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Dicas com Renato Cariani para vencer a obesidade | Podcast do MHM

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O Renato, quando estava estudando, trouxe à tona o número divulgado recentemente do Atlas da Obesidade, que estima que até 2030 o mundo terá um bilhão de obesos. Isso é alarmante, especialmente quando consideramos que o aumento está ocorrendo não apenas nas grandes capitais, mas também em bairros menores, como a Mooca, onde a quantidade de academias tem aumentado cada vez mais.

Essa dualidade entre o crescimento da obesidade e o aumento das academias é interessante de se observar. Será que uma coisa está relacionada à outra, ou é apenas mais uma das dualidades que vivemos hoje em dia? Na minha visão, é mais uma das dualidades. Porém, é fato que a cada dia mais pessoas estão aderindo à prática de atividades físicas. Essa mudança de mentalidade é evidente, até mesmo entre nossos pais e avós, que não tinham o hábito de frequentar academias. A cultura de ir para a academia é algo mais recente.

Há 20 ou 25 anos, a academia era vista como um lugar voltado para pessoas que queriam ficar fortes e musculosas, principalmente por marombeiros. Hoje em dia, vemos idosos na academia, jovens de 15 e 16 anos e pessoas que buscam exclusivamente saúde e qualidade de vida. A informação está mais acessível e, ao mesmo tempo em que nossos pais tinham a ideia de que comer ovos em excesso causava colesterol, por exemplo, agora sabemos que o problema não está no colesterol, mas sim no abuso de carboidratos. Além disso, antigamente as pessoas não tinham noção da importância da atividade física, mas agora elas sabem que precisam se cuidar.

Toda grande pandemia traz consigo algum tipo de aprendizado. No passado, aprendemos a controlar pragas e a lidar com sistemas de esgoto. Na época da gripe espanhola, desenvolvemos vacinas. Agora, com a pandemia atual, aprendemos que não importa a idade, se uma pessoa é obesa, seu risco de morte é muito maior. O sedentarismo e os problemas metabólicos também aumentam esse risco. Muitas pessoas morreram de doenças relacionadas à própria pandemia, mas também por serem obesas, sedentárias ou terem problemas metabólicos. Isso fez com que muitas pessoas percebessem que precisam se exercitar não apenas por estética, mas também pela saúde, longevidade e qualidade de vida. Essa mudança de mentalidade tem aumentado o público das academias.

No entanto, mesmo com esse aumento, apenas 7% da população realiza atividades físicas regularmente. Isso ainda é muito pouco. Por isso, o índice de obesidade continua alto. Mas por que isso acontece?

Existem várias razões para isso. Em primeiro lugar, a tecnologia incentiva o sedentarismo. Hoje em dia, temos comandos de voz para ligar e desligar luzes, por exemplo. Podemos ficar sentados o dia inteiro e ainda assim realizar nossas tarefas. Além disso, há uma grande quantidade de opções de entretenimento disponíveis, como Netflix, Amazon Prime, Google Play, entre outras. Tudo isso leva as pessoas a passarem muito tempo sentadas assistindo algo.

Outro fator é a infraestrutura. Muitas pessoas moram em apartamentos pequenos, não têm espaço para realizar atividades físicas e estão ocupadas com outras coisas, como trabalho e estudos. Além disso, há a questão da alimentação. Muitas pessoas não sabem diferenciar proteínas, carboidratos e gorduras. A falta de conhecimento sobre nutrição é muito grande, o que leva as pessoas a não se preocuparem com o que estão comendo.

Para reverter esses números alarmantes de obesidade, é necessário adotar medidas. É importante diferenciar pessoas com sobrepeso das que estão em grau de obesidade. Existem diferentes graus de obesidade, sendo o grau 3 o mais preocupante, com índices de gordura corporal acima de 40%. É assustador imaginar que uma pessoa pode ter mais de 40% de seu corpo composto por gordura. No processo de emagrecimento, algumas pessoas chegam a perder o peso equivalente a um ser humano inteiro.

A questão da obesidade é complexa e está relacionada a diversos fatores, como tecnologia, alimentação fácil e barata, entretenimento e infraestrutura. No entanto, acredito que é possível encontrar soluções. Países desenvolvidos, como os Estados Unidos, também enfrentam altos índices de obesidade. Mas cabe a cada indivíduo tomar consciência da importância da atividade física e buscar uma alimentação saudável.

Devemos investir em educação nutricional desde cedo, para que as gerações futuras tenham mais consciência sobre os alimentos que consomem. Além disso, é necessário que as políticas públicas incentivem a prática de atividades físicas, melhorando as condições de infraestrutura e proporcionando acesso a alternativas de lazer e esporte.

Em suma, a obesidade é um problema alarmante que precisa ser enfrentado. Mas com medidas adequadas, é possível reverter esses números e promover um estilo de vida mais saudável e equilibrado para todos.

Fonte: COMO VENCER A OBESIDADE? (com Renato Cariani) | PODCAST do MHM por Cortes do MHM