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Como lidar com a Fibromialgia e dor crônica: Testemunho de Cyntia Seabra

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Oi pessoas!
Meu nome é Cíntia, tenho 42 anos e aproximadamente uns 7 anos atrás eu vivia cansada, cheia de dores. Eu ia a ortopedistas e eles falavam que era dor na minha cervical ou na minha lombar, no micro lombar. Eu passava por vários médicos, alguns amenizavam a crise, mas as dores continuavam profundas em todo o corpo. Às vezes, eram dores que eu não conseguia localizar, porque doía tudo. Eu vivia exausta, cheia de fadiga, uma fadiga intensa.
Eu achava que a fadiga era apenas por conta da dor que eu sentia, mas comecei a entender que não era normal. Eu tinha fadiga constante, cansaço e a vontade de não fazer nada. Muitas vezes, eu achava que eram coisas da minha cabeça, mas as dores eram reais. Eu vivia cansada e as dores eram tão intensas que não conseguia realizar atividades simples do dia a dia.
Eu ia para a academia de manhã, mas quando era tarde, minha filha me encontrava no meio da sala, sentada na cadeira de estudos ou deitada com a cabeça em cima da mesa, porque eu não conseguia conviver com aquela dor naquele dia. Então, tomava medicamento de novo para conseguir continuar.
Levantar era um esforço enorme, muitas vezes eu enrolava na cama porque sabia que se eu levantasse, dentro de 15 minutos estaria um pouco melhor, a dor diminuiria à medida que o corpo ia despertando. Mas a vontade que eu tinha sempre que passava pela cama era de voltar e deitar de novo, de não levantar.
Minha fisioterapeuta uma vez falou que quando ela fazia uma técnica em mim, eu melhorava. Eu disse que melhorava, mas só por umas duas horas. Essas duas horas sem dor eram algo gigantesco para mim. Foi então que ela me disse que essa era a janela de oportunidade em que eu poderia ter qualidade de vida. Eu usava essas duas horas para ir à academia, fazer atividade física e, assim, ganhava mais uma hora sem dor. Eu procurava atividades que me proporcionassem esses momentos de alívio.
Todas as atividades que eu fazia em casa me aqueciam um pouco e a dor diminuía um pouco, mas a vontade de voltar para a cama sempre estava presente. Levantar era um esforço enorme, e eu ficava procrastinando porque sabia que se eu levantasse, com 15 minutos sentiria menos dor. Mas à medida que eu ia realizando as tarefas domésticas, as dores iam aliviando, mas a vontade de voltar para a cama sempre persistia.
Procurei diversos médicos e nenhum me dava um diagnóstico claro. Fiz faculdade de Enfermagem na esperança de encontrar um especialista que pudesse me ajudar, mas acabei me deparando com profissionais que não se comunicavam entre si. Cada um atendia na sua área específica e não discutiam meu caso. As consultas eram rápidas e não havia tempo para me ouvir e compreender.
Recentemente, descobri que além da medicação, terapias e atividade física, preciso cuidar da minha memória. Comecei a aprender novos idiomas e estudar música como uma forma de estimular meu cérebro e me distrair da dor. Percebi que essas atividades diferentes eram capazes de me deixar alguns minutos fora do mundo de dor.
Viver com fibromialgia é um desafio diário. Meu dia a dia é pautado em medicamentos, terapias e encontrar a janela de oportunidade para realizar atividades físicas. Respeito meus limites e não marco várias consultas no mesmo dia, porque sei que meu corpo não consegue fazer tudo ao mesmo tempo. O cansaço, a fadiga e a dor são reais.
Decidi iniciar um canal para ajudar pessoas que também sofrem com fibromialgia, para mostrar que o mundo não é tão arrumadinho como eu achava lá atrás. Se você conhece alguém ou tem fibromialgia, compartilhe sua experiência nos comentários. Vamos debater sobre os desafios e trocar dicas e informações para enfrentar essa condição.
Fonte: Vivendo com a Fibromialgia e com dor crônica. Testemunho de Cyntia Seabra. por Vivendo com Fibromialgia – Cyntia Seabra