Pular para o conteúdo

Descubra como a ferramenta CMT pode te ajudar a diagnosticar a mastite subclínica

  • por
  • posts


E aí?

Música:

Se você deseja conhecer o leite com maior qualidade, aumentar a saúde do seu rebanho e valorizar o seu produto no mercado, esse vídeo pode ajudar. Eu sou Julio Gazoni, em suas infinitas estrutura do SENAI Rio, na área de bovinocultura leiteira. O objetivo desse vídeo é te ensinar a utilizar o Califórnia Mastitis Test (CMT) ou Somaticell para diagnosticar a mastite subclínica em seu rebanho.

A mastite é uma doença que acomete o úbere das vacas e é um dos maiores desafios da pecuária leiteira. Vários fatores podem ocasionar o aparecimento da doença no rebanho, como homem-animal, micro-organismos, manejo e ambiente.

A mastite pode ser classificada em dois casos: mastite clínica e subclínica. A mastite clínica pode ser identificada facilmente com o auxílio de uma caneca de ordenha, retirando os três primeiros jatos de cada quarto mamário, onde é possível verificar a validade do leite, como a presença de grumos, pus e até sangue.

Já a mastite subclínica não é possível visualizar as alterações no leite apenas a olho nu, como ocorre na mastite clínica. Isso porque ela é uma doença assintomática e silenciosa. O grande problema da mastite subclínica é que ela diminui a produção de leite pelo aumento do número de células de defesa presente no úbere, chamadas de células somáticas ou CCS.

Isso acontece porque algum micro-organismo infeccioso invade a glândula mamária e o organismo do animal, para se defender, recruta um grande número de células de defesa para aquele local, provocando assim o aumento da CCS. A infecção também reduz a qualidade do leite e os lucros.

Sabe-se que há uma prevalência de mastite subclínica no rebanho. Estima-se que para cada caso de mastite clínica diagnosticada, há pelo menos 15 casos de mastite subclínica não revelados devido à falta de sintomas no animal.

Para facilitar o diagnóstico na sala de ordenha ou a campo, é utilizado um teste simples chamado de Califórnia Mastitis Test (CMT). O CMT é um teste rápido, fácil e de baixo custo que pode ser realizado na fazenda para detectar infecções subclínicas em quartos mamários de vacas leiteiras.

O CMT fornece uma indicação do número de células somáticas encontradas no leite. O CMT é realizado em três etapas:

  1. Cada etapa precisa ser feita antes da ordenha, com os dedos limpos e sem sujeira. Desconsiderando os três primeiros jatos de leite, primeiro segura-se a raquete levemente inclinada para a direita ou esquerda, e coleta-se o leite de cada quarto mamário no copo correspondente. Uma dica: sempre use a mesma posição da raquete e o mesmo lado do animal para facilitar o controle dos quartos.
  2. Para o segundo passo, inclina-se a raquete para trás para remover o excesso de leite e deixar apenas o leite suficiente para que ele alcance a primeira linha destacada no fundo do copo da raquete.
  3. O terceiro passo é misturar o reagente com o leite, girando por 10 a 20 vezes. Determine o grau de infecção de acordo com a coagulação da mistura.

Você deve interpretar os resultados para todos os quartos mamários imediatamente. A reação é considerada negativa quando a mistura permanece líquida e homogênea, sem alterar a sua consistência. Isso significa que o animal está saudável e o leite não tem sinais de infecção.

O resultado do CMT irá informar se o rebanho está contaminado ou em condições que não tragam muito prejuízo. Uma vaca saudável apresenta a reação negativa ao CMT, o que corresponde a CCS abaixo de 200 mil.

Quando o CMT se mistura com leite, ocorre o rompimento da membrana das células presentes na mostra, e inicia-se uma reação que forma um gel, indicando que a vaca está com mastite. E quanto maior a coagulação desse gel, maior o grau de infecção e, consequentemente, maior é a CCS.

O número pode variar de 400.000 a mais de cinco milhões de células por mililitro de leite. Independente do número exato, o mais importante é reconhecer se o quarto mamário está infectado ou não.

O CMT pode ser utilizado em diversas situações:

  1. Para identificar a saúde do úbere de uma vaca que você deseja comprar.
  2. Para analisar a presença de algum micro-organismo em algum quarto infectado.
  3. Para fazer um teste adicional e também um possível tratamento.
  4. Para avaliar a presença de mastite subclínica no seu rebanho, tanto no início quanto durante a lactação.
  5. Para identificar algum animal que tenha uma alta contagem de células somáticas.

O CMT é uma ferramenta simples, rápida e de baixo custo para ser implantada no programa de manejo de saúde do úbere do produtor. Ele só tem a ganhar ao produzir um leite de alta qualidade. Primeiro, o retorno financeiro de entregar um produto valorizado e de qualidade. Segundo, aumentando a saúde do rebanho. E terceiro, oferecendo um produto de alta qualidade para o consumidor.

Muito obrigado e até a próxima! Tchau!

Música:

Fonte: CMT: uma ferramenta simples para diagnosticar mastite subclínica por Sistema CNA/Senar