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Hanseníase: Palestras do CRF-PR para Prevenção e Informação.

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Bom, então hoje nós vamos tratar do assunto hanseníase, o que se dizia lepra. Ontem era considerada incurável e deixava deformidades, mas hoje vou falar um breve histórico sobre a hanseníase. A hanseníase é a antiga lepra, uma doença de pele que ataca os nervos periféricos e a pele. Então não é como a antiga lepra de ontem, que dizia-se cair pedaços e deixar deformidades. A história da hanseníase é bem diferente. A hanseníase tem cura, é uma doença de pele tratável que ataca os nervos periféricos e, posteriormente, aparecem manchas diferenciadas na pele. Essas manchas são insensíveis e indolores, ou seja, a pessoa não sente dor, coceira, nem ardência onde existem as manchas. Isso ocorre porque o nervo daquela região está acometido pela doença. Então, não é verdade que a doença faz cair pedaços. Não é verdade que ela deixa deformidades. No passado, sim, porque havia o estigma e histórias que estigmatizaram ainda mais a doença. Mas hoje sabe-se que a hanseníase é tratável, tem cura e não é preciso ter medo dela.
A hanseníase é causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae, que provoca sintomas nos nervos e na pele do indivíduo. É uma doença crônica infectocontagiosa, que não surge de um dia para o outro, mas ataca os nervos e a pele de forma lenta. Ela apresenta quatro formas clínicas distintas: indeterminada, tuberculóide, paucibacilar e multibacilar. Cada uma dessas formas tem níveis diferentes de gravidade e quantidade de bacilos presentes no organismo do paciente. A transmissão da doença ocorre de pessoa para pessoa, principalmente por contato próximo e prolongado com um indivíduo bacilífero, ou seja, que está com a forma clínica mais grave da doença e que não está em tratamento adequado.
É importante destacar que o homem é o único hospedeiro do bacilo causador da hanseníase. Ele não se manifesta em outros seres vivos e não pode ser cultivado em laboratório. Isso significa que somente o ser humano pode transmitir a doença. A transmissão ocorre por vias aéreas, por meio de gotículas de saliva ou secreções nasais, durante a convivência prolongada com um paciente bacilífero.
O diagnóstico da hanseníase é feito por meio de exames laboratoriais, como a baciloscopia de raspado intradérmico. Para realizar esse exame, é feita uma incisão no lóbulo da orelha, cotovelo ou outra região de preferência do médico dermatologista. O material coletado é fixado com uma chama de lamparina e depois corado com uma coloração específica. Esse exame permite contar a quantidade de bacilos presentes em cada campo examinado.
O tratamento da hanseníase é feito através da poliquimioterapia, que combina o uso de diferentes medicamentos. A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença, podendo ser de seis meses a um ano. Quando o tratamento é iniciado precocemente, não deixam sequelas. No entanto, se não for tratada, a hanseníase pode causar deformidades e incapacidades.
É importante conscientizar a população sobre a hanseníase e combater o estigma associado à doença. Ela tem cura e os pacientes podem viver uma vida normal após o tratamento adequado. É fundamental que os profissionais de saúde trabalhem para informar e educar a população sobre a doença, para que a eliminação da hanseníase como doença epidemiológica seja alcançada. Ainda que sempre exista um número reduzido de casos, é possível controlar a hanseníase com medidas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Fonte: PALESTRAS CRF-PR: “Hanseníase” por Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná