Pular para o conteúdo

Esclerose Múltipla: Descobrindo os erros do diagnóstico inicial

  • por
  • posts

O diagnóstico errado da esclerose múltipla

Olá, meus amigos! Hoje vou falar a respeito do diagnóstico errado da esclerose múltipla. Esse é um tema bastante delicado.

Ao longo desses anos, sempre tenho batido na tecla da importância da aceitação do diagnóstico. Isso porque é muito comum que, quando uma pessoa recebe um diagnóstico de uma doença crônica como é o caso da esclerose múltipla, a mente dela tenha uma tendência a negar esse diagnóstico, a mentir para si mesma dizendo que aquilo não é verdade, que tem um erro nisso tudo. Mas a gente também precisa falar da situação contrária, quando realmente tem um erro.

Recentemente, recebi um caso de uma paciente que estava muitos anos com diagnóstico de esclerose múltipla, fazendo tratamento, e não tinha a doença. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Já aconteceram outras vezes alguns anos atrás. Inclusive, eu fiz um levantamento nessa área por volta de 2011 e descobri que 50% dos pacientes encaminhados com a suspeita de esclerose múltipla não tinham a doença.

O diagnóstico de esclerose múltipla é um diagnóstico bastante difícil. Antigamente, a gente dividia o diagnóstico em possível, provável e definitivo da esclerose múltipla. Pode ser que um determinado paciente não tenha todos os critérios para que seja um diagnóstico definitivo, que não haja nenhuma dúvida. Pode ser que ele tenha apenas provável, ou seja, ainda não se sabe o que é, mas tem alguns elementos de esclerose múltipla e uma possibilidade é que seja isso. É importante diferenciar esses três elementos.

Isso a gente vai fazer através da história clínica, dos exames clínicos típicos de esclerose múltipla, mais de um de preferência. Mas podem existir também os surtos atípicos de esclerose múltipla, quando o paciente tem sintomas atípicos. Isso levanta um alerta para a gente observar com mais atenção.

Outra coisa são os elementos da ressonância magnética. É muito comum que me perguntem se existe esclerose múltipla com a ressonância normal. A resposta é não. A esclerose múltipla é uma doença que ela deixa uma lesão que é visível na ressonância magnética. Muitas vezes, é difícil de interpretar essa ressonância magnética porque só com essa imagem, você tem que entender o que você tem. Tem que ter um radiologista, um neurologista que tenha habilidade de entender se aquela imagem é típica. Porque existem imagens que se assemelham à esclerose múltipla, mas que não são.

Vou dar um exemplo: pacientes com enxaqueca têm lesões que também são descritas no laudo como lesões hiperintensas em sequência T2/FLAIR, que não são típicas de esclerose múltipla. A localização não é igual, o formato é igual, o tamanho não é igual. Além disso, é importante ressaltar que a presença de bandas oligoclonais no líquor não é igual a esclerose múltipla. Existem outras doenças que têm as bandas oligoclonais no líquor e também é importante ressaltar que nem todos os pacientes com esclerose múltipla têm bandas oligoclonais positivas no líquor. A gente estima que mais de 80 a 90% dos pacientes tenham, mas existe uma porcentagem pequena que tem as bandas oligoclonais negativas.

Vá atrás de um especialista nesse assunto ou em um centro de referência. Trate esse diagnóstico com a seriedade que ele merece, com a seriedade que a sua saúde merece. Uma vez que você recebe esse diagnóstico e que você tem os elementos para comprovar isso, trabalhe na aceitação do seu diagnóstico.

Espero que esse texto tenha sido útil. Se você quiser mais informações, assista ao vídeo que está no final do texto. Compartilhe esse vídeo se você achar importante e se inscreva no canal.

Obrigado!

Fonte: O diagnostico errado da Esclerose Múltipla por Dr Guilherme Olival