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Doenças degenerativas na coluna vertebral: Doutor Martins Back Netto compartilha dicas de tratamento e prevenção | Especialista #31

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Doenças Degenerativas na Coluna Vertebral

Olá, seja bem-vindo ao Dia do Especialista. O tema de hoje é sobre doenças degenerativas na coluna vertebral, e para falar sobre esse assunto, convidamos o ortopedista e traumatologista especialista em cirurgia da coluna, Dr. Martins de Barros Neto. Ao lado, temos o Dr. Martins. Seja muito bem-vindo mais uma vez aqui na Dica do Especialista, Dr. Martins.

Oi, Fran. Obrigado pelo convite. Então, hoje vamos falar sobre um tema bem polêmico, né? Muitas pessoas ficam com medo quando recebem esse diagnóstico, que são as doenças degenerativas na coluna vertebral ou, também conhecidas como, tomates. Fale um pouquinho para a gente sobre isso.

O nome de “doença degenerativa” já fala por si só, né? A maioria dos pacientes já associa com degeneração. A degeneração é o processo que vai envolver as articulações. Sempre que a gente tem uma articulação na junção dos ossos, a gente tem um revestimento cartilaginoso. Esse revestimento cartilaginoso, com o tempo, vai sofrer um processo de desgaste. Esse processo de desgaste é o que chamamos de degeneração. Então, faz parte do processo de envelhecimento. Todo mundo vai ter um processo de degeneração e todo mundo vai ter um processo degenerativo na coluna. Esse processo degenerativo envolve, na coluna especificamente, alguns desgastes dos discos, os osteófitos que se formam na coluna, o famoso “bico de papagaio”. Na verdade, é uma consequência do desgaste. As “velhas” são consequência desse desgaste. Faz tudo parte do processo degenerativo. Onde tem articulação, pode ter degeneração.

E, Dr., quem está mais propenso a ter? Um jovem também pode ser acometido ou não? Só na parte do envelhecimento?

O processo degenerativo não é um processo que acontece apenas na parte do envelhecimento. Como falei, a maioria das pessoas vai ter. Mas um dos principais fatores do processo degenerativo é o fator genético. Então, aqueles pacientes que têm pais com degeneração, com artrose, com processo de desgaste já na coluna, com “bico de papagaio”, têm maior chance de ter também a degeneração na coluna. Isso pode acontecer já em pacientes jovens também. A gente pode observar um processo que só vai ter na idade do idoso. Vai depender do fator genético, de fatores de sedentarismo, da postura, falta de reabilitação para a coluna. Globalmente, todas as articulações podem levar ao processo de degeneração.

Vamos falar das características e sintomas de uma pessoa que já está com esse processo de degeneração. Qual é o principal sintoma da degeneração?

O principal sintoma da degeneração, como em outras articulações também, é a dor. A degeneração é um processo degenerativo que cursa com dor. Quem tem degeneração vai sentir dor. A degeneração vai ocorrer nas terminações nervosas e as terminações, pelo processo degenerativo, causam uma irritação dessas terminações nervosas e vão gerar dor.

E como se chega ao diagnóstico dessa lesão degenerativa?

Parte do exame clínico do paciente, dos sintomas do paciente. Ele vai se queixar de dor, às vezes pode ter um histórico já de família, já de dor na coluna e dores em outras articulações. A partir do exame clínico, a gente pode suspeitar desse processo degenerativo e pode utilizar de alguns exames complementares para confirmar essa degeneração, como radiografias, tomografias, ressonâncias nuclear magnética. Vão auxiliar a identificar qual o tipo de degeneração o paciente apresenta.

E depois que o diagnóstico é feito, como é feito o tratamento?

O tratamento, principalmente da degeneração, não tem escapatória: é fazer algum tipo de reabilitação para essa coluna, um trabalho de fortalecimento da coluna, algum tipo de atividade física, como pilates, na academia e hidroginástica. Geralmente, é aquilo que os pacientes têm dificuldade de fazer. Então, essa é a principal base do tratamento no caso da coluna. Se essa degeneração está fazendo alguma compressão de alguma estrutura nervosa, às vezes, a gente lança mão de algumas medicações, de infiltrações. Às vezes, é sim necessário fazer cirurgia.

E nesse sentido da cirurgia, como ela é feita?

A cirurgia tem que ficar claro que não é para tirar a degeneração, mas sim tratar a consequência da degeneração. Pode ocorrer um estreitamento do canal da coluna vertebral. A gente tem um canal onde passam os nervos e, às vezes, esse processo degenerativo leva ao estreitamento desse canal. Esse estreitamento pode causar a dor ciática, dor nas pernas, dificuldade para andar. E, nesses casos, necessita-se fazer uma abertura desse canal para descomprimir as raízes que estão apertadas. Depois que faz essa cirurgia, a pessoa consegue ter uma vida normal. Ela vai continuar com o processo degenerativo, mas vai ter o nervo livre. Isso vai proporcionar uma melhor qualidade de vida. Então, também vai voltar ao tratamento anterior, que é um hábito de vida saudável e atividade física. Sempre vai recair na questão da reabilitação, que é a base fundamental do tratamento.

E tem alguma coisa que fica depois que faz a cirurgia? Algo que não consiga fazer? Alguma limitação?

Isso vai depender do estágio em que o paciente descobriu o seu problema. Em alguns estágios mais avançados, já pode ter algum déficit neurológico. Muitas vezes, alguns déficits são irreversíveis. Então, dependendo do estágio em que o paciente está, se o paciente faz uma prevenção, um trabalho educativo de fortalecimento, geralmente, é um paciente que vai descobrir precocemente o seu problema. E aí, dá para prevenir melhor.

Então, o que o senhor deixaria como dica para a prevenção da degeneração?

A principal dica para prevenir a degeneração é ter hábitos de vida saudáveis, como atividade física, atividades aeróbicas, bicicleta, caminhada, academia, pilates, hidroginástica. Tem que mexer o esqueleto sem preguiça. E também evitar alguns hábitos, como posturas inadequadas, carregar pesos excessivamente. São vícios posturais que a gente vai adquirindo ao longo do tempo. Não adianta, às vezes, a pessoa ir lá fazer a sua atividade física duas ou três vezes na semana e depois ficar 8 horas sentada no sofá. Tem que ter essa reeducação. Senão, também, só o efeito do fortalecimento duas ou três vezes na semana não vai ser suficiente.

Espero que as pessoas tenham entendido e ficado curiosas sobre essa degeneração. Espero que tenham gostado. Quem gostou, pode dar um like e compartilhar o vídeo. Para nós, isso faz toda a diferença. Agradeço a todos que assistiram e continuem acompanhando. Até o próximo vídeo! Tchau!

Fonte: Doenças degenerativas na coluna vertebral com o Doutor Martins Back Netto | Dica do Especialista #31 por Ortoimagem – Centro de Ortopedia e Imagem