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Fisiopatologia da Obesidade: Vídeo Aula – Parte 1 com informações essenciais explicadas detalhadamente

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  1. A epidemiologia da obesidade

No estudo, foi observado que a estimativa é que 30% da população mundial seja obesa ou esteja com sobrepeso, sendo que, a cada dez pessoas, uma delas seria obesa. Em números absolutos, isso representa 2,2 bilhões de pessoas com sobrepeso ou obesidade. Houve uma tendência de aumento do número de obesos em mais de 73 países desde 1980. Antes, em 2014/2015, a estimativa da Organização Mundial da Saúde era de 1,9 milhão de pessoas com obesidade, sendo 1,967 milhões de obesos.

Além disso, mais de 40% das mortes de pessoas que não são obesas – ou seja, apenas em sobrepeso – já seriam causas de milhões de mortes prematuras. Dessas mortes, dois terços seriam ligadas a problemas cardiovasculares. As doenças cardiovasculares vêm crescendo principalmente desde a década de 90 em alguns países em desenvolvimento, como o Brasil.

No Brasil, o número de obesos jovens na faixa etária de 20 a 49 anos triplicou. O excesso de peso já é relacionado em todo o mundo como a maior causa de doenças, diferentemente de alguns países da África subsaariana que ainda convivem com a fome no seu cotidiano. O excesso de peso está causando mais mortes do que a desnutrição.

Em relação ao custo, cerca de 3 trilhões de dólares, ou seja, 2% do PIB, são comprometidos com gastos e problemas advindos do excesso de peso e da obesidade. Esse gasto é comparável aos gastos com o tabagismo, o terrorismo e a violência armada. No Brasil, por exemplo, todos esses somados são quase o mesmo que os gastos com problemas advindos da obesidade na TV. Em 2030, estima-se que 50% da população mundial seja obesa, caso o ritmo atual continue.

Atualmente, 50% de todos os homens do mundo – ou seja, metade ou menos do mundo – estão em 10 países. Aqui, no Brasil, somos o 5º país com o maior número de obesos. Junto a esses, os países com maior número de obesos somam 50% do total. No Rio Grande do Norte, o índice de obesidade é de 20%, comparado ao Brasil que é de 17%. Ou seja, um em cada cinco pessoas tem excesso de peso no Brasil como um todo.

O crescimento da obesidade é maior na população das capitais. Mais da metade da população das capitais tem sobrepeso ou é obesa. Aqui, na cidade de Natal, no estado do Rio Grande do Norte, no ano passado, 56,6% dos jovens obesos têm excesso de peso, ou seja, um pouco mais da metade das pessoas jovens do estado têm excesso de peso. Os números mostram que não tem relação com necessariamente a quantidade de alimentos, mas sim a qualidade dos alimentos e os altos níveis de açúcar, assim como a falta de atividade física.

No estado do Rio Grande do Norte, em 2009, 30% das pessoas praticavam algum tipo de atividade física. Esse número cresceu para 37,6% em 2016, o que é contrastante com o aumento da obesidade. A obesidade não está relacionada apenas ao balanço energético, mas também à qualidade dos alimentos e aos fatores socioeconômicos.

O aumento da obesidade infantil no Brasil também vem em uma curva ascendente. Praticamente um terço das meninas e um pouco menos das crianças obesas são meninos e meninas. O país que mais tem crianças obesas no mundo são os Estados Unidos, mas, no Brasil, essa tendência vem crescendo.

Podemos considerar que o alto nível de desemprego é uma das razões para o aumento da obesidade na população mais pobre. Essas pessoas, muitas vezes, precisam recorrer a alimentos com menor custo – e esses alimentos processados, com alto teor de açúcar, são mais acessíveis para elas. Além disso, a falta de acesso à educação e a irregularidade das refeições acabam por aumentar a ingestão, levando ao sobrepeso e a mais problemas de saúde.

Essa foi uma breve introdução para trazer um panorama mundial da epidemia da obesidade e do sobrepeso. Fique ligado no canal para o restante da série!

Fonte: Fisiopatologia da Obesidade – vídeo aula – Parte 1 por Érico Lucas