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Entenda o que é psicopatia e suas características principais.

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<h1>A Verdade sobre a Psicopatia</h1>
<p>Frios, calculistas, manipuladores e perigosos. É assim que os famosos psicopatas são vistos. Mas até que ponto isso tudo é verdade? Quando o assunto é psicopatia, a psicologia tende a discordar da psiquiatria. Na psiquiatria, psicopatia é muitas vezes entendida como um sinônimo do Transtorno de Personalidade Antissocial.</p>
<p>Esse é um transtorno caracterizado por uma tendência persistente de realizar ações que desrespeitam os direitos dos outros, podendo envolver mentiras, manipulações, violência e crimes. Mas existem vários problemas em pressupor que esse diagnóstico e a psicopatia são a mesma coisa.</p>
<p>Primeiro, pessoas que cometem crimes variam bastante quanto às suas personalidades. A psicopatia não se relaciona necessariamente com comportamentos criminais ou um histórico de violência ao longo da vida como esse diagnóstico sugere.</p>
<p>Outro problema com o diagnóstico é que medidas de psicopatia e do Transtorno de Personalidade Antissocial apresentam associações bem menores do que se poderia esperar se uma fosse realmente sinônima da outra.</p>
<p>Um crescente número de evidências na psicologia e psiquiatria apoia a ideia de que psicopatia não é uma coisa só e nem um transtorno necessariamente. Muitos psicólogos entendem a psicopatia como um conjunto de características da personalidade.</p>
<p>Embora ainda existam dúvidas quanto a quais são as características essenciais da psicopatia, o modelo triárquico da psicopatia tenta integrar as principais teorias e evidências sobre o assunto.</p>
<p>De acordo com esse modelo, a psicopatia pode ser entendida como um conjunto de três características de personalidade: a desinibição, a intrepidez e a insensibilidade.</p>
<p>A desinibição envolve grandes dificuldades de controlar impulsos, ser paciente e antecipar consequências das suas ações. Já a intrepidez envolve as capacidades de conseguir lidar bem com situações estressantes ou perigosas, ser autoconfiante e ter facilidade em se comunicar com os outros.</p>
<p>Por último, a insensibilidade tem a ver com uma deficiência na empatia, busca constante pelo prazer, mesmo que isso prejudique outras pessoas, falta de envolvimento emocional e relações próximas com os outros, o que muitas vezes leva a pessoa a explorar e agir de forma cruel com as pessoas.</p>
<p>Existe uma grande confusão com os termos psicopatia e sociopatia. Alguns consideram que eles se referem à mesma coisa, ou quase à mesma coisa, sendo a maior diferença a origem mais social ou biológica de cada um ou o quão perigosa é a pessoa. Outros consideram que sociopatia é um termo ultrapassado e em desuso.</p>
<p>Psicopatia também não é a mesma coisa que psicose. A psicose se refere a uma grande dificuldade em diferenciar o que é real e o que não é. Sintomas psicóticos como alucinações e delírios podem se manifestar em qualquer pessoa, independente dos seus níveis de psicopatia.</p>
<p>Ainda sabemos pouco sobre as causas da psicopatia, mas tudo indica que ela pode ter diferentes causas. Um mito sobre ela é o de que as pessoas nascem assim e nunca mudam. Ninguém nasce psicopata, tímido, piadista ou barraqueiro. Todas as nossas características são o resultado da interação dos genes com o ambiente, embora algumas características sejam mais afetadas pelo ambiente do que outras. Também sabemos que a personalidade das pessoas geralmente passa por grandes mudanças da infância para adolescência e da adolescência para fase adulta.</p>
<p>Então mesmo uma criança que demonstre altos níveis de insensibilidade, por exemplo, como uma criança que age de forma cruel com animais ou outras pessoas, não vai necessariamente apresentar essa mesma insensibilidade quando for adulta.</p>
<p>Pessoas com maiores níveis de psicopatia parecem possuir uma amígdala menos reativa. Isso talvez ajude a entender a intrepidez e a insensibilidade dessas pessoas, já que a amígdala está por detrás das nossas reações emocionais. Também já foram observadas algumas anormalidades no córtex frontal dessas pessoas, o que pode estar por detrás da desinibição delas, mas esses dados ainda são pouco conclusivos.</p>
<p>Outro mito sobre esse assunto é o de que não existe tratamento para psicopatia. Primeiro que, como falamos, a psicopatia não é necessariamente entendida como um transtorno mental que demande tratamento. Mas mesmo considerando os casos nos quais esse conjunto de características prejudica muito outras pessoas e a própria pessoa, a crença de que o tratamento é impossível carece de evidências.</p>
<p>Pelo contrário, existem algumas evidências de que o tratamento intensivo pode trazer benefícios e mesmo em casos envolvendo longo histórico de violência, o tratamento pode ajudar a reduzir esse tipo de comportamento.</p>
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Fonte: O QUE É PSICOPATIA? por Minutos Psíquicos