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Cisto cervical congênito: causas, sintomas e tratamento do nódulo no pescoço

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Fala galera, está começando mais um papocabeça e pescoço! Meu nome é Milk Shakecom, sou cirurgião de cabeça e pescoço, e hoje estou aqui para falar com vocês sobre uma alteração congênita muito comum na nossa prática do consultório. Vamos conferir, segue a vinheta

Alterações congênitas são aquelas que já nascem com a gente, e hoje eu quero conversar com vocês a respeito de uma que é muito frequente no nosso consultório, e chama-se seio do tipo persistente. Por que seio do tipo persistente? Porque seio do tipo persistente filosofa, e o que é isso? É o nome esquisito para uma coisa que é relativamente simples.

Eu vou contar pra você um segredo que você não deve saber, mas pode acreditar que é verdade. A sua glândula tireoide, aquela que eu falei em formato de borboleta, em formato de “h”, fica aqui na região do pescoço, na região central do pescoço.

A gente tem um vídeo a respeito disso, vou deixar aqui nos comentários para vocês verem mais tarde.

Então essa glândula, ela não nasceu no pescoço, de onde ela nasce? Ela nasce na base da sua língua. Vocês podem ver aqui nessa imagem do ultrassom, ela nasce nessa região circulada que chama de forame cego. E depois que ela nasce nessa região, durante a vida fetal, ou seja, dentro do nosso útero, da nossa mãe, ela vai migrando até a região habitual dela no pescoço.

Então, nessa outra imagem, você vai ver que ela nasceu aqui, e agora a gente está vendo uma imagem de uma pessoa, é uma visão lateral. Aqui a gente tem em vermelho a língua, em verde é o trajeto que vai fazer a nossa glândula, em amarelo nós temos as estruturas ósseas ali em cima, a mandíbula um pouco mais pra baixo, e então temos laringe e traqueia está em cinza, e a glândula tireoide está em rosa.

Então, o que acontece? A tireoide nasce na base da língua e vai utilizar este teto para se guiar pelo nosso pescoço até a posição habitual dela na frente da traqueia. Isso tudo vai acontecer até mais ou menos a décima semana de gestação. Depois dessa décima semana de gestação, a tireoide já está no local habitual.

E o que vai acontecer com esse trajeto? Esse trajeto ele costuma fechar a partir da 15ª até a 20ª semana, mas em alguns casos ele não fecha. E aí o que vai acontecer? Você vai ter a formação de uma estrutura, um cisto, um pequeno buraco que vai permanecer ali, e esse cisto dentro dele vai estar revestido de um epitélio, um tecido que pode ser tanto epitélio escamoso quanto um epitélio colunar, ou seja, tanto o epitélio parecido com a nossa pele, ou com a parte da mucosa da via respiratória, que é o tecido que está presente.

Durante a nossa vida, ele pode ficar ali paradinho e não fazer nada. Mas em algumas pessoas que têm esse cisto, ele pode aumentar, e ele vai aumentar principalmente na vida do jovem, na fase da infância ou na fase da adolescência. Isso não quer dizer que não possa aparecer posteriormente, por exemplo, na vida adulta.

A pessoa, com seus 50 anos, aí ele costuma aumentar depois de um quadro de infecção. A pessoa tem um resfriado, alguma infecção, pode ser viral ou bacteriana, de vias aéreas superiores, que você tem um aumento desse cisto. Aí é o momento de você procurar um cirurgião de cabeça e pescoço pra tentar identificar o que ele é. E essa identificação a gente vai fazer o exame físico, a gente vai pedir alguns exames, e a gente tem o diagnóstico de cisto tireoglosso.

A gente vai para o tratamento definitivo, que é a cirurgia. E a cirurgia consiste em uma abertura na região cervical, a gente vai tirar esse cisto. E mais importante do que isso, a gente vai tirar todo o trajeto do ducto, desde a base da língua até a parte da tireoide. É muito fundamental que a gente tire a porção central do osso hióide, aquele ossinho que a gente tem aqui em nosso pescoço. Essa porção deve sair porque há o risco do cisto, do tal cisto, passar na frente ou atrás ou no meio desse osso.

Então, se a gente deixa esse osso, a chance de existir um novo cisto num momento futuro é alta. Então, por esse motivo, a gente precisa tirar o osso. Existe chance de mesmo a gente fazendo a cirurgia, bonitinho, voltar? Existe, principalmente em pessoas que tiveram vários quadros de infecção, em que um cisto aumentou e diminuiu, ou aumentou e diminuiu, que formou um processo inflamatório. A chance de recidiva é de 20%, ou seja, de 100 pessoas, 20 pessoas que operaram podem ter uma recidiva, um novo cisto.

A via de regra, uma pessoa que não teve essas complicações, quadros inflamatórios e tudo mais, que apareceu assintomático, a gente fez o diagnóstico e operou, existe uma chance de voltar de 10%, e é relativamente bem baixo. Mas é uma coisa que vocês precisam saber.

Então, eu espero que esse vídeo tenha sido informativo, tenha ficado bom, que vocês tenham gostado. E se curtiram, deixem o seu like, escrevam nos comentários, me perguntem, marquem algum amigo que vocês acham que vai se beneficiar desse vídeo. Porque a informação é muito importante, as pessoas precisam saber, não só sobre isso, mas principalmente na parte da medicina.

Então, esse é o meu intuito, e é isso que eu vejo vocês no próximo vídeo. Um grande abraço!

Fonte: Nódulo no pescoço : conheça esse famoso cisto cervical congênito por Papo cabeça e pescoço