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Exames de diagnóstico para epilepsia: o que realizar?

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Quais são os exames que devo fazer se tive uma crise epiléptica?

Eu sou Elisabete Castelon Konkiewitz, médica neurologista psiquiatra e professora da Universidade Federal da Grande Dourados. Neste vídeo, irei responder à pergunta sobre quais exames devem ser realizados caso você tenha tido uma crise epiléptica.

Primeiramente, é necessário saber se você realmente tem epilepsia. Ter epilepsia significa que o seu cérebro possui uma predisposição a ter essas descargas anômalas e sincronizadas entre milhões de neurônios. Caso a crise tenha sido provocada por um motivo específico, como abstinência de soro, febre, distúrbios eletrolíticos ou parada cardíaca, existem outras razões para a ocorrência da crise. Essa diferenciação deve ser feita pelo médico.

Uma vez constatado que você possui epilepsia, é preciso realizar alguns exames. Para considerar que uma pessoa tem epilepsia, é necessário que ela tenha tido pelo menos duas crises em um intervalo maior que 24 horas. Isso porque, se as crises ocorrerem em um intervalo menor, pode ser que tenham sido desencadeadas pelo mesmo motivo. Portanto, duas crises não provocadas em um intervalo de 24 horas ou menos é um indício de epilepsia.

Se você teve uma crise e não sabe se tem epilepsia, será solicitado um eletroencefalograma e uma ressonância magnética nuclear. O eletroencefalograma avalia a atividade do seu cérebro no momento do exame. É possível que, apenas com esse exame, seja observada alguma atividade elétrica anômala que indique um risco maior de epilepsia. No entanto, também é possível que o eletroencefalograma esteja normal no momento do exame. Nesse caso, pode ser solicitado um segundo exame, pois há uma chance de, pelo menos, 70% de detectar alguma atividade anormal em pessoas com epilepsia.

A ressonância magnética também é extremamente importante para tentar entender a causa da epilepsia. Esse exame permite verificar se há malformações cerebrais, malformações arteriovenosas, tumores benignos, tumores malignos, infecções ou AVCs que estejam causando as crises.

Além desses exames básicos, podem ser solicitados outros exames de sangue, por exemplo. Caso a epilepsia seja mais difícil de tratar e você já tenha tentado com dois medicamentos diferentes sem sucesso, pode ser que você tenha epilepsia refratária. Nesse caso, é recomendado procurar um centro de referência em epilepsia, onde será avaliada a possibilidade de cirurgia.

Se a cirurgia for considerada uma opção viável, serão solicitados outros exames para ajudar no processo. É importante ressaltar que, às vezes, uma crise epiléptica pode ser confundida com uma síncope ou episódio psicogênico. Portanto, o médico deve investigar detalhadamente os sintomas e circunstâncias para realizar a diferenciação correta.

Em resumo, os exames básicos a serem realizados para avaliar uma crise epiléptica são o eletroencefalograma e a ressonância magnética. Caso a epilepsia seja refratária, outros exames e tratamentos podem ser necessários. Cada caso é único, e é fundamental seguir as orientações do médico para obter um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.

Fonte: Que exames realizar no diagnóstico de epilepsia? #epilepsia por Neuropsiquiatria-Neurologia-Psiquiatria