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Condropatia: Causas, Sintomas e sua Relação com a Artrose

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Olá pessoal tudo bem? Meu nome é Leonardo e sou médico ortopedista especialista em cirurgia do joelho. Também sou médico pós-graduado em medicina esportiva e hoje vou responder uma pergunta que recebo com frequência nas redes sociais: quem tem uma lesão cartilaginosa, conhecida como condropatia, pode ou não desenvolver uma artrose?

Desde já, respondo que sim. Cada vez mais a ciência tem provado que, antigamente, acreditava-se que os sinais iniciais de uma doença cartilaginosa, como a dor, o inchaço e a atrofia muscular, eram passageiros e bastava fortalecer o joelho. Muitos médicos retiravam o líquido do joelho e aplicavam uma medicação, dizendo ao paciente que tocasse a vida. Porém, hoje sabemos que muitos pacientes jovens apresentam um quadro avançado de degeneração articular.

Mas por que isso acontece? Existem duas explicações: uma bioquímica e outra mecânica. A explicação bioquímica está ligada à reação inflamatória da doença cartilaginosa, chamada sinovite. A partir do momento em que há degeneração da cartilagem, seja por uma condromalácia mal conduzida, entorse, luxação da patela, entre outros, ocorre a liberação de pequenos pedaços de cartilagem dentro do joelho. Isso irrita a membrana capsular, que responde com a liberação de enzimas inflamatórias. O líquido sinovial, que lubrifica e nutre a cartilagem, vai se modificando ao longo do tempo, tornando-se menos viscoso e mais inflamatório. Esse líquido inflamatório gradualmente destrói a cartilagem.

Por outro lado, temos o fator mecânico. Se há um buraco na cartilagem, alguns estudos comprovam que, ao fazer uma lesão na região que recebe peso, a pressão na borda dessa lesão aumenta em até 200 a 300%. É como um buraco na areia que, ao pisar, vai aumentando. Isso leva a uma maior degradação cartilaginosa, principalmente em pessoas com desvio de eixo, como o valgo ou varo.

É consenso entre os cirurgiões ortopédicos que lidam com cartilagem e artrose que é necessário agir o mais cedo possível em casos de condropatia. Não se pode negligenciar uma lesão cartilaginosa, pois há tratamentos disponíveis. Em casos iniciais, técnicas regenerativas como a membrana de colágeno ou o ácido hialurônico podem ser indicados. Em casos mais graves, com alteração de eixo ou perda de menisco, cirurgias como a osteotomia ou a subcondroplastia podem ser realizadas.

No Brasil, também há avanços com terapias celulares, porém, é necessário aguardar aprovação da Anvisa. Mas o futuro é promissor para melhoria dos tratamentos. É importante ressaltar que o tratamento definitivo para a artrose é a prótese total de joelho, porém, essa é uma medida que deve ser adotada apenas em último caso, pois a reabilitação pode ser mais difícil caso ocorram complicações.

Além disso, é fundamental que o paciente modifique alguns hábitos de vida e se mantenha ativo. A prescrição de exercícios é individualizada, pois cada pessoa pode ter limitações diferentes. Porém, é sabido que a pior coisa que uma pessoa com doença cartilaginosa pode fazer é ficar sedentária. A atividade física reduz a reação inflamatória nas articulações, melhora a qualidade do líquido sinovial e fortalece a musculatura, permitindo tratamentos não cirúrgicos minimamente invasivos para a artrose.

Portanto, se você foi diagnosticado com condropatia, é importante buscar um tratamento adequado. A dor, o inchaço e o travamento não devem progredir, pois isso pode levar a uma artrose precoce. O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível para evitar uma prótese total de joelho. Se tiver dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário ou acessar meu site, que contém informações detalhadas sobre este assunto. Não se esqueça de se inscrever no meu canal para receber mais vídeos e informações sobre saúde e ortopedia. Até o próximo!

Fonte: CONDROPATIA pode virar ARTROSE? por Dr. Adriano Leonardi