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Fosfoetanolamina: a verdade por trás da suposta cura do câncer

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O remédio em fase experimental está no centro de uma discussão inédita no Brasil

A justiça obrigou a universidade a distribuir a substância que seria capaz de curar o câncer. Médicos e cientistas se dividem: é correto receitar um remédio que ainda não está pronto e nem que seja a última esperança para os doentes? Essa é a nossa reportagem da semana.

Aos 68 anos, Rosane Cincinato descobriu um câncer agressivo em estágio avançado. A doença começou no pâncreas e já tinha se espalhado até o fígado. Nenhum dos medicamentos que ela tomou foi suficiente para parar o crescimento do câncer. Ela parou de tomar todos esses medicamentos no mês passado quando os médicos disseram que não tinha mais o que fazer para deter a doença.

Rosane e seu irmão começaram a pesquisar outras possibilidades de tratamento para a mãe e descobriram uma substância em fase experimental desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos, pertencente à Universidade de São Paulo.

A substância, chamada de fósfoetanolamina sintética, foi testada em laboratório e em centenas de pacientes. Segundo os pesquisadores, a substância age como um matador de células cancerosas, facilitando o combate da doença pelo sistema imunológico.

Porém, a substância ainda não possui aprovação das autoridades brasileiras e não pode ser comercializada. A universidade fornecia as cápsulas aos pacientes através de liminares judiciais, mas uma decisão recente determinou que isso não poderia mais ser feito sem as devidas licenças e registros.

A discussão sobre a liberação da substância gira em torno da falta de garantias de sua eficácia e dos possíveis efeitos colaterais. Enquanto pacientes relatam melhoras e até mesmo curas, especialistas alertam que não há testes clínicos suficientes para comprovar a segurança e eficácia do tratamento.

Diante disso, a questão se torna uma luta entre o direito à saúde dos pacientes e a segurança e regulamentação dos medicamentos. A universidade afirma que não tem condições de produzir a substância em larga escala para atender a demanda das liminares judiciais, enquanto a Anvisa reforça que não há processo de aprovação em andamento.

A discussão se estende por todo o país, com defensores e críticos da liberação da substância. Enquanto alguns acreditam que a substância pode trazer benefícios para os pacientes, outros afirmam que é necessário seguir os protocolos e garantir a segurança dos tratamentos.

Enquanto isso, pacientes como Rosane aguardam ansiosamente por uma solução. Mesmo que a substância não seja a cura para o câncer, qualquer melhoria na qualidade de vida seria bem-vinda.

Por enquanto, a batalha legal e científica continua. Resta esperar por mais testes e estudos que possam comprovar a eficácia e segurança da substância, para que os pacientes tenham acesso a um tratamento que lhes traga esperança.

Fonte: Fosfoetanolamina: a verdade sobre a suposta cura do câncer por Domingo Espetacular