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Espinheira-santa para gastrite e úlcera gastroduodenal: benefícios e indicações de uso – Linete Maria Menzenga Haraguchi

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Fitoterapia – Espinheira-santa

Olá, boa tarde! Sou Maria Milzinho Haraguchi, farmacêutica e servidora pública municipal de São Paulo. Neste canal, abordaremos principalmente sobre a fitoterapia, diversas plantas medicinais, drogas vegetais, fitoterápicos e afins.

Antes de tudo, apresentamos a espinheira-santa de forma sucinta. E dando continuidade, apresentaremos o vídeo número 2 sobre a espinheira-santa.

A fitoterapia é a melhor compreensão. Vamos abordar alguns conceitos. Uma planta medicinal é uma espécie vegetal cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos ou profiláticos. Civilizações descreveram o uso de plantas como forma de medicamento em seus registros e manuscritos. Essas culturas do mundo, como por exemplo, na Ásia, o conhecimento sobre as plantas medicinais é um dos recursos terapêuticos utilizados por diversas comunidades e grupos étnicos como forma de tratamento e cura de doenças. O seu uso na arte de curar é fundamentado no acúmulo de informações por sucessivas gerações e constituíram as bases para o tratamento de diferentes doenças.

Então, o termo fitoterapia vem do grego, em que “fito” significa planta e “terapia” significa tratamento. A fitoterapia é um recurso terapêutico que utiliza plantas medicinais para incentivar o desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a participação social. A sua implementação envolve justificativas de natureza política, técnica, econômica, social e cultural, o que tornou política pública em 2006, após aprovação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Brasil.

Agora, faço uma permissão aqui para fazer um parênteses, recordando algumas informações relevantes. O professor Kaline e o professor Elisaldo Carlini foram importantes estudiosos das plantas medicinais. Na década de 70, foi instituída a Central de Medicamentos Alopáticos pelo Ministério da Saúde para desenvolvimento de pesquisas, entre elas a investigação de produtos naturais, principalmente da flora medicinal. Em 1973, foram realizados estudos com plantas medicinais na Escola Paulista de Medicina com a finalidade de verificar a ocorrência de eventual atividade farmacológica em espécies vegetais brasileiras e exóticas, visando uma política no âmbito das plantas medicinais. Em 1982, foi elaborado o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais, com a participação de pesquisadores de universidades brasileiras. Em 1983, foram selecionadas cerca de 74 espécies vegetais medicinais, e o estudo comprovou propriedades terapêuticas em algumas espécies, incluindo a espinheira-santa. A partir disso, foram abertas perspectivas promissoras para a sua aplicação na rede pública de saúde.

É importante lembrar da importância da identificação botânica correta da planta. A espinheira-santa é uma planta com folhas espinhosas, porém, pode ser confundida com outras plantas que também possuem folhas espinhosas, as falsas espinheiras-santas. Portanto, é necessário cuidado ao utilizar essa planta.

Quanto à terapêutica da maytenus ilicifolia (espinheira-santa), estudos realizados demonstraram sua eficácia terapêutica em úlceras gástricas. Ela aumenta o volume de secreção da mucosa gástrica, elevando levemente o pH, auxiliando em gastrites e possui ação útil antiúlcera drástica, sem efeito tóxico. Outros estudos foram realizados com a espinheira-santa, inclusive pela equipe do Dr. Luiz de Araújo Carlini.

A espinheira-santa está disponível no mercado de drogas vegetais e, devido à sua popularidade, é importante tomar cuidados com falsas espinheiras-santas, que são plantas com folhas espinhosas, mas não possuem as mesmas propriedades terapêuticas.

No ano de 2007, o Ministério da Saúde aprovou os primeiros fitoterápicos, incluindo a maytenus ilicifolia. A partir de 2012, já existiam 12 fitoterápicos no mercado, e a espinheira-santa estava inclusa na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). A partir de 2014, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo disponibilizou quatro fitoterápicos na Rede Pública de Saúde, incluindo a espinheira-santa como coadjuvante no tratamento de gastrite e úlcera gastroduodenal.

Estaremos aguardando a participação do ilustre Professor Dr. Luiz Carlos Marques em nossos próximos vídeos. É importante ressaltar, mais uma vez, que a espinheira-santa é uma das plantas medicinais brasileiras mais citadas nos levantamentos fitofarmacológicos para o tratamento de úlceras.

Muito obrigado! Até o nosso próximo encontro. Saudações verdes!

Fonte: Espinheira-santa. Gastrite e Úlcera Gastroduodenal (2). Linete Maria Menzenga Haraguchi por Linete Mezzenga Haraguchi – Fitoterapia