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Doença de Parkinson e Disfagia: sintomas, causas e tratamentos

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A importância da posição e das estratégias para melhorar a alimentação de pacientes com Parkinson

Olá pessoal! Meu nome é (nome) e sou professora do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande. Trabalho com pesquisas na área da doença de Parkinson e dos distúrbios de movimento. Agradeço o convite para estar com vocês hoje, falando um pouco sobre a doença de Parkinson e as alterações na alimentação que os pacientes podem apresentar.

Antes de começar, gostaria de ressaltar a importância de trabalharmos a questão da alimentação de forma adequada, visando evitar problemas como a disfagia. A disfagia é a dificuldade de deglutição e pode levar à desidratação e desnutrição. Além disso, a ingestão inadequada de alimentos pode causar problemas pulmonares, como a pneumonia. É importante ressaltar que a disfagia não está necessariamente associada à gravidade da doença, ou seja, mesmo pacientes com as formas iniciais da doença podem apresentar dificuldades na deglutição.

Uma das principais alterações na alimentação de pacientes com Parkinson é a mastigação. Muitas vezes, esses pacientes demoram muito para mastigar os alimentos, o que pode levar à fadiga e à ingestão ineficiente dos mesmos. Além disso, é comum que esses pacientes apresentem diminuição da produção de saliva, o que pode causar engasgos durante as refeições. É importante ressaltar que a mastigação adequada é fundamental para uma boa digestão e absorção dos nutrientes.

Outro aspecto importante é a postura durante as refeições. Os pacientes com Parkinson devem estar sempre sentados para se alimentarem, evitando comer deitados ou em posições desconfortáveis. A elevação da cabeça em um ângulo de 90 graus é fundamental, pois ajuda na passagem dos alimentos para o estômago. Além disso, é importante que o paciente mantenha a cabeça ligeiramente inclinada para baixo durante a deglutição, principalmente no caso de líquidos. Essa inclinação auxilia na prevenção de engasgos.

Um cuidado importante é que o paciente não tenha pressa para se alimentar. É fundamental que ele coma devagar, dando tempo para que a língua e a garganta façam todo o trabalho necessário para a deglutição. Isso significa que o paciente deve tomar goles pequenos de líquido, evitando engolir grandes volumes de uma só vez. Além disso, é importante que o paciente evite distrações durante as refeições, como conversar ou olhar para outros locais, pois isso pode causar engasgos.

Outra estratégia que pode ser utilizada é o uso de espessantes alimentares, principalmente no caso de líquidos. Os espessantes ajudam a tornar a consistência dos líquidos mais segura para o paciente, evitando engasgos. Além disso, é importante que o paciente evite o uso de garrafas ou canudos durante a alimentação, pois esses utensílios podem dificultar a coordenação entre a respiração e a deglutição, aumentando o risco de engasgos.

A medicação também desempenha um papel importante na alimentação dos pacientes com Parkinson. É fundamental que o paciente observe o melhor momento para se alimentar, de acordo com o momento da medicação. Isso significa que ele deve evitar fazer grandes refeições antes ou logo após a medicação, para garantir uma melhor deglutição e aproveitamento dos alimentos.

Em resumo, é fundamental que os pacientes com Parkinson tenham uma postura adequada durante as refeições, evitem distrações e realizem a mastigação de forma lenta e cuidadosa. Além disso, o uso de espessantes alimentares e a observação do momento da medicação são estratégias que podem auxiliar na melhora da alimentação desses pacientes.

Espero ter ajudado vocês com essas informações e fico à disposição para responder quaisquer perguntas que possam ter. Cuidem-se!

Fonte: Disfagia na Doença de Parkinson por NeuroMat