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Dunkers fala sobre insônia e terror noturno no episódio 136 do Falando Nisso

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Greve em Viseu: Análise da Insônia do ponto de vista psicanalítico

Hoje, Rodrigo da Silva questionou em uma entrevista: “Por que você tem uma moratória em tempos de crise?” Essa pergunta dupla levanta questões sobre a insônia e o terror noturno, sob a perspectiva psicanalítica. Vamos explorar duas questões sobre o sonho e o pesadelo.

O papel do sonho

O sonho é o guardião do sono. Ele funciona como uma função protetora, que nos permite lidar com desejos infantis reprimidos. No entanto, às vezes essa função falha e acordamos no meio da noite com pesadelos ou angústias. Isso pode acontecer por duas razões. A primeira é o processo de formação do sonho, que envolve o processo de ocultamento simbólico dos desejos infantis recalcados. As reminiscências desses desejos dão origem a uma inversão do funcionamento psíquico, levando à alucinação no sonho. A segunda razão é a conexão falha entre os processos primários do sonho, como deslocamento e condensação. Quando essa conexão falha, a consciência percebe isso como um sinal de angústia, causando o despertar. Essa angústia muitas vezes está relacionada ao pior que há dentro de nós mesmos, os desejos que não queremos saber ou não podemos conhecer. A angústia é o acerto que não mente, pois denuncia o ponto em que o desejo reprimido se conecta com a realidade.

A relação entre o sonho e a realidade

O despertar durante a noite pode ser uma metáfora para a consciência que percebe que algo está errado. É um momento em que a realidade nos confronta com aquilo que tememos ou desejamos, e muitas vezes é um sinal de fuga ou defesa. Não queremos saber daquilo que o sonho nos revela, pois pode ser algo terrível ou perturbador. No entanto, a angústia também pode surgir quando a realidade nos desperta para algo que está guardado dentro de nós mesmos. A criança, por exemplo, ao confrontar-se com o complexo de Édipo, pode acordar durante a noite gritando de medo ou com pesadelos. O despertar noturno pode ser uma forma de defesa contra a fantasia e a lei que essa fantasia representa. É uma forma de evitar enfrentar o próprio corpo e as pulsões que nele habitam.

Outros tipos de insônia

Além dos pesadelos, existem outros tipos de insônia. Um exemplo é quando não conseguimos desligar a mente e encerrar o dia. Essa dificuldade em fazer a transição para o sono pode ser um sintoma de depressão, uma forma de mascarar algo que não estamos conseguindo lidar psiquicamente. Outra forma de insônia é aquela em que acordamos durante a noite e não conseguimos voltar a dormir. Isso pode ser um sinal de que estamos atravessando uma fase de separação, um processo de luto ou algo que está além da nossa capacidade de suportar. É importante estar atento aos sintomas de insônia, pois eles podem revelar questões emocionais que precisam ser trabalhadas.

Recomendações

Para lidar com a insônia, é importante criar uma rotina antes de dormir. Evitar o uso de eletrônicos, tomar um banho relaxante, ler um livro ou praticar técnicas de relaxamento são algumas opções para acalmar a mente e facilitar o sono. Além disso, consultar um psicanalista ou profissional de saúde mental pode ajudar a compreender as questões emocionais subjacentes e encontrar estratégias para lidar com elas.

Fonte: Insônia e terror noturno | Christian Dunker | Falando nIsso 136 por Christian Dunker