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Hipotensão Ortostática: Causas, Sintomas e Tratamentos

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Caso Clínico: Reflexo Barorreceptor

Olá, pessoal! Meu nome é Débora e sou monitora de fisiologia da Famesp. Hoje vou apresentar um caso clínico relacionado ao reflexo barorreceptor.

Tudo aconteceu com Maria Josefina, uma vendedora de 27 anos que trabalha no Ponto da Moda. Certa manhã, ela acordou assustada ao perceber que estava mais uma hora atrasada para o trabalho. Ela rapidamente se levantou da cama, mas sentiu uma tontura e quase desmaiou. Além disso, teve a sensação de que seu coração estava acelerado. Se não estivesse atrasada, ela teria voltado para a cama. No entanto, ao caminhar até o banheiro, percebeu que sua tontura desapareceu e o resto do dia transcorreu normalmente.

Isso ocorreu devido ao reflexo barorreceptor, que foi iniciado e rapidamente restaurou a pressão arterial de Maria Josefina para o normal. Agora vamos descrever os efeitos específicos desse reflexo:

Efeitos do Reflexo Barorreceptor

  • Frequência cardíaca: O reflexo barorreceptor promove o aumento da frequência cardíaca.
  • Contratilidade miocárdica: Também ocorre aumento na contratilidade do músculo cardíaco.
  • Resistência arterial periférica: Esse reflexo leva ao aumento na resistência das artérias periféricas.
  • Capacitância venosa: Por outro lado, há uma diminuição na capacitância das veias.

No caso da hipotensão ortostática, que ocorreu quando Maria Josefina se levantou rapidamente, o sangue se acumulou nos membros inferiores. Isso acontece devido à grande complacência das veias, além da gravidade, que contribuem para o acúmulo de sangue nessas regiões. Essa baixa na pressão arterial foi sentida pelos mecanorreceptores, que geraram o reflexo barorreceptor.

Os mecanorreceptores são sensíveis ao estiramento da parede do vaso causado pela pressão sanguínea. Quanto maior a pressão, maior o estiramento e mais impulsos são gerados. Esses impulsos são enviados ao núcleo do trato solitário, que modula o centro cardiovascular.

O centro cardiovascular é composto por três subgrupos: o centro cardioacelerador, que está ligado ao sistema simpático, o centro cardioinibidor, que está ligado ao sistema parassimpático, e o centro vasoconstritor, também ligado ao sistema simpático.

Quando há uma queda na pressão arterial, os mecanorreceptores enviam essa informação ao núcleo do trato solitário através do nervo glossofaríngeo. Esse núcleo, por sua vez, modula a atividade do sistema cardioacelerador e vasoconstritor.

No caso da hipotensão ortostática, em que a pressão arterial está mais baixa, o estiramento da parede do vaso é menor, o que resulta em uma frequência menor de disparo para o núcleo do trato solitário. Isso implica em uma diminuição das atividades do centro cardioacelerador e do centro vasoconstritor.

Como resposta a essa diminuição na pressão arterial, o centro cardiovascular aumenta a atividade simpática no coração, aumentando a frequência cardíaca através dos receptores beta-1. Além disso, há um aumento da contratilidade do coração e a resposta vasoconstritora é mediada pelos receptores alfa nos vasos sanguíneos.

Assim, ocorre um aumento do débito cardíaco devido ao aumento do volume e, consequentemente, um aumento da pressão arterial. Esse aumento da pressão arterial retorna ao normal e, no caso de Maria Josefina, ocorreu logo após o episódio de hipotensão ortostática.

Resumindo, no reflexo barorreceptor em resposta à posição ortostática, ocorre um aumento da frequência cardíaca, contratilidade miocárdica, resistência arterial periférica e diminuição da capacitância venosa. Espero ter esclarecido esse caso clínico. Se tiverem alguma dúvida, fiquem à vontade para comentar abaixo. Obrigada a todos e até mais!

Fonte: Caso-Clínico Hipotensão Ortostática por Fisiologia Monitoria