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Hidrocefalia em adultos: Centro de Atenção especializado e tratamentos completos

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Como o nosso país está melhorando a expectativa de vida, que atualmente é de 73 anos, ela também está aumentando e, com isso, algumas doenças que são prevalentes nessa faixa etária, ou seja, a terceira idade, tendem a aumentar e merecem uma atenção especial.

Sabemos que 50% dos diagnósticos de demência são devidos à doença de Alzheimer, outros 25% por questões de doença cerebrovascular e 5% são devido à hidrocefalia. A depressão na terceira idade também é uma preocupação, oferecendo para os pacientes a possibilidade de ter uma vida normal.

A hidrocefalia de pressão normal é caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido céfaloraquidiano dentro da caixa craniana, principalmente dentro dos ventrículos, atrapalhando o funcionamento adequado do tecido cerebral. A manifestação clínica característica é o distúrbio de marcha, então o paciente tem força nos membros inferiores, mas não consegue executar a marcha de forma adequada.

A dificuldade para memorizar fatos recentes, para executar tarefas e a dificuldade de controlar a urina são preocupações nesse tipo de demência. A demência de pressão normal é classificada dentro das demências, mas é possível de tratamento e é possível a cura através do implante de uma derivação ventricular peritonial, que restabelece a hidrodinâmica cerebral normal e faz com que o cérebro funcione normalmente.

Quando o paciente tem quadro clínico compatível com a demência de pressão normal, ou seja, dificuldade para memorizar fatos, dificuldade para caminhar e dificuldade para controlar a urina, pensamos então na demência de pressão normal e o primeiro passo é submeter o paciente a exames de imagem, como tomografia de crânio e ressonância magnética.

Existem testes funcionais preditivos, como o TOP teste, que consiste na retirada de líquido na espinha e observação se há melhora clínica. Se houver melhora clínica, indica-se a cirurgia definitiva, que seria o implante da válvula. Outros dois testes são o teste de fusão, no qual é fundido líquido dentro da espinha para verificar a complacência do sistema nervoso central, e o teste da drenagem externa, no qual o paciente é submetido a um implante do cateter na espinha durante três dias.

Esse cateter fica treinando de forma controlada e monitorizado durante esses três dias, e é possível observar se há melhora clínica ou não. Sabe-se que o líquido céfalo-raquidiano é produzido na taxa de 20 ml por hora e, nos programando então a retirada de 10 ml por hora, ou seja, 50% da produção de líquido é desviada para o sistema, e dessa forma observamos que o paciente melhora a marcha, a memória e a continência urinária.

Uma vez que o paciente foi submetido a esses testes e de fato apresenta melhora, pode-se conversar sobre a terapia definitiva, que seria a neurocirurgia para o implante de uma derivação ventricular peritonial. Essa derivação promove a drenagem do líquido em excesso de dentro do crânio para a cavidade abdominal.

Então, os neurônios voltam a funcionar melhor, o indivíduo volta a ter uma marcha melhor, a conseguir andar, em muitos casos consegue ter o controle da urina de forma adequada e melhora também sua parte intelectual. O tratamento definitivo convencional é fazer o implante da derivação ventricular peritonial com válvula programável que permite ajustes do consultório.

Sob anestesia geral, é feita uma pequena incisão no crânio e o cateter de silicone é posicionado dentro do ventrículo, que é o local onde o líquido está acumulado, e se limita a direcionar e acoplar a uma válvula que fica embaixo do couro cabeludo. Por outro líquido passa uma determinada pressão que é ajustada para cada paciente, e esse líquido então passa por todo esse tubo que é direcionado para dentro da cavidade abdominal.

Em alguns casos específicos de demência de pressão normal, principalmente na ressonância magnética, é identificado o fluxo do líquido céfalo-raquidiano ao invés do implante da derivação ventricular peritonial, é possível uma outra modalidade de tratamento que seria classificada como um tratamento minimamente invasivo.

Através de uma pequena incisão na região frontal, com o auxílio de uma endoscopia, é possível abrir essa membrana e com isso o fluxo do líquido céfalo-raquidiano volta a funcionar normalmente, dispensando então a utilização da derivação ventricular peritonial. O nome desse procedimento é terceiro ventriculostomia endoscópica.

Fonte: Centro de Atenção a Hidrocefalia em adultos por Hospital Samaritano