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Diferenças entre Autismo e Borderline | Descubra no Mundo Autista

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Transtorno do Espectro Autista vs Transtorno de Personalidade Borderline: Entendendo as Diferenças

Olá! Hoje eu vou falar sobre um tema que é bastante controverso, inclusive entre a área médica: a linha tênue entre os diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Personalidade Borderline. Apesar dessas duas condições neurodivergentes se assemelharem muito no comportamento da pessoa e na maneira como ela age em sociedade, existem diferenças significativas sobre o porquê que isso acontece. Portanto, é necessário saber diferenciar quem tem essas duas condições, quem é somente autista e quem é somente borderline, pois isso vai facilitar intervenções específicas para cada caso e ajudar a atuar na causa do comportamento, visando dar mais qualidade de vida para a pessoa.

Como eu estava dizendo, superficialmente, o Transtorno do Espectro Autista e as pessoas autistas, principalmente mulheres, e também as pessoas com diagnóstico de Borderline têm comportamentos muito parecidos. Ou seja, elas não têm muita noção de intimidade e passam a impressão, muitas vezes, de uma carência muito forte. Isso porque contam a vida toda delas para os outros, de um modo até meio egocêntrico, pois não compartilham tanto, nem ficam apenas dirigindo a trajetória delas com as outras pessoas. Eu, por exemplo, e minha mãe também tínhamos essa característica, mas melhoramos depois do diagnósticos. No entanto, encontrar uma pessoa que nos prestaria um serviço, por exemplo, e que nunca mais veríamos na vida, e essa pessoa já saber tudo da nossa trajetória, é um risco, pois nem todas as pessoas são confiáveis no que podem fazer com essas informações. No caso do autismo, isso ocorre por uma falta de malícia, de uma percepção de como as outras pessoas podem ser, de como as outras pessoas podem ser maliciosas no uso de algumas informações. Já no caso da pessoa com Transtorno de Personalidade Borderline, isso se dá muito em função de uma carência, de um desejo muito forte de ser querida, aceita e de pertencer ao universo das interações sociais.

O que acontece, porém, é que a pessoa com Transtorno de Personalidade Borderline tem relações instáveis, enquanto os autistas também podem ter relações instáveis, mas isso acontece por outros motivos de pensamento, seja por uma certa dificuldade de ler o outro, não é pelo mesmo motivo de uma pessoa Borderline, que tem essa instabilidade, mesmo essa dificuldade de manter algo próximo com as outras pessoas. Eu confesso que já tive, em determinado momento da minha vida, o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline, além do autismo. Mas o médico disse que as pessoas Borderlines não costumam ser tão constitucionais quanto eu. Então, é como se eu tivesse um pouco de tudo aquilo que configura o Borderline, mas de uma maneira muito leve, muito sutil, então não tem o mesmo impacto. Geralmente, as pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline têm consequências até mais fortes do que as pessoas autistas. Elas têm histórico de suicídio, de alcoolismo, muitas vezes, para tentar lidar com todos esses desafios. Além disso, elas também têm sintomas psicóticos, como ouvir vozes, por exemplo, como acontece na esquizofrenia, mas também uma certa desorganização no discurso. Provavelmente, o meu diagnóstico de Borderline é explicado pelo fato de que eu sou autista e tenho essas atitudes de uma pessoa Borderline, mas por outros motivos, e, portanto, preciso de outra intervenção, intervenção focada no autismo no feminino.

E essa questão do feminino, aliás, é tão importante, justamente porque geralmente os profissionais de saúde ainda são enviesados e acabam tendo aquele estereótipo, que é social. Ninguém fica livre de um estereótipo assim tão facilmente, mesmo que a pessoa estude para ficar livre disso. De que as pessoas Borderlines, por exemplo, aquelas mulheres, são histéricas. Então, seria mais essa questão de instabilidade, de nervosismo. E os homens são valorizados, muitas vezes, são vistos como excêntricos, autistas. Então, até essa questão de gênero é outra coisa que dá muito pano para manga. Mas o que a gente precisa sair desse vídeo sabendo é que primeiro, o autismo é uma condição do neurodesenvolvimento. Os sintomas, ou melhor dizendo, as características, aparecem desde a primeira infância. Então, é necessário sempre uma investigação nesse sentido. E também, a pessoa com Transtorno de Personalidade Borderline, esses sintomas começam a aparecer e se agravar mais na fase adulta. Então, é importante ter isso em mente e saber que todo mundo, na verdade, foi feito para brilhar e ser feliz. Então, se você é Borderline, se você é autista, você só precisa de um cuidado e de um suporte para ter qualidade de vida. É isso aí, pessoal! Um grande beijo e até a próxima! Tchau tchau!

Fonte: Autismo ou Borderline? | Mundo Autista por Mundo Autista