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Como identificar a doença inflamatória pélvica por meio de exames de imagem

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Avaliação Clínica de uma Paciente com Dor Pélvica e Secreção Vaginal

Uma mulher de 33 anos procura atendimento médico com queixa de dor pélvica e secreção vaginal. Ela é sexualmente ativa, mas nega atraso menstrual. Esses sintomas sugerem a possibilidade de uma doença inflamatória pélvica. No entanto, é importante considerar outras causas possíveis antes de chegar a um diagnóstico definitivo.

A secreção vaginal em uma mulher sempre levanta a suspeita de doenças inflamatórias pélvicas. No entanto, as vaginoses geralmente não causam dor intensa ou desconforto significativo, nem febre. Portanto, devemos considerar outras possibilidades de diagnóstico nessa paciente.

Uma das primeiras questões a serem avaliadas é a possibilidade de gravidez ectópica, já que a paciente é sexualmente ativa e não apresenta atraso menstrual. É importante considerar esse aspecto também na anamnese, ao entrevistar uma paciente com queixa de dor pélvica de urgência ginecológica.

A partir dessas informações iniciais, é necessário solicitar exames complementares, como o beta-HCG, para descartar a possibilidade de gravidez ectópica. Além disso, é necessário realizar exames de imagem para confirmar ou descartar a suspeita de doença inflamatória pélvica.

A doença inflamatória pélvica pode se apresentar de várias formas nos exames de imagem. Nas formas leves ou iniciais, os exames podem não mostrar alterações significativas. Por outro lado, nas formas mais avançadas, é comum observar complexos tubo-ovarianos, piossalpinge, abcesso tubo-ovariano e líquido livre na cavidade abdominal. O útero também pode apresentar aumento de volume e contorno indefinido. Essas alterações podem ser observadas em ultrassonografias, ressonâncias magnéticas e tomografias.

Para confirmar o diagnóstico de doença inflamatória pélvica, é importante observar a presença de hidrossalpinge ou abcesso tubo-ovariano nas imagens de ultrassom. As tubas uterinas têm um formato cilíndrico e são a única estrutura anatômica na pelve que apresenta esse formato. Portanto, quando observamos uma estrutura alongada e com formato serpiginoso no ultrassom, podemos supor que se trata das tubas uterinas. Além disso, a presença de conteúdo líquido com ecogenicidade aumentada sugere a presença de pus ou inflamação.

É importante lembrar que o conhecimento dos termos técnicos e das características das imagens nos exames de imagem é fundamental para uma correta interpretação dos resultados. Cada exame possui sua própria nomenclatura, mas todos estão relacionados à escala de cinza, onde cores mais escuras indicam maior densidade ou ecogenicidade. Por exemplo, o termo hipoecoico indica uma estrutura mais escura no ultrassom, enquanto hiperecogênico indica uma estrutura mais clara.

Em resumo, a avaliação clínica de uma paciente com dor pélvica e secreção vaginal requer uma abordagem específica, levando em consideração a possibilidade de doença inflamatória pélvica e outras causas possíveis. A realização de exames complementares, como a dosagem de beta-HCG e exames de imagem, é fundamental para confirmar o diagnóstico e orientar o tratamento adequado.

Fonte: DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA – COMO VER NA IMAGEM? por Você Radiologista com João Paulo Queiroz