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Como tratar a mastite em ovinos: dicas da Embrapa

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O quadro técnico e manejo está hoje no setor de ovinos da Embrapa para falar de um assunto muito importante para a sanidade desses animais, e quem vai conversar com a gente é o Raul, veterinário da Embrapa. Vamos falar sobre um assunto que é conhecido pelos pecuaristas leiteiros de bovinos, mas é menos conhecido pelos ovinos e ainda mais preocupante. Estou me referindo à mastite, uma doença que causa muitos prejuízos na ovinocultura, tanto na ovinocultura leiteira quanto na de corte.
A mastite é mais conhecida na bovinocultura leiteira e na caprino-ovinocultura, mas ela também causa muitos prejuízos à ovinocultura de corte. É uma doença que é uma das maiores causas de descarte de matrizes. Não apenas quando se fala da mastite clínica, mas também da mastite subclínica. No caso dos ovinos, a glândula mamária é muito menor do que a dos bovinos e, na maioria dos casos, a perda dessa glândula é quase total. Por isso, há o descarte precoce da matriz e o tratamento que, muitas vezes, não é eficaz.
O tratamento para animais com mastite clínica é visando a sobrevivência do animal, pois a glândula mamária é essencial para a produção de leite. Se a glândula for perdida, o animal não terá condições de produzir leite e, muitas vezes, acaba sendo descartado ou até mesmo morrendo. O tratamento consiste na aplicação de antibióticos específicos para o tratamento da mastite e cuidados na higiene do local.
Agora vamos mostrar um exemplo de identificação e tratamento de um animal com mastite. O animal já está apartado e foi identificado como suspeito de mastite. Alguns sinais observados pelos produtores são a mudança comportamental, como mancar ou afastar as pernas do úbere. Também é comum observar vermelhidão na glândula e aumento de temperatura no local. Outros sinais incluem sensibilidade dolorosa, mudança na cor do leite e presença de grumos.
Para o tratamento, é comum utilizar antibióticos específicos para bovinos, mas com dosagem reduzida. Nesse caso, estamos utilizando a enrofloxacina. A aplicação é feita diretamente na glândula mamária, massageando o local para melhor distribuição do medicamento. É importante realizar o tratamento o mais precocemente possível, para evitar complicações e perdas maiores.
Além do tratamento, é importante também focar na prevenção da mastite. Algumas medidas podem ser tomadas para reduzir os riscos, como dimensionar corretamente a estação de monta, para que as parição ocorram em épocas mais favoráveis. Também é importante manter a higiene do ambiente, evitando acúmulo de umidade e lama. O uso de estrados e a troca frequente de coxas também podem ajudar na prevenção.
A prevenção é fundamental para evitar perdas e prejuízos maiores. O produtor deve se preocupar não apenas com a produção, mas também com a parte sanitária, pois a saúde dos animais está diretamente relacionada à produtividade. Essas medidas simples podem fazer a diferença na sanidade do rebanho.
Lembre-se: a mastite é uma doença que pode causar grandes prejuízos na ovinocultura. Portanto, fique atento aos sinais e busque sempre orientação veterinária para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.
Muito obrigado por acompanhar essa conversa com o Raul, veterinário da Embrapa. Esperamos que essas informações sejam úteis para você. Até a próxima!
Fonte: EMBRAPA ENSINA TRATAMENTO MASTITE OVINOS por Repórter Gustavo Batista