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Como tratar e prevenir diarreia e desidratação em crianças: dicas de pediatria.

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E aí

O SUS e2020 acesso direto pessoal mais uma questão para gente revisar juntos, vamos falar sobre diarreia e desidratação, principalmente desidratação porque é outro tema bem recorrente e tem uns detalhes que vocês precisam estar ligados. Olha só, presta atenção: uma criança de 15 meses chega à emergência do hospital com quadro de vômitos e diarreia intensa há 24 horas. A mãe relata oligúria, está irritado, tem o turgor da pele diminuído, então o sinal da prega, pulsos finos, ok? Olhos fundos e lágrimas ausentes na avaliação da criança. Segundo a orientação da Organização Mundial de Saúde, qual grau de desidratação e respectiva terapêutica para o caso? Vamos lá então:

Para revisar, vamos falar primeiramente da avaliação da desidratação. Então, primeiramente, como eu vou classificar o meu paciente? Ele tem desidratação ou não tem desidratação? Bom, então vamos lá, nós vamos classificar no paciente:

  • Não está desidratado;
  • Com desidratação, também chamado de algo desidratado; e
  • Com desidratação grave.

A Organização Mundial de Saúde também gosta de falar na perda ponderal. Se o paciente perdeu até 5% do peso, isso é uma desidratação leve. Se ele perdeu entre 5% a 10% do peso, isso é uma desidratação moderada. E se ele perdeu mais de 10% do peso, isso é uma desidratação grave. Olha só que coisa importante!

E para classificar meu paciente, eu preciso prestar atenção em alguns sinais e sintomas, em alguns parâmetros. São vários, mas a Organização Mundial de Saúde gosta de ressaltar quatro pontos. Então, fica ligado porque pode ser que a banca pergunte: quais são esses quatro pontos? Ela gosta de falar, aqui ó:

  1. Nas condições do meu paciente, então no estado geral, é outra forma de dizer;
  2. No aspecto dos olhos, então olhos;
  3. No sinal da prega, que vai estar no slide seguinte que eu vou mostrar para vocês; e
  4. Na condição de como esse paciente bebe líquidos, se ele está sedento ou se ele nem consegue beber.

Diante de tantos parâmetros, o MS diz: “Olha presta atenção nesses quatro porque esses quatro são bem importantes”.

E a Sociedade Brasileira de Pediatria traz nos seus documentos essa tabela, um pouquinho maior, que eu vou mostrar para vocês, mas que também é muito importante que vocês fiquem ligados. Olha só:

Paciente que não está desidratadoPaciente que está desidratado
OlhosNormaisFundos
Desidratação LevePresentesAusentes
Desidratação ModeradaPresentesAusentes
Desidratação GravePresentesAusentes
Enchimento CapilarNormalPrejudicado (3 a 5 segundos)
PulsoCheioRápido, débil, fino, ausente
MucosasÚmidasSecas, muito secas

Depois de reconhecer os sinais e sintomas, eu vou traçar minha conclusão. Se eu tenho um paciente que não preenche nada para desidratação, ele é um paciente que não está desidratado. Se ele preenche dois ou mais sinais para desidratação, tá aqui ó, paciente desidratado ou algo desidratado. Mas para dizer que ele é desidratado grave, eu preciso que ele preencha dois ou mais sinais, sendo um deles aqueles com asterisco, que eu estava mostrando lá para vocês.

Qual vai ser o meu manejo, o meu tratamento? Se não tem desidratação, Plano A. Se tem desidratação, Plano B, terapia de reidratação oral. Isso deve ser no serviço de saúde e o volume que eles gostam de perguntar em prova vai ser de 50 a 100 ml por quilo de soro de reidratação oral em 4 a 6 horas. A maior parte da literatura traz aqui ó quatro horas no paciente desidratado grave, aí tem que ser parenteral. E se ele tem menos de 5 anos, minha conduta será 20 ml por quilo de solução fisiológica (soro fisiológico 0,9%) em 30 minutos e eu vou repetir até a criança estar hidratada.

Então, a resposta é “Deus”.

Fonte: Pediatria – Diarreia e desidratação infantil por Eu Médico Residente