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Fraturas do Antepé: Causas, Sintomas e Tratamentos pelo Dr. Rafael Garcia

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Faturas no Antepé

Olá, eu sou Rafael Receptor no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Hoje nós vamos falar sobre as faturas no antepé.

Anatomia do Pé

Antes de falar sobre as faturas, é importante entender a anatomia do pé. O antepé, também conhecido como a região anterior do pé, possui uma estrutura especializada chamada de arco plantar, que ajuda a distribuir o peso do corpo. Os principais pontos de recepção de peso no pé são as quatro cabeças metatarsais, as estruturas laterais e os dois amantes palmilares. Cada um desses segmentos permite uma grande mobilidade no plano digital, o que nos permite nos adaptarmos às superfícies irregulares.

Mecanismos de Trauma

As fraturas no antepé podem ocorrer devido a diversos mecanismos de trauma. O trauma direto, como a queda de um objeto pesado diretamente sobre o pé, ou uma torção indireta do corpo com os pés fixos, podem gerar fraturas. Além disso, as fraturas de estresse, principalmente no colo do segundo e terceiro metatarsais, na tarsal ou na base do quinto metatarso, também são comuns.

Diagnóstico

O diagnóstico das fraturas no antepé geralmente não é difícil, pois os pacientes apresentam sintomas nessa região, principalmente dor no antepé que piora com a carga. É importante ressaltar que o diagnóstico é feito principalmente por meio de radiografias, que podem ser realizadas em diferentes incidências, como perfil com carga. Em casos suspeitos de síndrome compartimental, a medição da pressão no primeiro compartimento plantar pode ser indicada.

Tratamento

O tratamento das fraturas no antepé pode ser dividido em conservador ou cirúrgico. No tratamento conservador, em casos de angulação menor que 10 graus e translação menor que 4 milímetros, a imobilização com uso de uma bota é geralmente suficiente. Em alguns casos, pode ser necessária a redução fechada. Já no tratamento cirúrgico, são indicadas fraturas com angulação maior que 10 graus, translação significativa ou perda de comprimento.

Fratura do Quinto Metatarso

A fratura do quinto metatarso possui algumas particularidades. Pode ocorrer devido a mecanismos de trauma relacionados a atividades esportivas e acidentes veiculares, e é dividida em fratura da base, fratura de Jones e fratura do dançarino.

Fratura da Base

A fratura da base do quinto metatarso ocorre principalmente na articulação tarsometatársica, sendo o local mais comumente afetado. Geralmente está relacionada a entorses de tornozelo e pode ser tratada de forma conservadora, com imobilização e carga progressiva, ou de forma cirúrgica, com redução aberta e fixação interna, dependendo das condições locais.

Fratura de Jones

A fratura de Jones ocorre na junção entre a zona 1 e zona 3 do quinto metatarso, comumente relacionada a esforços repetitivos e estresses verticais no pé. O tratamento geralmente é cirúrgico, pois o risco de pseudoartrose é alto. A cirurgia envolve redução aberta com fixação interna.

Fratura do Dançarino

A fratura do dançarino é caracterizada por uma linha de fratura em espiral que se estende do lado lateral para o lado medial. Geralmente está associada a forças rotacionais aplicadas ao pé durante a flexão plantar e ocorre principalmente em dançarinos. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo do tamanho da translação.

Bibliografia recomendada

  • Johnston JT, Carrino JA. Fractures of the foot. In: DeLee JC, Drez D Jr., editors. Orthopaedic Sports Medicine. 2nd ed. Philadelphia: Saunders Elsevier; 2003. p. 531-65.
  • Johnson CF, Kallick DM, Johnson CC. Metatarsal fractures. In: Coughlin MJ, Saltzman CL, Anderson RB, editors. Mann’s Surgery of the Foot and Ankle. 9th ed. Philadelphia: Elsevier Saunders; 2014. p. 1015-38.

Fonte: Fraturas do Antepé – Dr. Rafael Garcia por e-Ortopedia