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Doença de Parkinson: a terapia de choque térmico realmente funciona? Descubra agora

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Doença de Parkinson: Importância da Reportagem e Terapia de Choque Térmico

Olá! Eu sou a Dra. Mariana Muscovite, neurologista especialista na doença de Parkinson. Gostaria de conversar sobre a reportagem que ocorreu ontem no programa Domingo Espetacular, com o repórter André Tal. Primeiramente, gostaria de agradecer por essa reportagem, pois é muito importante falar sobre a doença de Parkinson e fazer com que mais pessoas a conheçam. O repórter André Tal relatou de forma brilhante e tocante o seu próprio diagnóstico da doença, desmistificando a ideia de que a doença afeta apenas idosos. Ele comentou sobre os possíveis sintomas, como rigidez, dificuldade de movimentos e lentidão, trazendo também um alerta para os pacientes que desenvolvem a doença precocemente, ou seja, antes dos 50 anos.

É importante ressaltar que, nesses casos, a aceitação da doença e o reconhecimento perante a sociedade podem ser mais difíceis, já que muitas pessoas associam a doença de Parkinson a pacientes mais idosos. Parabenizo André Tal por sua belíssima reportagem e seu relato sobre a doença.

No entanto, em relação à terapia de choque térmico, é necessário ter cautela. Essa terapia já havia sido relatada em 2019 e até o momento não existem grandes estudos que comprovem sua eficácia. Não há estudos em grande escala, com um número significativo de pacientes, realizados em centros universitários ou em locais com credibilidade. Portanto, não temos evidências que essa terapia seja realmente eficaz para pacientes com doenças neurológicas, como a doença de Parkinson.

Devemos ter cuidado ao falar em cura quando se trata de doenças neurodegenerativas, para não criar expectativas falsas nos pacientes. Atualmente, existem mais de 150 pesquisas em andamento sobre a doença de Parkinson, e é possível que no futuro tenhamos tratamentos mais eficazes. No entanto, ainda é muito cedo para falar em cura. Portanto, não devemos vender aos pacientes uma cura que não está comprovada.

A reportagem mostrou todo o processo dessa terapia, com vídeos de antes e depois dos pacientes. No entanto, é importante lembrar que esses vídeos podem não refletir a realidade, pois não sabemos o que aconteceu no segundo exato em que foram gravados. Além disso, não sabemos quantas sessões foram realizadas, em que momento foram feitas e qual era o estado do paciente depois do tratamento. Devemos ter cuidado ao vender “milagres” através de pequenos vídeos postados na internet, pois nem tudo que vemos é verdade.

Como médica neurologista, gostaria de ver resultados mais significativos com essa terapia. Até o momento, foram investidos grandes gastos nesse tratamento, mas os resultados motores ainda não são expressivos. Para avaliar a eficácia de qualquer terapia, é necessário que existam estudos comprovando seus benefícios, realizados em centros de estudo e com um número suficiente de pacientes. Portanto, é fundamental informar-se sobre a terapia, o médico responsável e os estudos que embasam essa terapia antes de tomarmos qualquer decisão.

Ainda assim, é importante não perder a esperança. A doença de Parkinson é uma condição desafiadora, mas muitos pesquisadores continuam trabalhando para encontrar tratamentos mais eficazes. É fundamental unirmos forças e fornecermos informações corretas sobre a doença. Também é importante respeitar o tempo de cada paciente em relação à aceitação da doença e buscar uma melhor qualidade de vida.

Espero que novos estudos comprovem a eficácia da terapia de choque térmico de proteínas. Enquanto isso, é fundamental evitarmos gastos exorbitantes com terapias não comprovadas. Lembre-se de que muitas terapias são gratuitas e realizadas em centros de estudo renomados. Mantenha a cautela e não acredite em curas milagrosas antes de termos evidências confiáveis. Vamos continuar lutando e buscando alívio para os pacientes com doença de Parkinson.

Grande abraço a todos e qualquer dúvida estou à disposição.

Fonte: Terapia de choque térmico funciona na Doença de Parkinson? URGENTE por Dra. Mariana Neurologista