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Dicas para lidar com cansaço na vida adulta: um guia prático para jovens adultos com problemas de exaustão.

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É só Dações, querido adulto pandêmico

Sim, você é mesmo quem está aí tentando amadurecer em meio ao vírus, óvnis e o colapso da civilização. Lembra lá em 2010 quando o Tiririca dizia que era impossível ficar pior? Rapaz, eu acho que nunca vi alguém errar tanto uma previsão. Parabéns, Tio Rico.

Enfim, ser adulto na era da pós-verdade não é fácil. Política, ansiedade, solidão, amores não correspondidos… O jovem adulto sofre e pensando nisso, eu tentei reunir alguns conceitos que podem te ajudar a se encontrar nessa loucura. Seja você um adulto mirim ou um adulto veterano (se é que podemos chamar). Sim, são coisas que eu gostaria que alguém tivesse me dito antes. Espero que seja útil de alguma forma.

E aí, ser adulto e não se sentir cansado?

É como olhar para o oceano e não se perguntar qual o tamanho das baleias, ou seja, impossível. Isso me lembrou de um experimento científico. Você gosta de ciência? Depois, eu também. Uma pesquisa feita pela Universidade de Oxford mostrou que existe um jeito infalível de descobrir um adulto cansado. Basta mostrar uma foto de alguém. Você já para ele? Noventa e nove por cento das pessoas com mais de 18 anos. Você chão quando isso acontece. Um por cento precisa de um pouco mais de incentivo. Pode ser que seja o seu caso então… aí não, minha. Ai, que soninho. Não adianta resistir, você seja. Eu sei que você quer. Você já. E agora 0,001%. Não vou ser de jeito nenhum. Se você faz parte desse grupo, não sem grande. Não é que você não está cansado, é só que você não estraga prazeres. O seu cérebro se recusa a colaborar com a ciência. O que custava abrir sua boquinha como um de nós, os adultos cansados normais?

E no que diz respeito à educação…

O mundo moderno basicamente oferece dois caminhos para o jovem adulto: você pode se formar e adquirir depressão, ou pode não se formar e adquirir depressão. E aí…

Um dos maiores inimigos do adulto com certeza é o ego

Quem escreveu muito sobre isso foi Freud. Ele dizia que, devido a questões mal resolvidas na infância, alguns adultos têm tanta dificuldade de serem contrariados que eles estão dispostos a sair do próprio caminho só para poder provar um ponto para você. E o problema é que eles fazem isso quando você menos espera. Você já vai. Ou seja, é o que que você quer. Gosta de você, tá? É como assistir uma série de zumbi de 11 temporadas. Você sabe que vai se arrepender, mas como no início é divertido, você acaba dando uma chance. Inevitavelmente vem a decepção e você até quer sentir raiva, mas não consegue porque lá no fundo você sabe que a culpa é sua por ter criado expectativas.

E eventualmente o adulto se depara com a seguinte questão: devo trabalhar com aquilo que eu amo ou com aquilo que me dá dinheiro?

Bom, a razão desse questionamento difícil é porque ele está sendo feito da maneira errada. O jeito mais correto de escolher uma carreira profissional é fazendo três perguntas: onde, como e por quê? Por exemplo, digamos que você esteja em dúvida entre algo que dá mais dinheiro e algo mais criativo. Sei lá, medicina e publicidade. Como você prefere chorar, de jaleco ou de bermuda? E onde você prefere chorar, no estacionamento da clínica ou no banheiro da agência? Porque você prefere chorar por não ter conseguido preencher seu vazio mesmo depois de comprar o carro do ano ou por não ter dinheiro para pagar o almoço?

E a água para o adulto?

É importante ter em mente que, às vezes, na vida adulta, pode ser que você se depare com a tempestade dentro de você que se recusa a ir embora. Aí começa com um furacão que vira o seu mundo de cabeça para baixo e de repente é como se você estivesse se afogando dentro da sua própria consciência. E é nessas horas, antes de deixar o desespero tomar conta, eu acho que vale lembrar daquilo que a gente aprendeu sobre a água lá na infância. Nenhuma tempestade dura para sempre. Seja lá o que te aflige, se você é feito de água, vai passar.

E aí, a verdade científica?

E se existe algum respaldo científico nessas coisas que eu disse? Não, mas não importa porque eu sou um adulto feito de água. A verdade não me interessa, somente a chuva e os golfinhos.

E aí…

E aí…

E aí…

Fonte: Breve guia para o jovem adulto cansado por Ludoviajante