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Descubra a doença que levou à morte do Rei Pelé e saiba mais sobre sua saúde

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Ele era uma força da natureza materializada em campo, mas o corpo que encantava o mundo com seus lances geniais também sofria. E o esforço e as lesões durante a carreira deixaram sequelas, uma delas o rei guardou em segredo desde a temporada nos Estados Unidos, que começou em 1975. Jogava sem um dos rins, história que ele só revelou quase 40 anos depois.

De cabeça no Santos ainda, e perfurou o rim. “Quando eu fui para o Cosmos, o médico do Cosmo não você tem os dois aí dentro, mas um não funciona”. Foi quando eu fiz a cirurgia em Nova York. Por isso que ninguém ficou sabendo. Mas o rim perdido fez falta.

Em 2014, as complicações de uma infecção urinária levaram o rei para a UTI. Precisou de hemodiálise para filtrar o sangue. “Eu fiquei preocupada. Claro, mas não foi uma surpresa. Se eu dissesse que fiquei com medo, eu ficaria. Com medo de morrer, porque isso não. Porque eu sou o nome de três corações. Também vai ser difícil”.

Cinco anos depois, uma outra infecção urinária, também causada por cálculos ou pedras, levou o Pelé de novo para cirurgia. Mas foi mesmo das batalhas em campo que vieram as dores mais fortes e o sofrimento mais intenso.

Em 2009, um incômodo crescente na região do quadril, agravado pela idade, tiraria de Pelé seu bem mais precioso: o movimento das pernas. A causa das dores fortíssimas era a artrose, desgaste das articulações. Em 2012, uma cirurgia foi feita para substituir a cabeça do fêmur.

Por ocasião do milésimo jogo do Brasil com milésimo gol do Pelé, ele hipoteticamente foi convidado para dar o pontapé inicial do jogo. “Eu não pude ir”. O mundo ficou apreensivo, e a torcida emocionou o Pelé de uma maneira que ele ainda não conhecia. “Eu recebi notícias, mensagem, desculpa. Graças a Deus eu estou bem, graças a todos aqueles que oraram para mim, né? E dizer que vamos preparar para a Copa. Mas o sofrimento foi mais longe do que o esperado”.

Em 2016, Pelé decide se submeter a uma nova cirurgia para se livrar das dores que não davam trégua. Foi operado em Nova York, mas nunca mais se recuperou. Nos últimos anos, foi uma ausência sentida em eventos como a abertura das Olimpíadas no Rio. A necessidade de cadeira de rodas era uma limitação que, segundo os mais próximos, o enchia de tristeza. Mas o público nunca deixou de se emocionar com o que Pelé representava.

Debilitado, mas sempre conectado com sua torcida, o rei usou as redes sociais para contar sobre a última batalha. Estava otimista: “Felizmente, estou acostumado a comemorar grandes vitórias ao lado de vocês. Vou encarar mais essa partida com um sorriso no rosto, muito otimismo e alegria por viver cercado de amor dos meus familiares e amigos”.

O câncer no colo e um trecho do intestino grosso foi descoberto no final de agosto de 2021, durante exames de rotina que Pelé diz ter deixado de fazer em 2020 por causa da pandemia. Ele foi operado no dia 4 de setembro e, mesmo na UTI, não deixou de manter contato bem-humorado com sua gigantesca torcida: “Estou ansioso para voltar a jogar, mas ainda vou me recuperar por mais alguns dias. Obrigado novamente por todas as mensagens de carinho. Logo mais estaremos juntos novamente”.

Após duas semanas, a filha Kelly postou o vídeo do pai bem-humorado na fisioterapia. Dias depois, o próprio Pelé mostrou nas redes sociais a evolução do seu desempenho pedalando: “Desse jeito, em breve eu volto para Santos”. Em fevereiro, Pelé publicou nas redes sociais que estava voltando ao hospital para continuar o tratamento. Ele demonstrou o otimismo, disse que assistiria ao Super Bowl e agradeceu as mensagens de carinho que vinha recebendo.

No dia 29 de novembro, Pelé voltou a ser internado com infecção respiratória. Em entrevista ao Fantástico, a filha Kelly contou que o pai tinha tido COVID há três semanas: “Ele teve COVID, e ele tá vacinado, né, com todas as vacinas. Só que quando ele, por causa da medicação do câncer, de quimioterapia que ele tá né, fragilizado, ele pegou uma infecção no pulmão. E é por isso que ele foi para o hospital”.

A família tinha expectativa de que ele voltasse para casa. “Ele tá doente, ele tá, ele tá velhinho, mas no momento ele está lá por causa de uma infecção no pulmão. E quando ele melhorar, ele vai para casa de novo, entende? Ele não tá lá dizendo adeus no hospital no momento”.

Foi pelas redes sociais que Pelé teve contato com a seleção torcida durante todo o período de internação. Escreveu palavras de incentivo e depois de consolo pela derrota. Festejou o bom futebol e os vencedores da Copa, e nessa postagem lembrou o amor dos brasileiros pelo futebol que, segundo ele, nos uniu em um momento que precisávamos tanto de união.

Homenageado durante a Copa do Catar, Pelé antes de partir pôde ver mais uma vez o quanto é amado e admirado. O corpo de tantas habilidades e movimentos mágicos descansou. Edson Arantes do Nascimento se foi, mas Pelé… ah, e esse é eterno.

Fonte: ENTENDA A DOENÇA QUE CAUSOU A MORTE DO REI PELÉ | PELÉ | ge.globo por ge