nós podemos definir como vamos lidar com ela.
Fonte: Minha história com a Esclerose Múltipla – Felicidade Cordel por Felicidade Cordel