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Entendendo o Distúrbio Ácido-Básico Respiratório

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Por que os distúrbios respiratórios podem ser avaliados à luz de alterações ácido-básicas, mas ao estudarmos os distúrbios metabólicos rastreobásicos, nos valemos da determinação simultânea de eletrólitos plasmáticos. Ao estudarmos os distúrbios respiratórios, temos que ser auxiliados por outras determinações, como os gases, para que as conclusões clínicas sejam mais concretas. A determinação laboratorial, identificação e quantificação dos gases dissolvidos em nosso plasma, damos o nome de gasometria. Colhido sangue arterial ou venoso em aproximadamente 30 minutos, poderemos tomar conhecimento do seu conteúdo e passar a raciocinar sobre eventual função/disfunção respiratória. O pH, bicarbonato e a hemoglobina, embora não sejam gases, também fazem parte. O monóxido de carbono, gás que representa uma porcentagem ínfima dos gases dissolvidos, é medido indiretamente, ligada à hemoglobina. Quanto aos eletrólitos, muitos laboratórios determinam os eletrólitos sódio, potássio, cloreto, cálcio, fósforo e magnésio. Resultando deste fato o maior auxílio na avaliação e diagnóstico do paciente. Com esses recursos, poderemos avaliar a ventilação alveolar, ou seja, a oxigenação sanguínea e o equilíbrio ácido-básico metabólico do paciente. Mas o significado clínico dos resultados jamais pode prescindir de uma boa análise clínica.
Baseado nessas determinações, poderemos concluir que existem pelo menos quatro entidades respiratórias puras: acidose respiratória aguda, acidose respiratória crônica, alcalose respiratória aguda e alcalose respiratória crônica. A propedêutica fica para os respectivos diagnósticos, baseados nos algoritmos.
O algoritmo da acidose respiratória é o distúrbio iniciado pela diminuição da ventilação alveolar efetiva. Após a queda da PaO2 elevada, pode-se observar um aumento na PaCO2. A acidose respiratória metabólica é feita pela determinação do bicarbonato, se estiver baixo, trata-se de acidose respiratória.
Seguindo a sequência, devemos sempre analisar a resposta metabólica que ocorre na tentativa de manter o pH do plasma o mais estável possível. Essa resposta fisiológica metabólica não é contudo automática e imediata, somente sendo bastante efetiva após 72 horas. Esse fato faz com que se considere que possa haver uma acidose respiratória aguda e uma crônica. Na aguda, onde a resposta metabólica apenas se mostra após cada dez minutos de aumento na PaCO2, o bicarbonato irá se elevar com equivalente cuta e na crônica, três e meio equivalentes. Não havendo este padrão de resposta, um distúrbio misto respiratório e metabólico estará presente.
Aqui estão algumas causas mais frequentes de acidose respiratória aguda, como obstrução de vias aéreas, depressão do sistema nervoso central com drogas, parada cardíaca, lesões neuromusculares, obesidade, pneumotórax e lesões parenquimatosas. Como causas comuns crônicas, lembramos a doença pulmonar obstrutiva crônica, depressão do centro respiratório, doenças neuromusculares e distúrbios restritivos.
Agora, o algoritmo da alcalose respiratória nos mostra que essa situação é definida como aquela em que a PaCO2 está diminuída por aumento da ventilação alveolar pulmonar, e o pH do plasma está elevado. Isso distingue essa alcalose da alcalose metabólica, ocasião em que apenas o bicarbonato também poderá estar diminuído. A resposta metabólica, queda do bicarbonato, mostra que na fase aguda, a cada 10 mmHg de queda da PaCO2, o bicarbonato deve cair 2 mEq/L, e na fase crônica, 5 mEq/L.
Isso não ocorrendo, é sinal da presença de distúrbio misto respiratório e metabólico. Algumas causas mais frequentes de alcalose respiratória são: hipoxemia, distúrbios do sistema nervoso central, AVC, tumor, infecção, drogas. Além disso, temos gravidez, insuficiência hepática, ansiedade, ventilação mecânica.
Sempre significativa ansiedade. Lembrar sempre que uma alteração ácido-básica está sempre indicando que algum distúrbio está presente, somente quando estiver bastante acentuado o próprio estado ácido-básico passa a colaborar com a gravidade da doença.
Espero que este texto esteja dentro das especificações solicitadas.
Fonte: Ácido-Básico Respiratório por Antonio Castro