Saúde e Segurança no Trabalho: Tireoide

No quadro Saúde e Segurança no Trabalho de hoje, nós vamos falar sobre a tireoide. É uma glândula que tem funções importantes na regulação de hormônios e influencia na concentração, no humor e no controle emocional. Quando a tireoide não funciona corretamente, a pessoa pode ter problemas de saúde que podem influenciar inclusive a rotina de trabalho.

A tireoide é como se fosse uma bateria humana, é uma glândula responsável pelo controle metabólico do corpo e de diversos outros sistemas, como o sistema nervoso e o sistema circulatório. A gente está aqui com o professor Luciano Huck, engenheiro elétrico, e a partir dessa metáfora com as baterias, a gente vai tentar demonstrar como funciona a tireoide. Aqui, no caso da bateria fraca com pouca carga, é como se fosse o hipotireoidismo. O corpo fica mais lento, parece que não responde adequadamente, a pessoa fica mais cansada. No caso da outra bateria, a gente percebe a diferença em um aparelho do professor pela temperatura, é o caso do hipertireoidismo. E no corpo humano, é como se o corpo ficasse mais ativo, podendo até causar uma taquicardia.

Guilherme descobriu que tinha hipotireoidismo há cerca de três anos. Sem querer, ele descobriu que estava fazendo exames para descobrir refluxo e a médica solicitou exames hormonais. Foi aí que ele pesquisou sobre a doença e começou a entender o porquê de ter ganhado peso, ter tantos problemas de memória e estar sempre cansado de uma maneira fora do normal. Tudo isso ele já vinha sentindo há quase sete anos.

“Para mim, um dos sintomas mais fortes que eu tenho é a memória, acabo esquecendo muita coisa. Então, eu comecei a entender porque eu esquecia. Eu comecei a perceber que era uma doença. E foi muito bom saber que meu trabalho também ajudou, porque eu trabalho muito cansado. Quero outro fator que tinha é que eu terminava o dia muito cansado”, conta Guilherme.

A tireoide fica localizada na região do pescoço, um pouco abaixo do pomo de adão, e é responsável pela produção dos hormônios T3 e T4, que são reguladores do funcionamento do cérebro, rins, coração e outros órgãos vitais. Tanto no hipotireoidismo, quando há uma quantidade insuficiente dos hormônios produzidos, como no caso do hipertireoidismo, que é uma produção excessiva, a glândula pode aumentar de tamanho.

É possível perceber alguma alteração na glândula através de um autoexame, massageando o pescoço, mas é indicado que sempre se busque um especialista no assunto. A médica explica quais são os procedimentos após se detectar algo.

“Quando eles têm suspeita de malignidade, a gente faz uma punção, que é o que vai tentar definir se é ou não um diagnóstico maligno. E persistindo, a gente indica a cirurgia para fazer a retirada. Mas é uma melhoria, segue o caminho de ser o único, grande parte da população não tem malignidade”, afirma a médica.

Além do inchaço na tireoide, a presença de alguns sintomas do hipotireoidismo é a pessoa apresentar diminuição da memória, pensamentos excessivos, dores musculares e articulares, sonolência, aumento dos níveis de colesterol no sangue e depressão. No hipertireoidismo, os sintomas são o coração disparado, o intestino solto, a pessoa fica agitada, fala demais, estipula muito e dorme pouco, sente-se com muita energia, embora também esteja cansada.

O tratamento do hipotireoidismo é a reposição hormonal com remédios. Já no hipertireoidismo, é preciso um acompanhamento médico mais efetivo e geralmente a medicação oral é utilizada. Mas também pode haver a indicação de realização de cirurgias ou de tratamento com iodo radioativo. São as três modalidades de tratamento e vai depender muito da parte clínica, das características do paciente e da resposta mensal.

As opções são variadas, mas geralmente o tratamento não é complicado. No hipertireoidismo, o tratamento é mais instável e requer mais avaliações e exames frequentes. O tratamento adequado pode fazer diferença no ambiente de trabalho, principalmente quanto ao rendimento e produtividade, devido à falta de disposição.

Devido aos seus sintomas de esquecimento e cansaço, Guilherme precisou aprender a lidar com a falta de memória.

“Como esqueço muita coisa, comecei a usar um caderninho de anotações, por orientação da minha chefe. E também comecei a usar a ferramenta de agenda no computador. Então, tenho uma coisa muito importante, tenho uma reunião, tenho alguma entrega para fazer, faço questão de colocar na minha agenda. E na hora de executar, sempre há esse alerta do dia, tenho que fazer nesses 15 minutos”, relata Guilherme.

Como não existe uma cura definitiva para o hipotireoidismo, é importante seguir o tratamento pelo resto da vida e sempre fazer o acompanhamento médico. Quem se vê também pessoal que já tem o diagnóstico e resolve largar tudo porque tem diabetes, um treinamento muito longo ou não quer mais usar um remédio. Então, o não uso do hormônio pode ser muito prejudicial. Pode ocorrer um edema na perna, a pessoa também não retem líquido, mas do mesmo jeito tem retenção hídrica interna no coração e no pulmão, no intestino, então a gente começa a não absorver bem outras medicações, porque deixa todo cheio de líquido e não funcionam direito. Então, tem esse complicador no hipertireoidismo não tratado, o maior risco é a questão cardiológica, de aumento principalmente da frequência cardíaca.

Fonte: Saúde e Segurança no Trabalho: Tireoide por Tribunal Superior do Trabalho